Um livro + um filme com plot twists que me impactaram (Parte II)

05 junho 2024

Estou aqui, novamente, galera. Na postagem anterior publiquei a primeira parte da lista de 10 livros e filmes com plot twists surpreendentes, daqueles que, de fato, impactam. Espero que os dois listões ajudem tanto os leitores quanto os cinéfilos na escolha de um livro ou filme.

Convido também os seguidores e demais visitantes do blog a deixar em seus comentários, sugestões de outros livros ou produções de cinema com plot twists impactantes. Sem mais delongas vamos para a conclusão da nossa lista com a publicação de mais cinco obras literárias e cinematográficas. Vou seguir a sequência do post anterior (ver a parte I aqui)

06 – Por trás de seus olhos e Corra!

Livro: Por trás de seus olhos (Sarah Pinborough)

Na minha opinião, a melhor definição para o plot twist de Por trás de seus olhos é “fora da casinha”. Que plot louco. Aliás, muito, mas muito louco; além da conta; surreal, na verdade. Sei lá como poderia definir aquilo.

O enredo criado por Sarah Pinborough é excelente e consegue prender o leitor. A sua narrativa cria em nós expectativas dúbias com relação aos personagens. Você não sabe quem está mentindo, quem está falando a verdade, enfim, quem é o gato ou o rato.

Então, quando os segredos desses personagens começam a ser desvendados, principalmente os segredos sinistros do estranho casal David e Adele, o leitor fica piradão porque a sua curiosidade cresce de tal maneira, ao ponto de você ir ‘engolindo’ as páginas para descobrir o que fulana ou sicrano estão tramando.

Mas aí, no ápice do enredo vem aquele final louco da porr... O que foi aquilo cara?!! Acho que a autora estava ‘mutcho loka’ naquele momento. Apesar de ter ficado completamente estonteado com aquele plot twist, gostei bastante do livro.

Informações técnicas

Editora: Intrínseca

Edição: 2017

Capa: Brochura

Páginas: 352

Dimensões: ‎ 23.2 x 15 x 2.2 cm

Filme: Corra! (Jordan Peele)

Vamos lá; vou tentar encontrar uma definição para a reviravolta que acontece perto do final no filme dirigido por Jordan Peele. Com certeza, o termo que mais se encaixaria seria: sombrio. Isto mesmo, achei aquele plot twist hiper-sombrio. Gostei bastante; apesar de vários cinéfilos não terem gostado.

Os melhores pontos do filme estão na construção do seu protagonista e em como a narrativa consegue envolver o público em uma atmosfera sufocante de perigo. São esses dois pontos – além do plot twist - que fizeram o público sair extasiado dos cinemas na época do lançamento do filme.

A atmosfera de perigo e tensão deixa quem assiste incomodado, nervoso e então, quando o personagem principal descobre o “balaio de gato” que se meteu, viche! Essa atmosfera enervante do filme explode.

Na trama, o personagem Chris (interpretado pelo ator britânico Daniel Kaluuya) é um jovem negro que está prestes a conhecer a família de sua namorada caucasiana Rose (Allison Williams). A princípio, ele acredita que o comportamento excessivamente amoroso por parte da família dela é uma tentativa de lidar com o relacionamento de Rose com um rapaz negro, mas, com o tempo, Chris percebe que a família esconde algo muito mais perturbador. E quando descobre qual é essa aura perturbadora que a família de sua namorada consegue esconder muito bem... sai de baixo!

Informações técnicas

Ano de lançamento: 2017

Gênero: Terror/Suspense

Duração: 104 minutos

Elenco: Daniel Kaluuya, Alisson Williams, Catherine Keener, Bradley Whitford e Caleb Landry Jones

07 – Não conte a ninguém e Um sonho de liberdade

Livro: Não conte a ninguém (Harlan Coben)

Toda vez que vou comentar algo sobre o livro de Harlan Coben tenho o hábito de fazer uma analogia com um bolo de várias camadas; em cada uma delas, um recheio diferente. Por isso mesmo, cada uma dessas camadas apresenta uma surpresa para o nosso paladar. “Entonce”, esta é a melhor definição que encontro para Não Conte a Ninguém, considerado, até agora o melhor livro de toda a sua carreira literária de Coben.

Não Conte a Ninguém não é aquele livro que você vai lendo, vai lendo e  pensando apenas na chegada do plot twist final. Pelo contrário, a obra de Coben tem várias reviravoltas ao longo da trama que vão preparando o leitor para o grand finale. E quando esse grand finale chega... Coben em menos de meia página, arremata a história de uma maneira que deixa qualquer leitor de queixo caído. Este plot twist “miserável” (no bom sentido) muda grande parte do que você já tinha lido, além de alterar algumas reviravoltas anteriores. Não esperava de maneira alguma por aquela reviravolta no final da trama.

Não conte a ninguém foi um marco na carreira do escritor e até hoje é o seu livro mais popular.

No enredo, bem resumidamente, quando a mulher do conhecido médico Dr. David Beck é brutalmente assassinada, ele se torna o principal suspeito. Entretanto, por falta de provas, o caso acaba sendo fechado. Oito anos se passam e a polícia faz uma nova descoberta no local em que o corpo da mulher foi encontrado: dois cadáveres, que são motivo suficiente para reabrir o caso - e para lançar novas suspeitas sobre David Beck.

Como já expliquei acima, imagine, o enredo desse romance como um delicioso bolo com várias camadas de sabores diferentes, cada um desses sabores... um plot twist saboroso.

Informações técnicas

Editora: Arqueiro

Edição: 2009

Capa: Brochura

Páginas: 256

Dimensões: 22.8 x 15.6 x 1.8 cm

Filme: Um sonho de liberdade (Frank Darabont)

O plot twist no final do filme “Um sonho de liberdade” baseado em um conto escrito por Stephen King é estupidamente delicioso. Você gosta de uma cervejinha? Já tomou uma estupidamente gelada? Então, imagine a reviravolta final do filme de Frank Darabont (“O Nevoeiro”, também do Tio King) como sendo essa cervejinha que você toma com muito prazer. Uma reviravolta inteligente, emocionante e mais do que redentora.

“Um sonho de liberdade” se passa em 1947, quando o banqueiro Andy Dufresne (Tim Robbins) é condenado pelo assassinato de sua esposa e do amante dela, sendo sentenciado a duas prisões perpétuas a serem cumpridas na Penitenciária Estadual de Shawshank. Lá, ele fica amigo do contrabandista Ellis Boyd "Red" Redding (Morgan Freeman), outro detento que também está servindo em prisão perpétua. "Red" adquire um pequeno martelo de geólogo e depois um pôster de Rita Hayworth a pedido de Andy. Quando você descobre o porquê desse pedido, vem a deliciosa surpresa, o delicioso plot twist a ser saboreado com “ares” de uma cervejinha estupidamente gelada.

Informações técnicas

Ano de lançamento: 1994

Gênero: Drama

Duração: 142 minutos

Elenco: Morgan Freeman e Tim Robbins

08 – Pequenas grandes mentiras e O sexto sentido

Livro: Pequenas grandes mentiras (Liane Moriarty)

A leitura de Pequenas grandes mentiras é bem fluida e a trama reserva algumas reviravoltas incluindo o plot twist final bem ao estilo “Hercule Poirot”. Não tem como não fazer uma analogia com os livros do famoso detetive belga escritos por Agatha Christrie. Não estou querendo dizer que Moriarty “implantou” em seu enredo um detetive para solucionar um crime que acontece logo no início da história, mas só é esclarecido no final. Nada disso; esqueça o detetive inteligente e com uma alta capacidade de dedução. O que estou querendo explicar é que nas últimas páginas de Pequenas grandes mentiras a autora reúne todos os principais personagens num local – uma varanda, para ser mais específico – e então, pimba! O culpado pela morte de fulano é revelado. Mais do que isso, o nome da vítima também é revelado. 

Taí! Méritos para Moriarty que conseguiu criar dois plot twists finais numa tacada só: a revelação do nome do criminoso (a) e também do nome da vítima. Bem diferente dos livros policiais onde a vítima é conhecida logo no início, deixando os holofotes para o seu algoz que é revelado apenas no “The End” da trama.

Achei esse estilo de criação de um plot twist muito interessante. Prende bem mais a nossa atenção.

Informações técnicas

Editora: Intrínseca

Edição: 2015

Capa: Brochura

Páginas: 400

Dimensões: 22.8 x 16 x 2.2 cm

Filme: O sexto sentido (M. Night Shyamalan)  

 

 “O sexto sentido” imortalizou a frase: “Eu vejo gente morta” pronunciada pelo, na época, garoto Joel Osment que viveu nas telas uma criança que via o espírito de pessoas mortas à sua volta.

Juro que pensei duas, três, quatro e até mesmo cinco vezes se colocaria ou não nessa lista o filme de M. Night Shyamalan. Não que o filme seja ruim, muito longe disso; o motivo foi apenas a possível falta de interesse que os cinéfilos passaram a ter pela produção. Este fenômeno curioso aconteceu por culpa do seu estrondoso sucesso que invadiu as redes sociais e as mídias de um modo geral, fazendo com que ao longo desses 25 anos, o seu final tão impactante deixasse de ser tão impactante por causa dos inúmeros spoilers que rolaram no boca a boca e também nas redes. Aliás, memes sobre “O Sexto Sentido” é o que não faltam nos Faces, Insta e X “da vida”. Mas para aqueles que ainda não conhecem o final da trama de Shyamalan, podem se preparar para o impacto. Mas tudo bem, decidi por incluir o filme na lista e aí está ele.

“O sexto sentido” traz Bruce Willis no papel de um conceituado psicólogo infantil, Dr. Malcolm Crowe, que vive atormentado pela terrível lembrança de um jovem paciente que ele não foi capaz de ajudar no passado. Quando o psicólogo encontra Cole Sear (Haley Joel Osment), um garoto de 8 anos assustado e confuso, com um problema similar, Dr. Crowe procura redimir seu erro do passado, fazendo tudo que pode pelo menino. A surpresa final para os poucos cinéfilos que ainda a desconhecem é um soco no estômago. Pontos para M. Night Shyamalan.

Informações técnicas

Ano de lançamento: 1999

Gênero: Drama/Suspense

Duração: 107 minutos

Elenco: Bruce Willis, Haley Joel Osment e Toni Collette)

09 – As sobreviventes e Clube da luta

Livro: As sobreviventes (Riley Sager)

As sobreviventes é mais um exemplo de livro com várias reviravoltas e não apenas com um plot twist final. Apesar de ter descoberto o último plot algumas páginas antes do “the end” não posso negar que a trama criada por  Riley Sager prendeu bastante a minha atenção. Mesmo tendo “matado” o plot twist principal do romance, ele é fantástico e por isso, torço para aqueles que forem ler o livro que não o descubram antes.

As sobreviventes tem outras reviravoltas menores no decorrer da trama que também provocam surpresas na galera, além disso, a escrita de Riley Sager também é muito fluida.

O enredo explora o drama de três mulheres estranhas – Quincy, Lisa e Samantha – ligadas por traumas semelhantes. A história é narrada, em grande parte, em primeira pessoa pela personagem Quincy Carpenter.

Há 10 anos, quando ainda era uma estudante universitária, ela viajou durante as férias com os seus melhores amigos para um chalé isolado, localizado próximo a uma floresta, o Chalé Pine. Quincy retornou sozinha. Ela foi a única vítima que restou de um crime pavoroso. Um bloqueio na memória de Quincy não a deixa se lembrar dos acontecimentos daquela noite horripilante, e agora a jovem tenta seguir em frente, criando um mundo totalmente separado daquilo que viveu. Ou sobreviveu ...

Mas quando algo terrível acontece com uma das outras duas sobreviventes, uma delas procura Quincy trazendo à luz os segredos obscuros de cada uma dessas sobreviventes.

Informações técnicas

Editora: Gutemberg

Edição: 2017

Capa: Brochura

Páginas: 336

Dimensões: 22.8 x 16 x 2 cm

Filme: Clube da Luta (David Fincher)

Em “O Clube da Luta”, Edward Norton é um sujeito insatisfeito com sua vida e carreira. Ele sofre de insônia e constantemente frequenta grupos de apoio para se sentir mais vivo. Durante uma viagem de negócios, ele conhece Tyler Durden, um carismático vendedor de sabonetes e anarquista. Juntos, eles formam o Clube da Luta, um espaço secreto onde homens lutam para extravasar suas frustrações. Tudo vai bem até que uma mulher sensual e excêntrica (Helena Bonham Carter) entra na jogada e desencadeia uma situação fora de controle, rumo ao caos.

Quando o personagem de Norton que também é o narrador da trama resolve dar um basta nesta história, Tyler desaparece. É na sua busca frenética pelo seu sócio que o narrador descobre algo que explode sua cabeça (assim como a nossa).

Informações técnicas

Ano de lançamento: 1999

Gênero: Drama

Duração: 139 minutos

Elenco: Edward Norton, Brad Pitt e Helena Bonham Carter

10 – Deixei você ir e Psicose

Livro: Deixei você ir (Clare Mackintosh)

O plot de Deixei você ir é incrível e, com certeza, vai surpreender os leitores. Logo no final da primeira parte do enredo somos apresentados a uma das reviravoltas mais fantásticas que eu já vi nos meus muitos anos de leitor. Levei um verdadeiro tapa na cara, e depois desse tapa não via a hora de chegar ao fim da narrativa para saber o seu desfecho. Perto do final vem outro tapa e bem dado.

Em Deixei Você Ir, uma criança de cinco anos morre atropelada em uma rua de Bristol, Inglaterra, depois de ter soltado a mão da mãe

em um dia chuvoso. O motorista do carro que o atinge acelera e foge. Desvendar sua morte vira um caso para o detetive Ray e seus colegas, Kate e Stumpy. Determinado a encontrar o assassino, Ray se vê consumido a ponto de colocar tanto a vida profissional quanto a pessoal em jogo.

Jenna, assombrada pela morte do menino, abandona tudo e se muda para uma pequena cidade costeira do País de Gales. Ela passa os dias em seu chalé tentando esquecer as lembranças do terrível acidente e aos poucos começa a ter algo parecido com uma vida normal e vislumbrar a felicidade em seu futuro. Mas o passado vai alcançá-la, e as consequências serão devastadoras.

Informações técnicas

Editora: Intrinseca

Edição: 2017

Capa: Brochura

Páginas: 384

Dimensões: 22.86 x 16 x 2.03 cm

Filme: Psicose (Alfred Hitchcock)

Cá entre nós, não há como falar de reviravoltas sem citar o clássico atemporal “Psicose”. Considerado até hoje um dos melhores filmes de Hitchcock, “Psicose” nos apresenta ao icônico personagem Norman Bates. A trama acompanha a secretária Marion Crane, que acaba indo parar num motel decadente gerenciado por Norman, o Motel Bates.

Norman é o típico exemplo do sujeito simpático e tímido, mas também estranho. Com o desenrolar da trama, descobrimos que ele tem uma mãe controladora e doentia. Mais tarde, Marion acaba sendo assassinada a facadas pela mãe de Norman. Agora a irmã da jovem, Lila, tenta descobrir a verdade sobre o desaparecimento de Marion. O plot twist deste filme é provavelmente um dos melhores do cinema; um baita clássico.

Informações técnicas

Ano de lançamento: 1960

Gênero: Terror/Suspense

Duração: 109 minutos

Elenco: Anthony Perkins, Janet Leigh, Vera Miles e John Gavin

Taí galera, espero que vocês tenham apreciado a nossa lista. Fiquem a vontade para indicar em seus comentários outros livros e filmes com plot twists capazes de dar um nó em nossas cabeças.

Inté!

 

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