Será que o livro tem tantas reviravoltas assim? Esta
foi a pergunta que fiz, a mim mesmo, antes de comprar “A verdade sobre o caso
Harry Quebert”. De cada dez opiniões que lia nas redes sociais, nove diziam a
mesma coisa, ou seja, Joël Dicker ‘lotou’ a sua história com plot twists,
alguns capazes de dar um verdadeiro nó nas cabeças dos leitores. Animado com
essas opiniões, lá vou eu comprar o tão comentado livro. E, assim, pude responder, novamente a mim
mesmo, que sim; o livro tem muitas reviravoltas, mas não é só isso, a obra também
é excelente. O jovem escritor suíço, de fato, caprichou em seu primeiro livro.
Comparo o enredo de “A verdade sobre o caso Harry
Quebert” com uma das séries de televisão mais inteligentes e intrigantes que já
assisti: “Twin Peaks”. Para aqueles que não se lembram, a série seguia a
investigação de um agente do FBI sobre o assassinato de uma estudante muito
conhecida em sua cidade, chamada Laura Palmer. Apesar de já terem decorridos
quase 30 anos, a misteriosa morte da colegial que colocava como suspeitos cada
habitante de Twin Peaks continua intrigando muitos telespectadores,
transformando a série num dos maiores fenômenos da cultura pop das últimas três
décadas.
Não quero ficar escrevendo desnecessariamente sobre o
livro porque poderia, sem querer, liberar algum spoiler, o que seria um crime,
já que as reviravoltas presentes na obra são boas demais, algumas fantásticas,
e por isso, merecem ser descobertas e degustadas com todo o prazer como se
estivéssemos saboreando um bom vinho.
A propósito, ler “A verdade sobre o caso Harry
Quebert” é como participar de uma luta de boxe, enfrentando um campeão mundial
que estivesse nos cobrindo de porradas. A primeira dessas porradas – aquela na
qual irá se basear todos os mistérios do enredo – acontece logo de cara no
segundo capítulo. Depois, aos poucos, vão chegando os outros plot twist que se
tornam cada vez mais surpreendentes com o virar das páginas. O leitor, meio
cambaleando, ainda consegue aguentar essas reviravoltas na trama, perplexo, mas
consegue; só que os três golpes finais são verdadeiros ‘uppercut’ desferido de
baixo para cima no queixo. Cara, você não resiste, vai acabar indo à lona.
Algumas pessoas acharam que Dicker foi um pouco
repetitivo em alguns capítulos e que o livro de 565 páginas poderia ter ficado
mais enxuto. Concordo, mas isso, em nenhum momento tira os méritos do livro que
como já disse é excelente.
“A verdade sobre o caso Harry Quebert” conta a
história do desaparecimento misterioso de Nola Kellergan, uma adolescente de
quinze anos, que é vista pela última vez sendo perseguida na floresta que
margeia a pequena cidade de Aurora, em New Hampshire. Ela nunca mais é
encontrada. O fato mexe com todos os moradores do pacato lugar.
Trinta e três anos depois, Marcus Goldman, um jovem
escritor de sucesso, deixa Nova York para ir a Aurora encontrar seu amigo e
professor, o respeitado romancista Harry Quebert, na esperança de conseguir se
livrar de um bloqueio criativo. Neste período em que fica em Aurora, um fato
inusitado, faz com que Marcus se veja obrigado a começar uma investigação, por
conta própria, sobre o estranho desaparecimento de Nola. A partir daí, uma teia
de segredos vai emergindo, surpreendendo Goldman e também os leitores.
Gostei; bastante.
2 comentários
Jam, li esse livro após sua indicação e o achei muito bom!
ResponderExcluirEu acredito que o livro poderia ser um pouco mais conciso, mas isso não retira o mérito do autor. É cada plot twist que nos deixa boquiabertos!
Também achei tocante o ato daquele personagem no final =(
Pelo que vi, o próprio Joël Dicker curtiu seu post. Parabéns, você merece!
Obrigado Tex!
ExcluirHiper-feliz que o livro tenha lhe agradado. Tenho o hábito de dizer que “A verdade sobre o caso Harry Quebert” é um "buffet repleto de plot twists apetitosos de darem água na boca". Quanto ao final e a atitude daquele personagem também me surpreendeu.
Pois é, nem eu acreditei quando vi a curtida do Joel Dicker no Instagram. (rs)
Valeu amigo!