Rios Vermelhos

19 janeiro 2018
Um livro fantástico. Não há a necessidade de ficar derramando uma infinidade de elogios, apenas essas três palavras já bastam. “Rios Vermelhos” do  escritor francês Jean-Christophe Grange tem todos os elementos necessários que um livro policial precisa para se tornar um grande sucesso, um verdadeiro bestseller.
Além de um serial killer inteligente, violento e ao mesmo tempo enigmático, o enredo da história é cheio de reviravoltas que provocam inúmeras surpresas no leitor. Antes de escrever essa resenha, disse à um amigo para o qual havia recomendado a obra que Grange ‘brinca’, no bom sentido, com o leitor, ou seja, no momento que você pensa que a narrativa flui para algo natural, pimba! A reviravolta na trama chega de maneira inesperada.
Como tempero extra para um enredo cheio de mistérios, reviravoltas e surpresas, temos uma dupla de detetives impagável: um francês e outro árabe. Pierre Niémans e  Karim Abdouf são tão carismáticos, tão peculiares que até ganharam um post exclusivo no blog (ver aqui). Eles  adotam duas linhas de investigações diferentes mas que no final acabam convergindo para o mesmo crime. No início, os dois policiais não sabem da existência um do outro, mas no meio do romance quando ambos se encontram... sai de baixo.
De um lado, temos Niémans, um detetive  muito bem conceituado dentro da polícia francesa, mas acontece que o cara tem o pavio curto. Resumindo: ele é inteligente ao extremo e com habilidades de dedução que não ficam devendo nada a Sherlock Holmes, mas... o sujeito é sangue quente, gosta de quebrar os outros na porrada.
Do outro, temos o policial árabe Abdouf que é tão sangue quente quanto Niémans, além de ter um QI acima da média e com o mesmo poder de dedução do tira francês.
Por causa dessas peculiaridades nunca torci tanto pelo encontro de dois tiras como em “Rios Vermelhos”.
O livro de Grange pode ser considerado um dos melhores romances policiais de todos os tempos. Na trama, um serial killer mata um homem e deixa o seu corpo nu e todo mutilado encravado na pedra de uma montanha numa cidadezinha universitária francesa. Os indícios são os de que o assassino mutila as suas vitimas ainda vivas, extraindo os seus olhos e cortando os seus membros para só depois matá-las. Apenas crimes com requintes de crueldade ou obra de uma seita satânica?
Durante a investigação Niemans e Abdouf acabam descobrindo que os assassinatos estão relacionados diretamente à um plano sórdido envolvendo alguns moradores da pequena cidade. Meu! É surpresa atrás de surpresa! Haja coração.
A caçada alucinante ao assassino termina com a revelação de sua identidade no final do livro. E para variar, o autor reserva outra surpresa para os leitores.
A obra literária de Grangé também rendeu um filme no ano 2000 com Jean Reno e Vincent Cassel que apesar de muito bom, não chega aos pés do livro.

Leiam “Rios Vermelhos”. Vocês não irão se arrepender. 

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