8 curiosidades interessantes sobre o filme e o livro “Cujo” de Stephen King

25 julho 2024

Não só li o livro de Stephen King como também assisti ao filme dirigido por Lewis Teague. Gostei dos dois; aliás, com exceção do final, a roteirista Lauren Currier seguiu ao pé da letra o enredo escrito por King, optando por fazer poucas mudanças na história que ‘rolou’ nos cinemas. 

O livro (ver resenhas aqui e aqui) foi adaptado para as telonas em 1983 e não decepcionou os fãs, apesar de alguns críticos terem torcido o nariz para a produção. Aliás, não sei o porquê dessa decepção, já que o filme mantém o mesmo clima do livro e com atuações que não chegam a comprometer a obra cinematográfica.

Mas vamos ao que interessa nesta postagem, ou seja, revelar curiosidades interessantes sobre o livro e o filme Cujo. Vamos nessa.

01 - King enfrenta “Cujo”

Em sua juventude, quando escreveu Cujo, Stephen King encontrou sua inspiração para o enredo ao ficar cara a cara com um enorme cachorro não muito amigável da raça São Bernardo.

Tudo começou quando a sua moto Harley-Davidson teve alguns problemas e o escritor a levou numa oficina que era muito afastada da cidade para o concerto. Ao chegar na tal oficina que funcionava num isolado galpão em uma também isolada propriedade rural, eis que sai do local um enorme são-Bernardo que começa a rosnar com a cara de poucos amigos para o escritor. Segundo o dono, o animal que se chamava Browser e não Cujo, nunca tinha ousado atacar ninguém, apenas King.

Com isso, sua mente mirabolante começou a questionar como seria se um  cachorro daquele porte começasse a atacar todos com extrema ferocidade ou ainda se ele ou sua mulher Tabitha estivesse num carro – ao invés da moto – e esse carro parasse de funcionar naquela oficina isolada com o enorme cachorro e sem a presença do mecânico.

Também foi preponderante para a formação do enredo na cabeça do autor, uma notícia publicada no jornal local de Portland. O artigo contava a história de um São Bernardo que atacou uma criança pequena. Os cachorros da raça são conhecidos por serem calmos e obedientes. E o contraste entre o temperamento normalmente dócil e a agressividade causada pela raiva é com certeza um dos maiores terrores do livro.

02 – Cachorros treinados, fantoche e ator fantasiado

Para as filmagens de “Cujo” foram necessários cinco cachorros treinados, um fantoche mecânico e um ator fantasiado de São Bernardo.

Karl Miller – adestrador de cães – que trabalhou no filme, sempre foi contra a ideia de utilizar São Bernardos. Para ele, trata-se de uma raça impossível de adestrar e isso não daria certo para o filme. No final, ele foi voto vencido, mas os seus esforços valeram a pena, já que os quatro cães São Bernardo que se revezaram no filme se saíram muito bem em suas atuações.

A produção usou ainda um ator chamado Gary Morgan, vestido numa roupa de cachorro — que rendeu fotos incríveis nos bastidores, além de uma cabeça mecânica simulando a cabeça verdadeira de um São Bernardo.

03 – Ataques verdadeiros ao carro

Uma curiosidade interessante que alguns cinéfilos desconhecem é que as cenas de ataques no momento em que as personagens Donna e Tad estão dentro do carro foram cenas de ataques reais — mas muito menos sanguinolentas do que podemos imaginar.

Para garantir que os cães se chocassem contra o veículo, Karl Miller e sua equipe de adestradores deixaram os brinquedos preferidos dos cães São Bernardo dentro do carro. Dessa forma, eles ficariam desesperados para apanhar os seus brinquedinhos.

ATENÇÃO! A SEGUIR, SPOILER !!

04 – King concordou com o final diferente do filme

Galera, antes de continuar quero alertar sobre um spoiler violento, tanto do livro quanto do filme, que irei revelar. Portanto leiam por sua conta e risco. Como escrevi no início dessa postagem o final do filme é completamente diferente do livro. Falando abertamente... Antes, novamente, fica aqui, o último aviso de spoiler. Pensem bem se irão querer ler as próximas linhas. 

Lá vai: no livro, Tad, o filho de Donna acaba morrendo de desidratação por causa do forte calor, já que eles estão presos dentro do carro por causa do cão raivoso. Já no filme, o personagem consegue sobreviver. King concordou com o final mais ameno da produção cinematográfica para não chocar tanto os cinéfilos.

MAIS UM SPOILER, MAS SE VOCÊ JÁ LEU O ANTERIOR, FIQUE TRANQUILO; ESSE NÃO IRÁ FAZER DIFERENÇA.

05 – Cartas de ódio

O autor revelou que recebeu muitas cartas de ódio de seus leitores por ter decidido matar Tad no final do livro. Cartas que afinal, ele recebe até hoje, mesmo tendo escrito o romance há quase quatro décadas e meia.

Na minha opinião trata-se de um dos finais mais tensos e pesados no que se refere a carga emocional. Mexe muito com a sensibilidade dos leitores.

06 – Cujo arranca o nariz da dublê

Durante uma das cenas mais perigosas de ataque de Cujo contra Donna, a atriz foi substituída pela dublê Jean Coulter. Um dos cachorros chamado Cubby, foi treinado para atacar Coulter logo que ela avançasse em sua direção, e o cão conseguiu acertar a tomada de primeira. Mas, assim que ouviu o “corta!” vindo da equipe, a dublê comemorou dando um pulo para frente. Cubby então a atacou, mordendo seu nariz e arrancando um pedaço. A dublê foi levada para o hospital, onde recolocaram a parte arrancada.

07 – Chapadão quando escreveu Cão Raivoso

King já declarou publicamente não se lembrar de ter escrito Cujo por tê-lo feito no auge de seu vício em cocaína. Atualmente sóbrio há décadas, o autor já sofreu muito na trajetória devido ao abuso de substâncias, principalmente o álcool e a cocaína. E foi durante essa fase crítica que nasceu “Cujo”.

São conhecidas as histórias de como o primeiro filme dirigido por ele, Maximum Overdrive(1986) e o livro Os Estranhos (1987), considerados algumas das piores obras de King, foram feitas enquanto ele estava consumindo muita cocaína. Acontece que ele também fez Cujo um dos melhores livros da carreira nessa época, mas o autor estava tão chapado que nem se lembra de ter escrito o romance. O livro publicado originalmente em 1981 se tornou um dos best-seller de King mais aclamados pela crítica e favorito de muitos fãs.

08 – Frio amenizado por aquecedores

O filme foi gravado na California durante o inverno quando fazia um frio absurdo, mas acontece que o clima escolhido para o filme era o calor. Resultado: a produção teve que se virar para conseguir um grande número de aquecedores para serem usados em várias cenas, incluindo o interior do carro onde os personagens vividos por Dee Wallace e Danny Pintauro  estavam sofrendo pelas temperaturas elevadas.

Imagine só o choque térmico que esses dois atores sofreram: um frio absurdo regado com um calor também absurdo. Trocas de temperatura que aconteciam num curto espaço de tempo e de maneira constante. Dee Wallace revelou que sofreu muito durante essas tomadas.

Taí galera, por hoje é só!

 

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