28 maio 2025
Seis livros de terror e suspense, lançados recentemente ou em pré-venda, com chances de agradar os leitores
Acredito que os gêneros de terror e suspense são os
mais populares entre os leitores de romances. Quando o assunto são livros de
ficção – mesmo com a febre da literatura voltada para reinos mágicos, espadas
encantadas, príncipes, princesas, reis e rainhas – o terror e o suspense sempre
estarão no topo das listas literárias de grande parte dos devoradores de
livros.
Para atender a essa galera leitora, na manhã de hoje,
acordei disposto a fazer uma pesquisa nas redes sociais de várias editoras e
livrarias para descobrir quais livros desses dois gêneros foram lançados
recentemente e outros que apesar de ainda não terem aterrissado nas livrarias
físicas ou virtuais já entraram na fase de pré-venda.
Selecionei seis lançamentos que pela sinopse das
editoras e comentários dos leitores prometem provocar muitos arrepios de medo e
tensão. Vamos a eles.
01
– A sete chaves (Freida McFadden)
Lançamento:
2 de junho de 2025
Abro a nossa lista com o fenômeno literário chamado
Freida McFadden, criadora da trilogia literária A Empregada que tem como protagonista a personagem enigmática
chamada Millie que conquistou um turbilhão de leitores.
Agora, a escritora norte-americana estará apresentando
no próximo dia 2 de junho uma nova personagem que a exemplo de Millie tem todas
as chances de conquistar a simpatia da galera: Nora Nierling.
Em seu novo romance que mistura terror, suspense e
também thriller policial – portanto, um verdadeiro mix de gêneros – McFadden
nos apresenta Nora.
Quando tinha 11 anos, ela nem imaginava que, enquanto
fazia os deveres de casa no quarto, seu pai matava mulheres no porão. Até o dia
em que encontrou a porta destrancada e resolveu descobrir por que o pai passava
tanto tempo lá.
Décadas depois, o pai de Nora, Aaron Nierling está
atrás das grades – onde vai ficar para sempre – enquanto ela é uma cirurgiã
bem-sucedida, que leva uma vida tranquila mas solitária. Ninguém sabe que Nora
é filha de um famoso serial killer. E ela pretende continuar assim.
Um dia, porém, Nora fica sabendo que uma de suas
pacientes foi assassinada. E o mais chocante: do mesmo modo único e terrível
que o pai dela usava com suas vítimas.
Alguém sabe quem Nora é e quer que ela pague por esse
crime. Só que ela não é uma assassina como o pai. A polícia não tem como
culpá-la por nada. Desde que não entre em seu porão.
Achei a sinopse bem interessante; e vocês?
02
– William (Mason Coile)
Lançamento:
31 de março
Se o seu conceito de livros sobre casas mal-assombradas
envolvem espíritos maus de pessoas que viveram na tal casa ou então foram
libertados através de um portal aberto com a ajuda de uma Tábua de Ouija –
aliás, cá entre nós, a maioria dos escritores do gênero terror que envolvem
casas mal-assombradas adoram usar esse artefato em seus enredos – esqueça essa
ideia ao ler William. Mason Cole passou
uma borracha nessa velha e já ultrapassada ideia de casas mal-assombrada. Ah!
Antes que me esqueça, Mason Coile é o pseudônimo de Andrew Pyper, autor do best-seller
O demonologista.
Em seu novo livro William,
Coile troca a Tabua Ouija pela tecnologia, com ênfase para a Inteligência
Artificial (IA). E parece que essa mudança deu certo porque o livro da editora
Planeta Minotauro, lançado no final de março, caiu no agrado dos leitores que
derramaram elogios nas redes sociais. Sem contar uma crítica hiper-favorável
publicada no jornal The New York Times.
Como citei acima, o aspecto misterioso da IA está em
destaque em William. O
personagem-título é um robô construído para abrigar uma IA experimental. Tudo começa
quando Henry, um engenheiro brilhante, faz a maior descoberta de sua carreira:
uma consciência artificial chamada William que é programada para proteger a casa
onde ele e a esposa grávida, Lily, moram. William é equipado com uma das
tecnologias mais avançadas do mundo, mas algo acaba ‘saindo dos trilhos’ e a
partir daí tudo toma um rumo sombrio e perigoso.
Henry e Lily descobrem que as atualizações de
segurança, que deveriam protegê-los, na verdade os aprisionaram dentro da
própria casa. E talvez eles nunca mais consigam sair vivos dessa prisão que
criaram para si mesmos.
03
– O ritual da meia-noite (Lucy Foley)
Lançamento:
3 de fevereiro de 2025
O
Ritual da Meia-Noite é o mais novo livro da autora Lucy Foley,
conhecida por títulos de sucesso como A
Lista de Convidados, A Última Festa
e O Apartamento de Paris, todos
lançados no Brasil pela editora Intrínseca.
O suspense acompanha a história de Francesca Meadows,
uma mulher ansiosa pela inauguração do seu novo hotel de luxo no interior da
Inglaterra. Com uma vista deslumbrante, o local possui uma decoração
sofisticada, hóspedes exclusivos e uma floresta centenária que adiciona um
toque rústico à experiência. Com grandes ambições, ela acredita que a festa de
inauguração o colocará no mapa dos melhores hotéis do país.
Francesca seria capaz de tudo para alcançar o que
deseja, e apenas uma coisa pode detê-la: seu passado nebuloso. Do outro lado,
temos Bella, uma hóspede misteriosa que sabe muito bem o que está escondido por
trás da fachada de mulher bem-sucedida e plena de Francesca. A dona do hotel esconde
segredos terríveis, e finalmente chegou a hora de eles virem à tona.
A grande inauguração pode se tornar um grande desastre.
Antigos amigos e inimigos circulam entre os convidados e todos parecem estar
escondendo algo. O passado invadiu a festa. E a comemoração poderá acabar em
morte.
O livro recebeu dos leitores excelentes avaliações na
Amazon e avaliações entre regulares e boas no portal literário Skoob.
04
– Sanatório (Ricardo Valverde)
Lançamento:
20 de junho
E tem autor brasileiro em nossa lista de lançamentos
literários de terror. Ricardo Valverde é professor, ufólogo e escritor. Para
ser sincero, não conheço o autor e também não tive oportunidade de ler os seus
livros, mas dei uma ‘zapeada’ no portal da Amazon e, apesar das poucas
avaliações, aqueles que leram gostaram. Portanto, acho que vale a pena arriscar,
principalmente se você curte o gênero terror psicológico.
Na trama de Valverde que será publicada pela editora
Novo Século, o personagem Edmond Beaumont vive recluso em um sanatório, em
Paris, desde que perdeu a família em um acidente e encontrou sua noiva
enforcada.
Diagnosticado com transtornos neurológicos e incapaz
de distinguir realidade e ilusão, vê sua situação se agravar com a chegada de
Mabelle, uma jovem com Transtorno de Borderline. Unidos por uma paixão
avassaladora, enfrentam juntos seus fantasmas.
Quando Mabelle parte, Ed mergulha em dúvidas sobre o
que é real, enquanto se aproxima de Jaime, um misterioso hóspede que pode estar
ligado a eventos violentos no local.
Pois é, pela sinopse da editora parece ser um terror
psicológico com uma trama bem pesadona. Fica a dica para os leitores que apreciam
o gênero.
05
– Ninguém nunca vai saber (Rose Carlyle)
Lançamento:
10 de fevereiro
Se você leu e gostou de A Garota do Espelho com certeza irá amar Ninguém nunca vai saber; não pela semelhança dos enredos, mas pela
autora Rose Carlyle que escreveu os dois livros. Capiche? Carlyle que bombou nas
listagens de obras mais vendidas em 2022 com o seu A garota do Espelho voltou a atacar neste ano de 2025 com um novo
livro: Ninguém vai saber que apesar
do pouco tempo de lançamento (10 de fevereiro) se transformou numa verdadeira
febre dos tiktokers literários. Já na Amazon, com menos de três meses em suas prateleiras
virtuais já abiscoitou mais de 270 avaliações de leitores, 90% delas positivas.
Vale ou não vale a leitura? Acho que vale.
Desta vez, Rose Carlyle narra a saga da personagem Eve Sylvester que se vê completamente desamparada após
perder o namorado em um trágico acidente de carro. Grávida e sem qualquer
respaldo financeiro, ela aceita a proposta de ser a babá do filho de um rico
casal que vive em uma isolada e paradisíaca ilha na costa da Tasmânia.
Na sinopse da editora Astra Cultural distribuída para
as livrarias virtuais e blogues parceiros (lembrando que o ‘Livros e Opinião’ não
tem parcerias):
“a oferta tentadora para Eve Sylvester vem acompanhada
de um estranho pedido: não fale com ninguém sobre o trabalho. Julia e
Cristopher Hygate são conhecidos por serem bastante discretos, e preferem que
os funcionários sigam o mesmo perfil reservado, quase como se não existissem. E
é por isso que Eve é a candidata ideal para a função. A jovem não possui nenhum
parente vivo e há muito tempo não tem contato com os amigos. E, o mais
importante, ela está grávida.
Para a garota, o emprego é bom demais para ser
verdade. Porém, ela não pode deixar de se perguntar por qual motivo os Hygate
contratariam alguém sem experiência profissional e ainda mais grávida? Mas já é
tarde demais para fazer perguntas. Conforme Eve se infiltra na vida do casal,
ela percebe que a intenção de Julia e Cristopher esconde muito mais do que
aparenta. E que, se alguma coisa acontecer com ela, ninguém nunca vai saber.
06
– Imagens estranhas (Uketsu)
Lançamento:
10 de abril de 2025
Segundo alguns críticos literários, Imagens Estranhas”,
publicado no Brasil a pouco tempo, é um livro de suspense macabro que conquistou
o Japão de ponta a ponta. A obra de Uketsu traz imagens aparentemente simples e
inocentes que envolvem o leitor em uma rede perturbadora de mistérios não
resolvidos. O livro conquistou o Japão.
Mas afinal quem é esse escritor misterioso que se
apresenta apenas como Uketsu? Vamos lá. Ele é um autor e youtuber japonês conhecido
por suas histórias de mistério e terror e por seus vídeos enigmáticos, em que
aparece sempre de máscara branca e roupas pretas, além de usar um efeito para
distorcer a sua voz. Uketsu é considerado um dos maiores nomes da literatura de
horror do Japão e mantém em segredo sua verdadeira identidade.
A Suma está apostando todas as suas fichas nesse livro
lançado em abril. Na sinopse fornecida pela conceituada editora: “As
ilustrações feitas por uma gestante e publicadas por seu marido em um blog
escondem um alerta temeroso. O desenho que uma criança faz da própria casa
carrega uma mensagem sombria. O retrato feito por uma vítima de assassinato em
seus momentos finais conduz um detetive amador em uma caçada eletrizante.
Com uma história estruturada por desenhos com aspecto
infantil ― todos com sua própria pista perturbadora ―, Uketsu convida os
leitores a montar o quebra-cabeça por trás de cada imagem e o grande arco que
as conecta.
Best-seller internacional com mais de três milhões de
exemplares vendidos no Japão e direitos de publicação adquiridos em mais de
trinta territórios, Imagens estranhas,
de acordo com a editora, é um livro
inquietante, em que elementos triviais assumem um sentido macabro e desenhos
ingênuos escondem realidades aterrorizantes.
Se de fato, o livro é tudo isso que foi descrito no
release de divulgação da Suma, só mesmo lendo para saber. Mas tem um outro detalhe
importante: a obra de Uketsu tem apenas 184 páginas e custa R$ 57,00, sem
computar o frete. Aqueles leitores que quiserem arriscar a compra, fiquem à
vontade.
23 maio 2025
Seis livros e filmes que a geração dos loucos anos 60 amaram. Obras que continuam bombando no presente
Já escrevi sobre os livros dos anos 70, 80, 90 e...
faltou publicar algo sobre os anos 60. Aliás cheguei a me referir a década de 1980
como os loucos anos 80 (ver aqui) devido as suas mudanças inovadoras (para
aquela época) promovidas pela chamada “Geração Y”. Mas acredito que mais loucos
ainda, foram os anos 60 vividos pelas gerações “Baby Boomers” e “X”.
Cara, foi uma geração bem maluquete aquela (rs), bem
mais do que a dos anos 80. Foi a geração movida a sexo, drogas e rock’n’roll,
ao amor livre, aos cabelos compridos, às calças jeans, aos tênis e camisetas,
ao flower power, ao “paz e amor”, à cultura pop, à contracultura, à contestação
do establishment e do sistema, à admiração pelo socialismo e por figuras como
Che Guevara e que recomendava não confiar em ninguém com mais de 30. Mas como nada
é eterno ou se preferirem, tudo e todos envelhecem um dia; essa geração com os
seus hábitos envelheceu, mas não podemos negar que apesar dos anos que rolaram,
muitas coisas boas vividas por essa geração rebelde conseguiram vencer o tempo
e ainda continuam sendo lembradas, algumas delas chegaram a ganhar o status de
cult ou seja, passaram a ser cultuadas por gerações posteriores, incluindo
aqueles da “Geração Alpha” que nasceram a partir de 2010. Temos músicas
marcantes que faziam a alegria dos babyboomers e dos X que continuam sendo ouvidas
– muito ouvidas, aliás – e respeitadas pela “Geração Alpha”; e temos ainda os
livros que continuam sendo lidos e amados.
Como o nosso blog é um portal literario, resolvi selecionar
seis livros marcantes dos loucos anos 60 que renderam filmes também marcantes
naquela época. Vamos nessa?
01
– Um Estranho no Ninho (Ken Kesey)
Tudo bem que o filme com Jack Nicholson foi lançado em
1976, mas o livro de Ken Kesey foi publicado pela primeira vez em 1962 e fez a
alegria da geração de leitores rebeldes daquela época. Aliás, ninguém melhor do
que o personagem Randle McMurphy - um meliante que após ser preso, se finge de
louco para ir para um hospital psiquiátrico e assim esquivar-se de uma porção
de trabalhos forçados na prisão – para representar a altura a geração rebelde
dos anos 60.
Os “babyboomers” e os “X” foram premiados com dois
grandes presentes: o livro de Kesey e o filme dirigido por Milos Forman. Ambos
fizeram tanto sucesso que continuam sendo lembrados até hoje.
Querem saber como Kesey teve a ideia de escrever esse
livro? Ok; eu conto. A ideia brotou quando ele nem sonhava ser um escritor
famoso.
Tudo começou quando Kesey resolveu de se inscrever
para ser monitor de um hospício em San Francisco. Ele queria ter uma noção de
como os internos daquela instituição se sentiam ficando ali isolados do mundo.
Foi nesse momento que esse autor desconhecido começou a imaginar como seria a
vida de uma pessoa excêntrica e normal, mas considerada louca por causa de sua
excentricidade, se fosse parar num hospício. Como ela se sentiria? Como seria o
seu relacionamento com os outros internos? ‘Entonce’, ele resolveu colocar essa
ideia no papel. Pronto! Nascia assim, o livro Um Estranho no Ninho e ao mesmo tempo começava a surgir um escritor
famoso chamado Ken Kesey.
02
– O Planeta dos Macacos (Pierre Boulle)
O Planeta dos Macacos pelo autor francês, Pierre Boulle foi
publicado em 1963; cinco anos depois seria lançado nos cinemas o filme homônimo
baseado na obra literária e que se tornaria um clássico da ficção científica. O
filme com Charlton Heston – um ator já consagrado naquela época – lotou as
salas exibidoras de todo o país e ganhou o status de antológico. Prova disso é
que rendeu mais nove filmes, além de duas séries de TV.
Quanto ao livro de Boulle se tornou uma das obras mais
comentadas pelas gerações dos loucos anos 60. Uma obra que nunca perdeu a sua
atualidade; prova disso é que continua sendo relançada com novos layouts até
hoje; os mais recentes pela editora Aleph.
Dando uma pequena pincelada no enredo da obra: no ano
de 2.00, o professor Antelle, o físico Levain e o jornalista Ulysse Mérou
resolvem deixar a Terra. Eles embarcam numa espaçonave cósmica, em direção ao
sol vermelho Betelgeuse, na constelação de Órion. O destino encontra-se a 300
anos-luz e até atingi-lo passam-se, em nosso planeta, cerca de três séculos e
meio, enquanto os viajantes, devido a dilatação do tempo, tem a sensação de
passarem apenas dois anos. Finalmente, eles se surpreendem ao aterrissar em um
planeta com cidades, casas, florestas, enfim, um planeta igual a Terra. Quer
dizer, quase. Existe uma diferença: neste planeta, os macacos reinam e os
homens vivem em estado selvagem, quando não estão enjaulados e escravizados.
03
– À Sangue Frio (Truman Capote)
Truman Capote narra a história a história do
assassinato da família Clutter, uma das mais influentes na pequena cidade de Holcomb,
no Kansas, onde residiam apenas 270 habitantes.
Poucos crimes na história chocaram tanto a população
como o massacre dos quatro membros dessa família. Em 1959, na casa dos Clutter,
onde estavam o casal Herbert e Bonnie e os filhos adolescentes Nancy e Kenyon,
os ladrões Eugene Hickcock e Perry Smith, após invadir a residência, decidiram
matar os quatro membros da família para não deixar testemunhas.
Capote passou seis anos levantando informações e
investigando passo a passo tudo o que ocorreu em Holcomb. Depois de muito
trabalho, em 1965, ele publicou a sua obra prima A Sangue Frio, livro que
criaria um novo estilo literário com uma onda de seguidores que ficou conhecida
como “new journalism”.
O autor narra o crime da sua concepção à execução,
além de fazer com que os leitores entrem na cabeça dos criminosos e conheçam os
motivos que os levaram a cometer tal assassinato. Em 1967, o livro seria
adaptado para s telonas.
A
Sangue Frio conseguiu vencer a barreira do tempo e
assim continuar despertando o interesse de outras gerações, mas tudo começou
com os nossos rebeldes “babyboomers” e “X”.
04
– O sol é para todos (Harper Lee)
O livro da escritora americana Harper Lee, publicado
em 1960, sobre a segregação racial no sul dos Estados Unidos marcou gerações de
norte-americanos.
A obra foi um sucesso instantâneo, tornando-se um dos
maiores clássicos da literatura norte-americana moderna dos anos 60. Deu origem
a um filme homônimo, vencedor do Oscar de melhor roteiro adaptado em 1962.
O
Sol é para Todos foi publicado na era da luta pelos
direitos civis e se transformou em algo mais do que um romance. A obra literária
fez tanto sucesso que acabou recebendo o prêmio Pulitzer, vendendo mais de 30
milhões de exemplares.
A história é ambientada no Sul dos Estados Unidos da
década de 1930, região envenenada pela violência do preconceito racial. Harper
mostra através de sua narrativa, um mundo de grande beleza e ferozes
desigualdades vista pelos olhos de uma menina de inteligência viva e
questionadora, enquanto seu pai, um advogado local, arrisca tudo para defender
um homem negro injustamente acusado de cometer um terrível crime.
A prova de que esse livro que conquistou a “Geração
Paz e Amor” - nascida nos anos 60 - é que ele continua sendo lido, hoje, inclusive
nas escolas.
05
– O Poderoso Chefão (Mário Puzo)
O livro de Mario Puzo foi lançado no crepúsculo dos
anos 60 se tornou a sensação da dos “babyboomers” e também de parte da “Geração
X”. Fez tanto sucesso que acabou adaptado para o cinema em 1972. A produção
cinematográfica com Marlon Brando e Al Pacino renderia ainda mais dois filmes,
transformando-se numa das trilogias mais famosas da sétima arte.
Em seu romance (ver resenha aqui), Puzo narra a saga sobre
uma família de mafiosos de origem siciliana que imigra para os Estados Unidos. O
livro ficou na lista literária do The New York Times Best Seller durante 67
semanas entre 30 de março de 1969 e 5 de julho de 1970 e vendeu mais de nove
milhões de cópias em dois anos.
A obra foi o primeiro romance a introduzir a realidade
da máfia, tornando usuais termos como omertà, consigliere, e outros, típicos da
Cosa Nostra.
06
– A Fantástica Fábrica de Chocolate (Roald Dahl)
Encerro a nossa lista com o livro de Roald Dahl. A
história de A Fantástica Fábrica de
Chocolate (no original, Willy Wonka
& the Chocolate Factory) tem suas raízes nos loucos anos 60, tanto no
livro de Dahl publicado em 1964, como no filme de Mel Stuart lançado no final da década de 60
e início dos anos 70. A geração dos anos 60, marcada por movimentos sociais e
culturais, também viu a popularidade do livro e do filme crescer.
A história e a atmosfera da fábrica de chocolate do
personagem Willy Wonka, com suas cores vibrantes e inventos tecnológicos,
ressoaram com a geração dos anos 60, que estava aberta a novas experiências e
ideias.
A história do menino pobre que ganha um bilhete
dourado e entra na fábrica de chocolate tornou-se icônica. Ela transmite
valores como a importância da família, a valorização da honestidade e a busca
por um futuro melhor, que ressoam com os valores da época.
Tanto livro quanto filme continuam populares e recordados
com carinho pela geração dos anos 60, que viu a história pela primeira vez e se
apaixonou pelo enredo e seus personagens.
Taí galera! Que tal devoramos esses livros e filmes
que bombaram nos anos 60?
19 maio 2025
Conclave
Se você já assistiu “Conclave” de Edward Berger, filme
indicado em oito categorias no Oscar 2025, incluindo a de “Melhor Filme” e “Melhor
Roteiro Adaptado”, não perca o seu tempo lendo o aclamado livro homônimo de
Robert Harris publicado originalmente em 2016 e que deu origem a produção
cinematográfica. Não estou querendo “dizer” que a obra literária é ruim; longe
disso. Quero apenas alertar: como o livro foi adaptado ao pé da letra para as
telonas – com exceção dos nomes e nacionalidades de alguns personagens – as reviravoltas
que deixam a trama interessante e com a capacidade de, com toda a certeza,
surpreender o ‘leitor-cinéfilo’ perderão todo o seu impacto. Esses plot twists
são semelhantes, ou seja, o que você assistiu no filme também irá ler no livro,
sem mudanças, por mais sutis que sejam.
Feito essa ressalva, o livro de Harris é excelente e consegue
prender a atenção dos leitores com a sua linguagem fluida e reviravoltas
surpreendentes. Sendo mais específico: duas revelações envolvendo dois
personagens e uma reviravolta bombástica (um verdadeiro soco no fígado) que
acontece, somente, no final do livro. Para ser mais exato, esse “soco” é
desferido nas últimas quatro páginas do romance. No meu caso, como ainda não
tinha assistido ao filme, fiquei boquiaberto. Jamais pensei naquela reviravolta
e olha que eu sou bom para descobrir plot twists por antecipação.
A trama de Conclave
gira em torno da morte de um papa reformista e consequentemente do intrigante e
misterioso processo de escolha de um novo líder da Igreja Católica. Dias depois da morte do papa, mais de cem
cardeais do mundo todo se reúnem para eleger seu sucessor. São todos homens
santos, mas têm rivalidades, ambições e fraquezas, e, nas próximas setenta e
duas horas, um deles se tornará a figura espiritual mais poderosa da Terra. A tarefa
não se mostrará nada simples, pois entre os elegíveis e os grupos que se formam
em torno deles há diferenças inconciliáveis: globalistas e isolacionistas, os
que clamam pelo primeiro papa negro, religiosos com fortes opiniões sobre o
papel das mulheres e do casamento gay, as correntes conservadoras e os
reformistas, os que rejeitam a riqueza e os que abraçam o luxo. E, para
completar, surge a notícia de que o falecido papa elegeu em segredo um cardeal
até então desconhecido de todos.
O encarregado de executar e coordenar essa reunião
confidencial do colégio de cardeais (Conclave) é cardeal italiano Lomeli que nos
cinemas foi vivido pelo famoso ator Ralph Fiennes.
Os quatro principais candidatos a suceder o papa morto
são Aldo Bellini, da Itália, um liberal na linha do falecido Papa; Joshua
Adeyemi, da Nigéria, um conservador social; Joseph Tremblay, do Canadá, um
moderado dentro da Igreja; e Goffredo Tedesco, da Itália, um tradicionalista
convicto.
A linguagem do romance é tão fluida que o autor
consegue fazer com que os leitores mergulhem dentro da história, por isso,
temos a impressão de estar alí, no Conclave, no meio dos cardeais participando
de suas tramas, alianças e reuniões secretas visando a escolha de um novo papa.
Aliás, a descrição dos detalhes de como é organizado um conclave, além dos rituais
de votação dos cardeais é perfeito. Fiquei imaginando se tudo aquilo não
passava de invenção, bem longe da realidade, saída da cabeça de um escritor de
ficção; mas no final do livro quando Robert Harris faz os seus agradecimentos
as pessoas que colaboraram com a obra, ele ressalta que entrevistou um cardeal
que já participou de um Conclave, no entanto, como as suas conversas foram não
oficiais, ele optou por não citar o nome desse cardeal. O autor cita também que
no início de suas pesquisas para escrever o livro, ele pediu permissão ao
Vaticano para visitar as locações usadas durante um Conclave e que ficam
permanentemente fechadas ao público. Esta permissão, segundo Harris, foi
concedida por um monsenhor do Departamento das Celebrações Litúrgicas do Sumo
Pontífice. Assim, está explicado o motivo da fluidez na construção da trama,
principalmente, no que se refere a organização, realização e execução de um
Conclave.
Mas vamos às três surpresas da trama que valem a pena ser
destacadas. Sem spoilers, é claro. A primeira delas envolve o cardeal canadense
Tremblay; a segunda, o cardeal nigeriano Adeyemi e o soco no fígado envolve o
cardeal Benítez, cuja existência era desconhecida de todos os cardeais e que
havia chegado ao Vaticano apenas poucas horas antes do Conclave. Não posso
revelar mais do que isso, senão acabaria estragando um plot twist bombástico
daqueles que desnorteiam qualquer leitor.
Enfim, é isso galera. Leiam o livro e somente depois
assistam ao filme... se quiserem, porque, acredito, que apenas o livro já
basta.
17 maio 2025
Saiu o desempate da releitura de “Os Três Mosqueteiros”; Athos, Porthos, Aramis e D'Artagnan venceram
Saiu o desempate. Os mosqueteiros venceram. Os
leitores do blog que estavam acompanhando a minha saga particular com relação
ao livro de Alexandre Dumas estavam curiosos para saber se eu havia gostado ou
não da releitura desse clássico. Para aqueles que não tiveram a oportunidade de
ler essa postagem (ver aqui), aconteceu mais ou menos assim, de forma bem
resumida: havia lido Os Três Mosqueteiros
pela primeira vez – há ‘muuuitos’ anos - e adorado o enredo, mas agora,
recentemente, na segunda vez que li, a leitura não foi tão prazerosa. Por isso
resolvi “tirar os noves fora” fazendo uma terceira leitura do conhecido
clássico ou, se preferirem, uma segunda releitura. Bem resumidamente foi isso
que aconteceu. E como já citei acima, dessa vez, o livro de Dumas venceu a
minha indiferença.
No post anterior, referente a esse assunto, havia
citado dois motivos que poderiam ter dispersado a minha atenção e contribuído para
não ter apreciado a releitura. É importante lembrar que a segunda vez que li Os Três Mosqueteiros encarei a edição
luxuosa da Zahar com texto integral e as suas notas de rodapé. E acredito que
essas notas de rodapé foram o primeiro motivo que implodiu a minha releitura da
trama. Elas acabaram truncando a leitura. Isso aconteceu porque eu tenho o
hábito de ler simultaneamente enredo e as explicações do autor que são
publicadas no rodapé das páginas; e confesso que as tais notas da edição da
Zahar são longas ao extremo. Por isso, toda vez que a leitura do enredo
engatava uma quinta marcha, lá vinham as notas de rodapé e assim, essa quinta
marcha era abruptamente reduzida para uma primeira. ‘Entonce’ meu amigo, até
você conseguir buscar a quinta marcha perdida, demorava e muito.
Nesta terceira leitura que valeu o desempate, optei
por abolir as notas de rodapé. Em outras palavras: joguei todas elas para
escanteio e lí apenas o enredo. Pensei com os meus botões: “Se na primeira vez,
apenas a história escrita por Dumas foi suficiente para encantar um garoto muito
seletivo e exigente quanto a enredos literários, agora, esse mesmo texto teria
a capacidade de despertar o interesse de um leitor que ficou menos implicante,
ao se aproximar da terceira idade. Assim... adeus notas de rodapé. E posso
garantir que das 688 páginas da edição comentada da Zahar, grande parte delas
são dedicadas as explicações históricas de alguns trechos da trama.
Vejam bem, não estou criticando as notas de rodapé.
Elas são importantes para aqueles leitores que querem conhecer detalhes
históricos do enredo de Dumas, pois sabemos que as obras do escritor francês
sempre mesclaram ficção com realidade. Mas dessa vez, no meu caso, não estava
interessado nesses detalhes históricos, querias apenas “viajar” no enredo de Os Três Mosqueteiros como se estivesse
lá “dentro do livro” presenciando as peripécias de Athos, Porthos, Aramis e
D’Artagnan, além das tramas diabólicas de Milady.
Garanto que essa escolha valeu muito a pena. A minha
leitura fluiu e se tornou tão prazerosa quanto a primeira vez em que li o
livro.
Vamos agora para o segundo motivo que pode ter
prejudicado a minha releitura da trama.
Quando li a obra
de Dumas atravessava um período atribulado. Estava enfrentando alguns problemas
no setor profissional e também com a minha saúde. Hoje, tenho certeza de que
essas preocupações colaboraram para desviar a minha atenção e assim, acabei
perdendo o foco da leitura. E cá, entre nós, querem um conselho de
‘amigo-leitor’? Quando vocês forem ler um clássico, façam isso num período
tranquilo de suas vidas para que outras preocupações (família, saúde, trabalho)
não interfiram na leitura.
Para ler um clássico da literatura, é crucial ter
atenção, pois eles frequentemente apresentam linguagens complexas, contextos
históricos e temas que exigem uma leitura mais aprofundada e reflexiva. Dessa
forma temos que estar com a cabeça livre de preocupações e focado, apenas, na
leitura desse clássico. Pois é... comigo aconteceu, exatamente, o contrário. Por
isso, nessa terceira vez, procurei reler o clássico de Dumas numa fase mais
tranquila de minha vida. E, confesso: deu resultado.
Mais do que ter satisfeito a curiosidade da galera que
vinha acompanhando essa minha saga com Os
Três Mosqueteiros espero ter colaborado com algumas dicas para aqueles que
pretendem ler a edição comentada de “Os Três Mosqueteiros” lançada pela Zahar ou
então outros clássicos literários.
Valeu galera!
10 maio 2025
Seis thrillers psicológicos com a mesma vibe de "Verity" de Colleen Hoover
Confesso que não sou fã das obras de Colleen Hoover,
mas também confesso que adorei Verity
com exceção de seu final que na minha opinião estragou um excelente thriller
psicológico (conto mais nessa resenha da obra que escrevi em 2022). O livro –
até a chegada daquele final murcho – prende muito a atenção do leitor; eu
ficava inquieto conforme as páginas iam sendo viradas. As situações vividas
pelos personagens são macabras, estranhas, inquietantes, enfim nos deixa cada
vez mais curiosos para saber o desfecho, entonce... chega a bomba daquele final.
Se levarmos em conta os comentários de leitores
publicados nas redes sociais literárias, chegaremos a fácil conclusão que a
galera, simplesmente, amou Verity.
Se levarmos em conta os comentários de leitores
publicados nas redes sociais literárias, chegaremos a fácil conclusão que a
galera, simplesmente, amou Verity.
Se você faz parte dessa categoria de leitores, pronto;
essa postagem é sua. Preparei um texto especial para a galera que devorou o
primeiro thriller psicológico escrito por Hoover. Nele, vocês encontrarão 10
sugestões literárias com enredos que se aproximam daquele que consagrou a
escritora texana.
Garanto que esses livros tem a mesma pegada de Verity e deixarão os leitores tensos com
o enredo inquietante que mexe com o nosso psicológico. Vamos a eles.
01
– Garota Exemplar (Gillian Flynn)
Ahahaha!! Que baita coincidência! E coincidência das
grandes, senão vejamos: um thriller psicológico impactante, mas com um final
broxante; ou seja, “irmão gêmeo” de Verity.
Pois é; Garota Exemplar tem um plot
que faz com que os leitores devorem as suas páginas com avidez, mas o “twist”,
de fato, deixa a desejar.
O enredo tem viradas inesperadas que surpreendem; a
primeira delas, inclusive, merece o status de “derruba queixo” já que muda tudo
o que você pensava sobre determinado personagem. Aliás, Gillian Flynn provou
ser uma manipuladora de leitores. Ela vai te conduzindo por um caminho e faz
com que você acredite que ele seja seguro, então, em cima da hora, você percebe
que esse caminho te conduz para uma curva fechada, a qual você não esperava
encontrar. Ao topar com essa curva, o leitor exclama: “Puxa! A autora me
enganou direitinho!” O livro tem muitas armadilhas. Uma pena que o final
decepcione.
A obra gira em torno de um casamento que sai
tragicamente do eixo. A história começa no dia do quinto aniversário de casamento
de Nick e Amy Dunne, quando a linda e inteligente esposa de Nick desaparece da
casa deles às margens do rio Mississippi. Sinais indicam que se trata de um
sequestro violento e Nick rapidamente se torna o principal suspeito. Assim, ele
passa a viver sob pressão da polícia, da mídia e dos ferozmente amorosos pais
de Amy. Nick, seria mesmo um assassino? Ao mesmo tempo, passagens do diário de
Amy revelam um casamento tumultuado ― mas ela estaria contando toda a história?
Um livraço. Infelizmente, não posso dizer o mesmo de
seu final.
02
– A Paciente Silenciosa (Alex Michaelides)
A Paciente Silenciosa não foi o que eu esperava. Apesar da sua
narrativa fluida e capítulos curtos, o enredo trabalha somente com um plot
twist e na minha opinião, apenas razoável. Querem saber se me surpreendi? Sim;
me surpreendi, mas pouco. Foi o tipo da reviravolta que o leitor diz ao final:
- Putz, só isto! – Foi assim que me senti no momento da solução do mistério que
envolve os personagens principais. Mas, por outro lado, tenho que ser justo e
afirmar que o enredo tem a “pegada” de Verity,
ou seja, um thriller ´psicológico que prende muito a atenção.
Alex Michaelides narra a história de uma pintora
famosa chamada Alicia Berenson que é acusada de matar o seu marido com cinco
tiros no rosto. Ele é encontrado com os pés e mãos amarrados numa cadeira e com
a cabeça esfacelada. O detalhe é que ela o amava muito. Depois do crime, a
artista nunca mais disse uma palavra.
A sua recusa em falar ou dar qualquer explicação
transformou essa tragédia doméstica em algo muito maior – um mistério que atrai
a atenção do público e aumenta ainda mais a fama da pintora. No entanto, ao
mesmo tempo que seus quadros passam a ser mais valorizados do que nunca, ela é
levada para um hospital psiquiátrico judiciário.
Theo Faber é um psicoterapeuta forense que espera há
muito tempo por uma oportunidade de trabalhar com Alícia. Ele tem certeza de
que é a pessoa certa para lidar com o caso e tentar fazer com que ela volte a
falar e assim, conseguir desvendar os segredos de toda essa tragédia.
03
– Não Conte a Ninguém (Harlan Coben)
Agora, vamos dar um tempo nos finais mal resolvidos e
escrever sobre enredos bombásticos num todo, incluindo “The End”. Daqueles finais
que deixam os leitores boquiabertos. Tudo bem, vamos lá: lhes apresento Não Conte a Ninguém de Harlan Coben.
Cara, que livro!
Imagine um bolo com várias camadas e em cada camada um
recheio diferente; e por isso, em cada uma dessas camadas uma surpresa para o
seu paladar. Esta foi a melhor definição que encontrei, mesmo que a grosso
modo, para Não Conte a Ninguém,
considerado, até agora o melhor livro de toda a carreira de Coben.
A história é repleta de plot twists dando a leitura um
ritmo frenético porque o leitor quer descobrir logo o que aconteceu com
determinados personagens ou então porque fulano ou ciclano tomou certa atitude,
e por aí afora. Um thriller psicológico fantástico.
Coben escreve sobre um jovem casal apaixonado: Dr.
Beck e Elizabeth que no momento em que comemoram o aniversário de seu primeiro
beijo, sofrem um terrível ataque. Ele foi golpeado na cabeça e caiu no lago,
inconsciente. Ela foi raptada e brutalmente assassinada por um serial killer. Mas
já alerto a galera: nem tudo é o que parece. Sabe né? Coisas de Coben.
04
– Até Você Ser Minha (Samantha Hayes)
Um thriller psicológico muito parecido com Verity, mas ao mesmo tempo inverso ao
livro de Colleen Hoover. Vou explicar melhor: o enredo de Até Você Ser Minha tem as mesmas características de Verity – tensão e dúvidas aparecem em
abundância na trama – mas por outro lado enquanto Verity tem um enredo que prende atenção; Até Você Ser Minha tem muita enrolação o que acaba dispersando a
atenção do leitor. Já quando nos referimos ao final, a “coisa” muda. Enquanto o
livro de Hoover tem um fim decepcionante; o ‘The End’ de Até Você Ser Minha derruba o queixo de qualquer leitor. Caráculas!
Que final foi aquele?!!
O livro de Selma Hayes tem uma trama muito arrastada e
cansativa em vários momentos. Achei que a autora enrolou demais com descrições,
além de detalhes bobos que não acrescentam nada na interação entre os
personagens. Muitos diálogos são jogados fora em conversas bobas durante o café
da manhã ou no trabalho dos personagens, e por aí afora. Outra falha que deixa
a trama em marcha lenta, é a ênfase dada pela escritora para personagens secundários.
Só continuei a leitura porque queria conhecer o tal
plot twist do século como as redes sociais alardeavam naquela época. E então,
chega a hora do tão comentado final. PQP!!! O meu queixo caiu!
Na trama, a assistente social Claudia Morgan-Brown
está prestes a realizar o sonho de sua vida: vai dar à luz uma menininha.
Apesar da ausência do marido ao longo da gravidez – James é oficial da Marinha
e fica semanas e até meses longe de casa –, ela mal pode esperar para segurar
seu bebê nos braços após várias tentativas e perdas.
Porém, as diversas tarefas de Claudia, além da
responsabilidade de cuidar dos gêmeos Oscar e Noah, filhos do primeiro
casamento de James, deixam o casal preocupado. A próxima partida de James se
aproxima, e eles decidem contratar uma babá.
Zoe Harper quer muito o emprego. Com as melhores
recomendações, ela conquista os gêmeos e se muda para o lar do casal. Mas
Claudia logo percebe que a mulher tem outros motivos para se aproximar da
família.
As suspeitas de Claudia se transformam em verdadeiro
terror quando começa a ocorrer uma série de ataques brutais a mulheres grávidas
na cidade. Bem, só posso contar até aí para não estragar o ‘plotaço
final’.
05
– O Casamento Perfeito (Jeneva Rose)
Este livro me obrigou a quebrar uma regra que eu
preservo há muito tempo que é a de não comentar sobre obras que eu ainda não
li. Mas o livro de Jeneva Rose está recebendo tantos elogios nas redes sociais,
se tornando quase uma unanimidade, que eu acabei optando por cometer essa
heresia (rs). Pesou ainda na balança o fato de um amigo meu – que já me indicou
livros fantásticos – ter lido a obra e adorado. “O Casamento Perfeito conseguiu me tirar de uma ressaca literária
brabíssima, além do mais o seu enredo tem a ‘vibe’ de Verity”, disse ele.
Portanto, resolvi incluí-lo nessa lista, mesmo ainda não o tendo lido.
Não há como negar que a sinopse da obra publicada nos
releases promocionais da Darkside tem, de fato, uma vibe semelhante ao thriller
psicológico de Colleen Hoover. Confiram aí e depois me respondam se concordam
ou não.
Sarah e Adam têm uma vida aparentemente perfeita em
Washington, capital dos Estados Unidos. Vivem em um local seguro e confortável,
usam roupas refinadas, frequentam bons restaurantes e podem se dar ao luxo de
manter uma segunda casa, à beira de um lago. No entanto, sob a superfície, nem
tudo é tão perfeito quanto parece.
Sarah é uma das melhores advogadas de defesa criminal
da cidade. Com um impecável histórico de casos, e tendo sido nomeada sócia da
firma antes dos 35 anos de idade, sua vida está indo exatamente como planejou.
Por outro lado, o mesmo não pode ser dito sobre seu marido, Adam, um escritor
fracassado que começa a se ressentir com o sucesso meteórico da esposa, e acha
que isso aconteceu à custa do relacionamento dos dois.
Durante quase dois anos, Adam manteve um segredo muito
bem guardado, mas tudo muda quando o corpo de uma mulher é descoberto na casa
do lago do casal e Adam é preso sob suspeita de assassinato. Sarah agora se vê
diante do caso mais desafiador de sua carreira, uma vez que se compromete a
defender o marido, mesmo depois de descobrir o que está por trás desse segredo,
pois acredita em sua alegação de inocência.
Meu amigo leitor me disse que a escrita de Jeneva Rose
faz com que você desconfie de todos os personagens. Acrescentou ainda que o
final é chocante.
Pois é, já inclui em minha lista de leituras.
06
– As Sobreviventes (Riley Sager)
Finalizo a nossa toplist com esse livro de Riley Sager
que eu li no final de 2022. Trata-se de um bom livro e com algumas semelhanças
com Verity.
No enredo escritor por Sager, a personagem Quincy
Carpenter sobreviveu a um crime terrível há dez anos, quando era estudante
universitária. Ela se tornou parte de um grupo de garotas sobreviventes com
histórias similares: Lisa, que perdeu nove amigas esfaqueadas, e Sam, que
enfrentou um assassino no hotel onde trabalhava. No entanto, Quincy bloqueou
suas memórias daquela noite traumática e seguiu em frente com uma vida
aparentemente normal.
Agora, quando Lisa é encontrada morta e Sam ressurge
em busca de respostas, Quincy é forçada a confrontar o passado e desvendar a
verdade. Recuperar suas memórias pode revelar segredos assustadores que ela
preferia não conhecer. Neste thriller psicológico, a busca pela verdade coloca
Quincy em perigo, enquanto ela luta para escapar da mídia e da polícia e
desvendar os mistérios que cercam sua vida e a de suas companheiras
sobreviventes.
As Sobreviventes pode ser definido como um livro sobre
três mulheres, que apesar de estranhas, são unidas por um laço macabro.
Taí; os leitores que adoraram Verity e agora, estão à procura de enredos com a mesma ‘vibe’, com
certeza encontrarão o que procuram nessas seis indicações literárias.
Bora ler?
06 maio 2025
Um veto cruel que precisa ser derrubado. Os aposentados por invalidez e pessoas com deficiência não mereciam tanto descaso
Sei que nem todos os seguidores do blog gostam quando
fujo das resenhas, listas, lançamentos e opiniões literárias e começo a publicar
temas bem distintos da proposta do “Livros e Opinião”, ou seja, quando começo a
viajar. “Viajadas” que eu batizei, carinhosamente, de “divagações”. Tanto é
verdade, que no início queria até colocar um link no menu do blog com esse
nome, mas Lulu achou que eu estaria fugindo muito da proposta dessa página;
acabei concordando. A saída para esse impasse foi a criação no menu do “Livros
e Opinião” de uma aba chamada “Pinceladas” onde publico as minhas divagações.
Pronto, expliquei; e agora deixe-me divagar um pouquinho
nesse espaço. Quero voltar a “falar” sobre o veto do governo federal ao Projeto
de Lei 5332 que beneficiaria mais de 9 milhões de aposentados por invalidez
permanente, incluindo aqueles que fazem parte do BPC Loas. ‘Volta e meia’ algum
amigo meu me questiona: “Jam, porque ‘abraçou’ essa causa se você não é
aposentado por invalidez?”. Pois é galera, é uma pergunta que eu ouço com uma
certa frequência.
O motivo de ter me engajado nessa luta para a
derrubada do chamado “Veto 38” foi que como jornalista tive a oportunidade de acompanhar
de perto o sofrimento dessa classe. Vi aposentados por invalidez permanente com
laudos médicos definitivos de peritos judiciais e também do próprio INSS, sendo
obrigados a se arrastarem até uma agência apoiados em seus cuidadores ou então
em uma cadeira de rodas para passarem por periciais revisionais humilhantes,
simplesmente para provarem que nunca mais terão condições de trabalho porque
possuem uma doença incapacitante e irreversível ou então uma deficiência.
* Seo perito, como vou poder voltar a exercer a minha profissão
se eu perdi uma perna.
* Doutor, não posso voltar ao trabalho porque fiquei
dependente desse andador para sempre.
* Doutor, o meu filho tem esquizofrenia grave. Ele tem
delírios de perseguição, ouve vozes e tem ideias de suicídio.
Agora imagine o absurdo das pessoas envolvidas nessas
três situações – até mesmo aquele paciente que perdeu uma perna - entregando
laudos médicos de especialistas que comprovam as suas limitações, além de
receitas médicas e etc.
Cara, não posso concordar com isso. É muita crueldade
com essas pessoas, por isso mesmo batizei o Veto 38/2024 de “Veto Cruel”. Tão
cruel que chega a ser surreal. Até agora, estou pasmado com a atitude do
presidente Lula que optou por vetar um Projeto de Lei (PL) tão importante como
esse. Tão importante que já havia sido aprovado por todos os deputados e
senadores, inclusive parlamentares da base do próprio governo. O PL 5332 passou
com louvores pelas duas Casas de Lei (Câmara e Senado) e quando todos tinham a
certeza da sua sanção presidencial, o governo veta o PL. Repito: juro que estou
pasmo até agora. Pasmo, pasmado – sei lá – e principalmente decepcionado.
Decepcionado porque o nosso presidente, em sua solenidade de posse, subiu a
rampa do Planalto tendo ao seu lado uma pessoa com deficiência. E agora, com
esse veto, a impressão que fica é que ele virou as costas para as pessoas com deficiências
e os aposentados por invalidez – conhecidos pela sigla PCD.
Confesso que fiquei decepcionado e muito triste com o
VETO 38 ao Projeto de Lei 5332 dado no dia 28 de novembro de 2024 pelo
presidente Lula. Os aposentados por invalidez permanente e as pessoas com
deficiência não mereciam isso. Só os familiares de um paciente com Esclerose
Lateral Amiotrófica, Parkinson, Esquizofrenia grave e evolutiva, Alzheimer e
outras doenças irreversíveis e incapacitantes para entender a gravidade desse
veto. Quero deixar claro que não se trata de uma questão partidária ou política,
mas de empatia.
Cobri casos de trabalhadores com esquizofrenia e
outros transtornos mentais que após terem passado por perícias médicas
constrangedoras, perderam não só o seu benefício mas também o seu tratamento,
pois sofreram recaídas e quase precisaram ser internadas; um advogado me contou
o caso de um pedreiro com problemas cardíacos que foi considerado apto ao
trabalho por um perito despreparado, ele voltou às suas funções e acabou sofreu
um ataque cardíaco. Cobri jornalisticamente casos de aposentados por invalidez
permanente com muitas dores e que mal se locomoviam sendo obrigados a deixar as
suas casas e percorrer uma longa distância escorado em seus cuidadores até
chegar a uma agência do INSS distante de suas moradias ou até mesmo em outras
cidades para serem periciados. Poderia citar outros casos, mas paro por aqui.
Estas pessoas já sofrem demais com as suas
enfermidades, então para que acrescentar mais uma cruz em seu calvário?
Infelizmente, ao vetar o PL 5332, Lula acabou dando
mais importância para um grupo de pessoas que tenta fraudar a Previdência ao
invés de pensar em milhares – mais de 9 milhões – de brasileiros que, de fato,
estão doentes e dependem desse benefício para a sua sobrevivência,
principalmente no que se refere a compra de medicamentos. O governo,
simplesmente, inverteu a lógica dos fatos, já que o correto e o mais humano
seria ter se preocupado em primeiro lugar com esses doentes.
Aqui cabe uma mensagem: “Sr. presidente, fique
tranquilo porque o INSS tem mecanismos eficazes para identificar fraudadores,
principalmente nos auxílios por incapacidade temporária (auxílios doenças), que
é onde se encontra o maior número de fraudes. Entenda que o PL 5332 que o sr.
vetou não vai atrapalhar em nada nesse sentido. Ele veio para mitigar o
sofrimento dos aposentados por invalidez permanente e daqueles que são portadores
de deficiência e não podem mais exercer as suas atividades profissionais. Por
isso, pense em primeiro lugar nessas pessoas, naquelas que dependem muito desse
benefício.”.
Por outro lado, fiquei muito feliz ao saber que vários
influenciadores digitais e youtubers também abraçaram essa causa o que deixa
evidente a grande indignação com esse veto.
Não há como negar que o PL 5332 traria maior qualidade
de vida aos brasileiros com doenças graves e deficiências permanentes. As
famílias não deveriam ser submetidas à burocracia desumana de levar pessoas com
sérias dificuldades de locomoção a perícias recorrentes para acessar um
benefício que garante o mínimo de dignidade humana.
Agora, no dia 27 de maio, o Congresso Nacional estará se
reunindo para analisar e votar vários vetos do governo e, com certeza, o Veto
38/2024 também estará no pacote. O Congresso tem o dever de corrigir essa
injustiça, garantindo que a avaliação biopsicossocial seja utilizada como
instrumento de inclusão e não como barreira ao acesso aos direitos dessas
pessoas.
Penso dessa
maneira e continuarei lutando para que esse “Veto Cruel” seja derrubado.