O menino do dedo verde

25 setembro 2024

Você julga um livro pela capa ou então, pelas suas condições de uso? Olha, eu gostaria de dizer que não, mas depois de topar com O Menino do Dedo Verde abandonado num canto da minha estante com as páginas amareladas, dobradas e grifadas, além da capa muito malconservada, juro que... não fiquei muito estimulado a ler a sua história.

Tinha ganhado o livro de uma colega de universidade que por motivo de mudança havia partilhado algumas de suas obras com outras pessoas mais próximas e eu fui um dos escolhidos. Coube a mim receber o livro todo “amassadinho” do escritor francês Maurice Druon.

Decidi encarar a obra depois de uns... acho que 20 anos. Acredita? Isso mesmo, vinte anos! Sempre que ‘batia’ os olhos naquele livrinho, o interesse em lê-lo não vinha. E assim, foi ‘rolando’ até há alguns atrás quando decidi encará-lo. Comecei folheando-o sem compromisso, mas então, fui me interessando pelas suas primeiras linhas, suas primeiras frases, seus primeiros parágrafos e pensei comigo: “Puxa! Porque demorei tanto tempo para ler essa joia?!

A história idealizada por Druon é maravilhosa e lembra muito outros dois livros: Meu Pé de Laranja Lima e O Pequeno Príncipe; mas acredito que se pareça bem mais com a obra de Jose Mauro de Vasconcelos.

Tistu, o menino do dedo verde é parecido em suas angustias e expectativas com Zezé, o protagonista de Meu Pé de Laranja Lima. Eles anseiam viver num mundo com menos sofrimento e tentam com todas as suas forças melhorar esse mundo nem que seja só um pouquinho.

O Menino do Dedo Verde me encantou, da mesma maneira que encantou milhares de jovens e adultos que tiveram a oportunidade de ler a sua história. O personagem idealizado por Druon se chama Tistu, um menino rico, que morava em uma mansão (Casa-que-brilha), em um lugar chamado Mirapólvora. Seus pais eram donos de uma fábrica de canhões – a maior do mundo.

Quando completou oito anos, ele foi para a escola, mas foi expulso no terceiro dia porque dormiu durante a aula. Seus pais, então, decidiram que estudaria fora da escola, observando a vida e tirando suas próprias conclusões. E já no primeiro dia dessa nova experiência, o garoto descobriu, com o jardineiro Bigode, que possuía um dom muito especial. 

Um momento emocionante que marcou a minha leitura foi o capítulo em que Tistu levado a conhecer uma prisão, passa o polegar por tudo e transforma a cadeia com flores incríveis. O mesmo acontece na favela, no meio da miséria que atinge tantas pessoas sofridas; no hospital, com as crianças doentes e infelizes; no zoológico, com os animais solitários e na guerra. Esse poder de transformação de Tistu tem um grande efeito em todos os lugares, mudando a ‘percepção de mundo’ das pessoas, fazendo que elas passem a reagir de uma maneira mais positiva.

Enfim, um livro muito especial. Pena ter descoberto isso tão tarde.

3 comentários

  1. Boas
    Dessa vez pensei: tenho de comentar. Porque tem uma coincidência entre o seu comentário e a minha relação também com esse livro. A coincidência é do tempo, só que no meu caso maior.
    Deixa eu explicar. Não sei em que série eu estava, acho que 3ª ou 4ª, e apareceu num livro didático um texto, e no final dizia ter sido retirado do livro "O Menino do Dedo Verde". E esse título, nem sei por que, ficou na minha cabeça. E fiquei claro, curioso de ler o livro. Mas na biblioteca da minha escola não tinha e na época outra maneira de conseguir o livro, difícil. Acho que desde esse dia o título sempre me deixou curioso.
    E, ano passado lá estava ele, numa oferta da Amazon, e pensei, por que não? E comprei junto com "Meu Pé de Laranja Lima" - olha só, também do seu post. E os dois tão aqui, novinhos, na minha estante. E a fila tá longa, e acredita, he, he, não li ainda.
    Abraço!!!

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    1. Oi Atas! Coincidência mesmo meu amigo! E por aí? Muito calor? Por aqui, está fervendo. 40 graus virou mania (rs). Atas, li os dois e adorei. Gostei tanto que já estou programando uma releitura para a obra de José Mauro de Vasconcelos.
      Um grande abraço!

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  2. Com esse teu incentivo acho que vou tomar vergonha e ler os dois, não este mês que estou com três leituras para finalizar.
    O tempo aqui - ao contrário do que possa ter aparecido na meteorologia em noticiários nacionais, esta semana está sendo bem amena, tipo 25, talvez chegando a 28 graus, meio nublado, ventinho. Neste momento está passando uma frente fria e a previsão é que o final de semana seja ameno.
    Até!

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