Gente,
eu era louco, completamente louco por histórias em quadrinhos na minha infância
e pré-adolescência. O meu herói preferido era o Cruzado Encapuzado ou
simplesmente Batman. Passava grande parte do meu tempo na saudosa banca de
revistas do ‘seo’ Luiz ‘viajando’ com as capas maravilhosas da editora Ebal;
capas que me enchiam de coragem para pedir aos meus pais que comprassem não um,
mas dois ou três gibis; mas tinham que ser do Batman. E eles compravam; minha
mãe mais maleável, mas o meu pai também não se opunha, desde que “aquelas
revistinhas com capas esquisitas” não atrapalhassem os meus estudos. E assim,
lá ia eu para casa, todo feliz da vida, com os meus gibis pronto para mergulhar
na leitura.
Esta
fase dos quadrinhos passou até que rapidamente. Depois de pouco tempo fui
perdendo o interesse e mergulhando de cabeça nos livros; hábito que cultivo até
hoje. Mas, recentemente, tive uma recaída e bateu uma crise de abstinência
danada; abstinência de ler uma HQ e adivinhem de quem? Claro, do Batman. Resolvi
acabar com essa crise comprando Batman, O
Cavaleiro das Trevas – Edição Definitiva. Escolhi esse título porque todos
os fãs do Homem-Morcego, além da critica especializada, retratam essa história
como a melhor de todos os tempos sobre o personagem; mais do que isso, um
verdadeiro cânone no mundo das HQs.
Escrita
e desenhada por Frank Miller, Batman: O
Cavaleiro das Trevas foi lançado no início de 1986, originalmente como uma
minissérie em quatro edições. Em pouco tempo passou a ser considerada uma das
pedras angulares dos quadrinhos modernos.
Esta
HQ fez tanto sucesso, mas tanto sucesso que 15 anos depois, em 2001, Frank
Miller resolveu atender aos insistentes pedidos da galera que havia devorado as
páginas de O Cavaleiro das Trevas e
escrever uma sequência em uma nova minissérie que se chamaria simplesmente O Cavaleiro das Trevas 2.
Em
dezembro de 2006, a editora Panini decidiu reunir as duas histórias de Miller
numa edição única que foi batizada de Batman,
O Cavaleiro das Trevas – Edição Definitiva. Não preciso dizer que o
lançamento da Panini bombou em vendas, alcançando o topo das listas de obras
mais vendidas no Brasil.
Com
tantas referências positivas, cheguei à conclusão de que a obra que reunia as
duas histórias antológicas de Miller seria o remédio ideal para matar a minha
crise de abstinência de quadrinhos.
Sinceridade
na minha análise? Adorei a primeira parte, mas... detestei a segunda. Em O Cavaleiro das Trevas – Parte I vemos
um Batman de 50 anos que volta a ativa depois de sua aposentadoria. Foi muito
interessante ver um herói antológico que conheci em minha infância - no auge de
sua forma física - socando vilões e driblando armadilhas com uma enorme
destreza e agilidade, agora, muito mais velho – quase vovô. O Batman de Miller havia
perdido a força, a agilidade e a destreza da juventude. Ele não conseguia mais
saltar de telhados em segurança, socar os inimigos com tanta força, porém esse
herói envelhecido estava muito mais brutal, sanguinário e experiente.
É
esse Batman muito diferente daquele que nós havíamos conhecido no passado que
retorna a Gotham City quando a cidade enfrenta uma onda incontrolável de
criminalidade.
Em
seu primeiro combate, Batman é literalmente arrebentado por um perigoso vilão,
uma verdadeira montanha de músculos. Mas depois de “lamber as suas feridas”, o
Cavaleiro das Trevas” retorna mais violento do que nunca e se redime da surra
que levou, numa verdadeira redenção que me fez dar vários socos no ar, só
faltando gritar Ipi Hurra!.
Paralelamente
a isso, ao saber do retorno de Batman, o Coringa, considerado o seu pior
inimigo, sai de seu estado catatônico e é convidado a dar uma entrevista para
um canal de televisão em Gotham City. Durante o programa, o vilão acaba criando
um verdadeiro caos colocando em risco a vida de todos os habitantes de Gotham.
Pronto; lá vai o cruzado encapuzado novamente à caça de seu arqui-inimigo.
Durante
o enredo, outros vilões conhecidos aparecem aprontando da suas e a cada página
virada, vemos um Batman cada vez mais brutal e violento. Dessa forma, o governo
americano passa a ver o Homem Morcego mais como um inimigo do que como um
amigo. Temendo que o herói perca totalmente o controle, ele decide chamar o
Superman para conter o Morcego que voltou de sua aposentadoria querendo “chutar
o barraco”. A partir daí passamos a ter um combate épico envolvendo o maior
detetive do mundo contra o homem mais forte do mundo.
Cara,
um enredo fenomenal. Fiquei ligado na história do começo ao fim, mas então
chegou a segunda parte e... broxei.
Não
gostei: enredo estranho, desenhos também estranhos, para não ‘dizer’ ruins.
Achei a história desconexa e como já citei acima: estranha. Três anos depois da
suposta morte do Batman, em O Cavaleiro
das Trevas, os Estados Unidos são governados pelo presidente Rickard, que
não passa de um fantoche digital de Lex Luthor. Por isso, o país vive num
regime praticamente fascista. Os antigos super-heróis estão afastados e
assistem a tudo impassíveis até que “a ficha cai” e eles decidem se reunir
Após
essa reunião, surgem velhas rixas entre esses super-heróis que precisam ser
solucionadas com a ajuda do Homem-Morcego. Ehehehe! Já deu pra perceber que ele
não morreu, né?
No
mais temos um Coringa novo, chato pra caramba; além de um novo, ou melhor, uma
nova Robin que não agradam. Ah! Não posso me esquecer ainda do Braianic, um
vilão que também ficou chato pra dedéu.
Resumindo:
uma primeira parte primorosa, mas uma segunda parte decepcionante.
Inté
galera!
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