Batman: O Cavaleiro das Trevas – Edição Definitiva

17 julho 2024

Gente, eu era louco, completamente louco por histórias em quadrinhos na minha infância e pré-adolescência. O meu herói preferido era o Cruzado Encapuzado ou simplesmente Batman. Passava grande parte do meu tempo na saudosa banca de revistas do ‘seo’ Luiz ‘viajando’ com as capas maravilhosas da editora Ebal; capas que me enchiam de coragem para pedir aos meus pais que comprassem não um, mas dois ou três gibis; mas tinham que ser do Batman. E eles compravam; minha mãe mais maleável, mas o meu pai também não se opunha, desde que “aquelas revistinhas com capas esquisitas” não atrapalhassem os meus estudos. E assim, lá ia eu para casa, todo feliz da vida, com os meus gibis pronto para mergulhar na leitura.

Esta fase dos quadrinhos passou até que rapidamente. Depois de pouco tempo fui perdendo o interesse e mergulhando de cabeça nos livros; hábito que cultivo até hoje. Mas, recentemente, tive uma recaída e bateu uma crise de abstinência danada; abstinência de ler uma HQ e adivinhem de quem? Claro, do Batman. Resolvi acabar com essa crise comprando Batman, O Cavaleiro das Trevas – Edição Definitiva. Escolhi esse título porque todos os fãs do Homem-Morcego, além da critica especializada, retratam essa história como a melhor de todos os tempos sobre o personagem; mais do que isso, um verdadeiro cânone no mundo das HQs.

Escrita e desenhada por Frank Miller, Batman: O Cavaleiro das Trevas foi lançado no início de 1986, originalmente como uma minissérie em quatro edições. Em pouco tempo passou a ser considerada uma das pedras angulares dos quadrinhos modernos.

Esta HQ fez tanto sucesso, mas tanto sucesso que 15 anos depois, em 2001, Frank Miller resolveu atender aos insistentes pedidos da galera que havia devorado as páginas de O Cavaleiro das Trevas e escrever uma sequência em uma nova minissérie que se chamaria simplesmente O Cavaleiro das Trevas 2.

Em dezembro de 2006, a editora Panini decidiu reunir as duas histórias de Miller numa edição única que foi batizada de Batman, O Cavaleiro das Trevas – Edição Definitiva. Não preciso dizer que o lançamento da Panini bombou em vendas, alcançando o topo das listas de obras mais vendidas no Brasil.

Com tantas referências positivas, cheguei à conclusão de que a obra que reunia as duas histórias antológicas de Miller seria o remédio ideal para matar a minha crise de abstinência de quadrinhos.

Sinceridade na minha análise? Adorei a primeira parte, mas... detestei a segunda. Em O Cavaleiro das Trevas – Parte I vemos um Batman de 50 anos que volta a ativa depois de sua aposentadoria. Foi muito interessante ver um herói antológico que conheci em minha infância - no auge de sua forma física - socando vilões e driblando armadilhas com uma enorme destreza e agilidade, agora, muito mais velho – quase vovô. O Batman de Miller havia perdido a força, a agilidade e a destreza da juventude. Ele não conseguia mais saltar de telhados em segurança, socar os inimigos com tanta força, porém esse herói envelhecido estava muito mais brutal, sanguinário e experiente.  

É esse Batman muito diferente daquele que nós havíamos conhecido no passado que retorna a Gotham City quando a cidade enfrenta uma onda incontrolável de criminalidade.

Em seu primeiro combate, Batman é literalmente arrebentado por um perigoso vilão, uma verdadeira montanha de músculos. Mas depois de “lamber as suas feridas”, o Cavaleiro das Trevas” retorna mais violento do que nunca e se redime da surra que levou, numa verdadeira redenção que me fez dar vários socos no ar, só faltando gritar Ipi Hurra!.

Paralelamente a isso, ao saber do retorno de Batman, o Coringa, considerado o seu pior inimigo, sai de seu estado catatônico e é convidado a dar uma entrevista para um canal de televisão em Gotham City. Durante o programa, o vilão acaba criando um verdadeiro caos colocando em risco a vida de todos os habitantes de Gotham. Pronto; lá vai o cruzado encapuzado novamente à caça de seu arqui-inimigo.

Durante o enredo, outros vilões conhecidos aparecem aprontando da suas e a cada página virada, vemos um Batman cada vez mais brutal e violento. Dessa forma, o governo americano passa a ver o Homem Morcego mais como um inimigo do que como um amigo. Temendo que o herói perca totalmente o controle, ele decide chamar o Superman para conter o Morcego que voltou de sua aposentadoria querendo “chutar o barraco”. A partir daí passamos a ter um combate épico envolvendo o maior detetive do mundo contra o homem mais forte do mundo.

Cara, um enredo fenomenal. Fiquei ligado na história do começo ao fim, mas então chegou a segunda parte e... broxei.

Não gostei: enredo estranho, desenhos também estranhos, para não ‘dizer’ ruins. Achei a história desconexa e como já citei acima: estranha. Três anos depois da suposta morte do Batman, em O Cavaleiro das Trevas, os Estados Unidos são governados pelo presidente Rickard, que não passa de um fantoche digital de Lex Luthor. Por isso, o país vive num regime praticamente fascista. Os antigos super-heróis estão afastados e assistem a tudo impassíveis até que “a ficha cai” e eles decidem se reunir

Após essa reunião, surgem velhas rixas entre esses super-heróis que precisam ser solucionadas com a ajuda do Homem-Morcego. Ehehehe! Já deu pra perceber que ele não morreu, né?

No mais temos um Coringa novo, chato pra caramba; além de um novo, ou melhor, uma nova Robin que não agradam. Ah! Não posso me esquecer ainda do Braianic, um vilão que também ficou chato pra dedéu.

Resumindo: uma primeira parte primorosa, mas uma segunda parte decepcionante.

Inté galera!

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