79 Park Avenue

08 agosto 2015
Harold Robbins fez parte da minha fase de leitor adolescente. Cara, eu não lia; eu devorava os seus livros. ‘Religiosamente’ no horário de almoço do meu primeiro emprego – auxiliar de escritório – ia direto para a biblioteca à procura de seus livros e também dos de Sidney Sheldon. Trocava meia hora ou 40 minutos do meu horário de ‘rango’ pelos livros do escritor americano. Saía da biblioteca, levando sempre dois livros: um de Robbins e outro do Sheldon. Se hoje, sou um devorador  literário devo muito há estas duas saudosas  ilustres figurinhas. Aliás, considero Robbins um Sidney Sheldon mais ousado, mais safado. Poder, traições e claro, sexo (esse, não poderia faltar) eram os ingredientes principais de suas histórias; algumas vezes o autor ia fundo, rasgando o verbo sem fronteiras deixando os leitores mais puritanos  com taquicardia. Exemplo disso é o livro “O machão”, onde logo no prólogo a ‘coisa’ esquenta, ou melhor, pega fogo!
Ontem, ao chegar em casa tive um insight daqueles tempos de leitor iniciante e então, recordei de um livro de Robbins que marcou muito a minha pré-adolescência, afinal de contas, foi a primeira obra que li do autor. Desta forma, resolvi escrever um post dedicado a 79 Park Avenue que até hoje trago guardado em minha estante – o adquiri há uns 20 anos. Antes de escrever esse texto, fiz uma leitura dinâmica da obra para recordar alguns trechos que já havia esquecido, e olha... confesso: viajei novamente com a saga da fantástica deMaryann Flood. Mêo, que m-u-l-h-e-r! Esqueça o conceito de Beleza – apesar de Robbins descrevê-la como muito bonita – estou me referindo à ela como um ‘mulherão de personalidade’, ‘forte prá dedéu’ como dizia meu saudoso pai, o insequecível ‘Kid Tourão’. Maryann dirige a Park Avenue, uma agência de modelos em Nova York que revela por trás de sua fachada, o drama de lindas jovens que são levadas à prostituição e exploradas por um sindicato de gangsters.
Flood que após uma infância e adolescência de violência doméstica e sexual – passando por um reformatório – acaba sendo obrigada a viver como prostituta e com o tempo, torna-se a responsável pela tal agência. Ela acaba indo parar no banco dos réus, não se importando em ser condenada, já que o promotor do caso é o único homem que amou em toda a sua vida.
Robbins, de cara, já abre “79 Park Avenue” com o julgamento de Maryann para, depois, no decorrer da história ir utilizando do recurso de flashback para contar a sua história  na infância, adolescência e finalmente na fase adulta. Flood expõe de maneira aberta os motivos que a levaram a se prostituir.
O livro mistura dois estilos: policial e romance com direito a um amor impossível. E por se tratar de Robbins, conta também com cenas bem pesadas explorando o submundo da prostituição e o drama das pessoas que acabam sendo obrigadas a explorar o seu corpo.

Cara, juro que ainda não acredito que a bibliotecária ultra recatada de décadas atrás deixou-me ler “79 Park Avenue”. Sorte a minha!

8 comentários

  1. Como é bom ler sobre Harold. Continue falando sobre autores dessa época, como Robbins, Sheldon e Jefrey Archer, porque essa liberdade de falar o que lhe der na veneta é que torna seu blog especial. Eu comecei a ler Harold depois de esgotar os livros de Sheldon. Queria conhecer um autor parecido. Acho que o que difere os dois é justamente o enfoque policial, do qual Sheldon sempre abusou e que Robbins usou poucas vezes. Acho que é por isso que 79 park Avenue é um dos meus preferidos, pois tem uma investigação, o que o torna praticamente um livro de Sidney Sheldon. O comprei há alguns meses para reler e logo chega a vez dele na fila. Abraços.

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    1. Ronaldo, é bom saber que vc está sempre acompanhando os nossos posts. Quanto a sua pergunta, será muito difícil surgir novos autores com as características de Sheldon e Robbins. Afinal de contas, eles eram verdadeiros gênios.

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  2. 79 Park Avenue foi também o primeiro que li de Robbins. Fiquei tão fascinada que li praticamente todos os outros livros dele em sequencia. Mas esse é muito especial, pois até então era devoradas dos livros da Agatha Christie e só.rsrs Saudades da adolescência.

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    1. De Agatha à Robbins. Isto prova o quanto vc é eclética no que diz respeito a leitura. Eu também sou assim. Quanto a "79 Park Avenue" é uma das melhores obras de Robbins. Gostei ainda de "O Machão". Recomendo a leitura, inclusive há um post sobre o livro no blog.
      Abcs!!

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  3. GENTE , NÃO CONHECIA ESSE AUTOR ... VOU SUPER PRUCURAR OS SEU LIVROS PORQUE MEU ESTOQUE DO SHELDON ESTA ACABANDO.

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  4. Conheci Harold Robbins na adolescência. E meu primeiro foi ''Escândalo na Sociedade'' 10/10. amei! Pouco tempo tenho hoje, mas adoro ele. E também Agatha que sou fã; Sheldon e Sthephen King.

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    1. Pois é Sérgio; Harold Robbins fez parte da adolescência de muitos leitores, hoje adultos, inclusive da minha.
      Abraços!

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  5. Lembro desse livro e não gostava dessa personagem principal. Não digo em relação a quem se prostitui, mas daí explorar a prostituição, caftinagem é uma coisa muito cretina.

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