Você julga um livro pela capa ou então, pelas suas
condições de uso? Olha, eu gostaria de dizer que não, mas depois de topar com O Menino do Dedo Verde abandonado num
canto da minha estante com as páginas amareladas, dobradas e grifadas, além da
capa muito malconservada, juro que... não fiquei muito estimulado a ler a sua
história.
Tinha ganhado o livro de uma colega de universidade
que por motivo de mudança havia partilhado algumas de suas obras com outras
pessoas mais próximas e eu fui um dos escolhidos. Coube a mim receber o livro
todo “amassadinho” do escritor francês Maurice Druon.
Decidi encarar a obra depois de uns... acho que 20
anos. Acredita? Isso mesmo, vinte anos! Sempre que ‘batia’ os olhos naquele
livrinho, o interesse em lê-lo não vinha. E assim, foi ‘rolando’ até há alguns
atrás quando decidi encará-lo. Comecei folheando-o sem compromisso, mas então, fui
me interessando pelas suas primeiras linhas, suas primeiras frases, seus
primeiros parágrafos e pensei comigo: “Puxa! Porque demorei tanto tempo para
ler essa joia?!
A história idealizada por Druon é maravilhosa e lembra
muito outros dois livros: Meu Pé de
Laranja Lima e O Pequeno Príncipe;
mas acredito que se pareça bem mais com a obra de Jose Mauro de Vasconcelos.
Tistu, o menino do dedo verde é parecido em suas
angustias e expectativas com Zezé, o protagonista de Meu Pé de Laranja Lima. Eles anseiam viver num mundo com menos
sofrimento e tentam com todas as suas forças melhorar esse mundo nem que seja
só um pouquinho.
O
Menino do Dedo Verde me encantou, da mesma maneira que
encantou milhares de jovens e adultos que tiveram a oportunidade de ler a sua
história. O personagem idealizado por Druon se chama Tistu, um menino rico, que
morava em uma mansão (Casa-que-brilha), em um lugar chamado Mirapólvora. Seus
pais eram donos de uma fábrica de canhões – a maior do mundo.
Quando completou oito anos, ele foi para a escola, mas foi expulso no terceiro dia porque dormiu durante a aula. Seus pais, então, decidiram que estudaria fora da escola, observando a vida e tirando suas próprias conclusões. E já no primeiro dia dessa nova experiência, o garoto descobriu, com o jardineiro Bigode, que possuía um dom muito especial.
Um momento emocionante que marcou a minha leitura foi o
capítulo em que Tistu levado a conhecer uma prisão, passa o polegar por tudo e
transforma a cadeia com flores incríveis. O mesmo acontece na favela, no meio
da miséria que atinge tantas pessoas sofridas; no hospital, com as crianças
doentes e infelizes; no zoológico, com os animais solitários e na guerra. Esse
poder de transformação de Tistu tem um grande efeito em todos os lugares, mudando
a ‘percepção de mundo’ das pessoas, fazendo que elas passem a reagir de uma
maneira mais positiva.
Enfim, um livro muito especial. Pena ter descoberto
isso tão tarde.
3 comentários
Boas
ResponderExcluirDessa vez pensei: tenho de comentar. Porque tem uma coincidência entre o seu comentário e a minha relação também com esse livro. A coincidência é do tempo, só que no meu caso maior.
Deixa eu explicar. Não sei em que série eu estava, acho que 3ª ou 4ª, e apareceu num livro didático um texto, e no final dizia ter sido retirado do livro "O Menino do Dedo Verde". E esse título, nem sei por que, ficou na minha cabeça. E fiquei claro, curioso de ler o livro. Mas na biblioteca da minha escola não tinha e na época outra maneira de conseguir o livro, difícil. Acho que desde esse dia o título sempre me deixou curioso.
E, ano passado lá estava ele, numa oferta da Amazon, e pensei, por que não? E comprei junto com "Meu Pé de Laranja Lima" - olha só, também do seu post. E os dois tão aqui, novinhos, na minha estante. E a fila tá longa, e acredita, he, he, não li ainda.
Abraço!!!
Oi Atas! Coincidência mesmo meu amigo! E por aí? Muito calor? Por aqui, está fervendo. 40 graus virou mania (rs). Atas, li os dois e adorei. Gostei tanto que já estou programando uma releitura para a obra de José Mauro de Vasconcelos.
ExcluirUm grande abraço!
Com esse teu incentivo acho que vou tomar vergonha e ler os dois, não este mês que estou com três leituras para finalizar.
ResponderExcluirO tempo aqui - ao contrário do que possa ter aparecido na meteorologia em noticiários nacionais, esta semana está sendo bem amena, tipo 25, talvez chegando a 28 graus, meio nublado, ventinho. Neste momento está passando uma frente fria e a previsão é que o final de semana seja ameno.
Até!