Desenhos ocultos

11 setembro 2024

E lá vou eu novamente nadando contra a maré. Desenhos Ocultos de Jason Rekulak é praticamente uma unanimidade no Skoob, na Amazon, em quase todas as resenhas que li nos blogs; enfim, uma “unanimidade nacional”. Todos elogiam a sua linguagem fluída, mas os maiores aplausos ficam para o seu plot twist. A maioria - aliás, uma enoooorme maioria – dos leitores ficaram estupefatos com a reviravolta que acontece perto do final da narrativa. Mas no meu caso... não gostei. E por que não gostei? Como diz aquele velho ditado popular “fui com muita sede ao pote”.

Cara, após ler praticamente ‘todo o mundo’ comentando o final “bombástico” da trama, comecei a ler o livro com uma expectativa lá nas nuvens, não vendo a hora de chegar ao tão “famoso” plot twist. Eu só faltava engolir as páginas e então... chegou a comentada reviravolta e... me decepcionei.

Não estou querendo ‘dizer’ que essa reviravolta é muchiba ou ruim. Não. O que estou expondo é que se trata apenas de um plot comum, mas não bombástico. Talvez, um dos motivos da minha decepção tenha sido a minha expectativa que, de fato, estava muito alta. Bem; agora, não importa o motivo, a verdade é que o tão afamado plot não me impactou.

Desenhos Ocultos, na realidade, trabalha com três plot twists. Dois deles relacionados a mãe de um garoto; uma criança de cinco anos que tem o hábito de fazer estranhos desenhos. A mulher traz escondida em seu corpo uma tatuagem que ao ser revelada acaba fazendo com que o leitor descubra dois fatos importantes relacionados a vida do garoto. Podemos dizer que a descoberta da tatuagem é a porta de entrada para duas reviravoltas que irão esclarecer detalhes importantes sobre a vida da criança. Chamo essa primeira mudança repentina na trama de “reviravolta real”. Isto porque o livro traz ainda uma “reviravolta sobrenatural” intimamente ligada a origem dos desenhos. Inclusive, nesse ponto da história, o autor dá uma enganadinha nos leitores levando-o a acreditar numa teoria falsa para logo depois revelar a verdadeira origem dos tais desenhos ocultos.

Com relação a “reviravolta real” envolvendo Teddy – o garoto de cinco anos – e os seus pais, já vi, inclusive, alguns filmes que abordaram temática semelhante o que contribuiu para diminuir ainda mais o impacto.

Tudo bem; aí você me pergunta se o livro é ruim. Eu respondo que não. Como já coloquei no início dessa postagem, Desenhos Ocultos tem uma narrativa fluida que prende a atenção dos leitores até a chega dos plot – como já disse acima, para mim, decepcionantes. Durante a leitura, expectativas são criadas, os personagens são carismáticos, o autor é direto e não enrola, e os desenhos aumentam o clima de tensão. Bom... resumindo: o problema está apenas nos plot twists.

O livro de Rekulak narra a história de Mallory Quinn, uma jovem, recém saída da habilitação devido ao seu vício em drogas que consegue um emprego como babá na casa de um estranho casal mas que aos olhos da vizinhança levam uma vida perfeita. Sua principal função é tomar conta de Teddy, o filho de cinco anos do casal.

Mallory imediatamente se apaixona pelo trabalho, além disso constrói laços sinceros com Teddy, um menino doce e tímido que nunca abandona o seu caderno, o seu lápis e os seus desenhos que com o passar do tempo vão se tornando cada vez mais macabros.

Ah! Já ia me esquecendo: perto do final do livro há uma perseguição que certamente fará com que os leitores prendam o folêgo de tanto suspense.

O meu conselho para aqueles que ainda não leram a obra é que não criem expectativas exageradas quanto aos plots. Seguindo esse conselho, acredito que terão pela frente uma boa história.

 

 

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