“Novembro de 63”, uma releitura viciante. Devorei o livro... novamente

20 janeiro 2023

Sempre comento com os meus amigos que Novembro de 63 de Stephen King é tão bom, mas tão bom que apesar de já conhecermos o seu final emocionante, a releitura da obra é prazerosa ao máximo como se estivessemos lendo pela primeira vez. Aliás, conheço pessoas que já releram esse livro pelo menos três vezes e já estão se preparando para relê-lo pela quarta vez. Exagero? De maneira alguma. Só mesmo aqueles que conhecem a saga de Jake Epping e Sadie Dunhill para entender isso. 

Mas não apenas os personagens de Novembro de 63 que cativam a atenção do leitor; o enredo também. Misturar ação, romance, teorias de conspiração, personagens reais e fictícios tendo como plot principal um dos momentos históricos mais conhecidos em todo o mundo - o assassinato do presidente americano John F. Kennedy em, 22 de novembro de 1963 (daí a origem do título do livro) - foi um golpe de mestre de King. Agora imagine esse ‘prato dos sonhos de qualquer devorador de livros’ acompanhado de uma sobremesa deliciosa chamada: “viagem no tempo”.

O mestre do terror preparou um dos enredos mais fantásticos de toda a sua carreira de escritor. Tanto é que grande parte dos leitores consideram Novembro de 63 o seu melhor livro. Na minha opinião toda e qualquer história em que personagens fictícios se interagem com personagens reais não tem como deixar de ser interessante. King foi mais além nessa interação envolvendo Jake Epping, Sadie Dunhill, John Kennedy, Lee Harvey Oswald, Marina Oswald Porter e outros. Ele brincou (no bom sentido) com um dos momentos mais marcantes da história política dos americanos. Até hoje especula-se se, de fato, foi Lee Oswald que disparou o tiro que matou um dos presidentes mais populares dos Estados Unidos. Várias teorias da conspiração dão conta de que o assassinato de Kennedy pode ter sido planejada e executada pela CIA, por mafiosos ou então soviéticos. King aguça a curiosidade dos seus leitores ao “brincar” com essas teorias.

Jake Epping (James Franco) e Sadie Dunhill (Sarah Gadon) 

Agora imagine se você pudesse voltar no tempo para tentar impedir o assassinato de Kennedy. Perguntas óbvias que surgem ao pensarmos nessa hipótese imaginária são as seguintes: ‘Se JFK conseguisse sobreviver e continuar à frente da presidência de uma das maiores potências mundiais, as mudanças que ocorreriam no futuro seriam boas ou ruins?’ ‘Ele concordaria em enviar soldados americanos para lutarem na Guerra do Vietnã? Qual seria a sua posição com relação a esse conflito?’ ‘Com o futuro sendo alterado, haveria o risco de uma guerra nuclear?’

King explora todas essas possibilidades em sua narrativa. Ele “brinca” até mesmo com os Beatles. Verdade! No livro, após tentar intervir no futuro, Jake Epping acabou mudando o destino dos quatro garotos de Liverpool.

Cara, uma história com tantos argumentos indo parar nas mãos de um mestre da escrita como King só poderia se transformar num enorme sucesso e foi o que aconteceu com Novembro de 63 que acabou virando um fenômeno de vendas.

O sucesso da obra foi tanto que deu origem a uma série que bombou em 2016 no streaming: “11.22.63”. O drama com toques de ficção científica baseado no best-seller homônimo de Stephen King arrebentou em audiência, inicialmente, no AMC Brasil; hoje, também pode ser vista no Amazon Prime Video. James Franco interpreta o personagem Jake Epping que encontra uma forma de viajar no tempo para tentar impedir a morte de JFK; Sarah Gordon é Sadie Dunhill, Daniel Webber faz Lee Harvey Oswald e Lucy Fry é Marina Oswald.

Reli o livro e adorei; agora estou me preparando para maratonar a série de TV.

 

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