Se você gosta de livros que exploram dramas e
conflitos familiares, Pequenas Grandes
Mentiras da escritora australiana Liane Moriarty é a pedida certa, mais do
que certa. A leitura é bem fluida e a trama reserva algumas reviravoltas
incluindo o plot twist final bem ao estilo “Hercule Poirot”. Não tem como não
fazer uma analogia com os livros do famoso detetive belga escritos por Agatha
Christrie. Não; não estou querendo dizer que Moriarty “implantou” em seu enredo
um detetive para solucionar um crime que acontece logo no início da história,
mas só é esclarecido no final. Nada disso; esqueça o detetive inteligente e com
uma alta capacidade de dedução O que estou querendo explicar é que nas últimas
páginas de Pequenas Grandes Mentiras
a autora reúne todos os principais personagens num local – uma varanda, para
ser mais específico – e então, pimba! O culpado pela morte de fulano é
revelado. Mais do que isso, o nome da vítima também é revelado. Taí! Méritos
para Moriarty que conseguiu criar dois plot twists finais numa tacada só: a
revelação do nome do criminoso (a) e também do nome da vítima. Bem diferente
dos livros policiais onde a vítima é conhecida logo no início, deixando os holofotes
para o seu algoz que é revelado apenas no “The End” da trama. Esta cartada da
autora australiana foi um dos pontos fortes do livro, pois o leitor não vê a
hora de descobrir quem matou e quem morreu; além dos motivos que provocaram o
crime. E posso garantir que essas revelações valem a pena. Trata-se, sem
dúvida, de um plot twist muito interessante.
Além desse twist final, o livro traz outras
reviravoltas menos bombásticas ao longo da trama mas nem por isso, menos
interessantes. Portanto ao unir drama familiar com vários plot twists, além de
um assassinato misterioso, a autora criou uma fórmula infalível de leitura
fluida.
Pequenas
Grandes Mentiras centra o seu enredo em três personagens
principais: Madeline, Celeste e Jane. Três mães, cujos filhos estudam na Escola
Pública de Pirriwee. É importante frisar que além delas existem outros
personagens secundários que dão um gás a mais na trama. Aliás, acho que nem
posso chamá-los de secundários porque a importância deles para os rumos da
história é muito importante.
Pequenas
Grandes Mentiras aborda alguns assuntos pesados como
bullying e violência contra a mulher no próprio lar. Há trechos bem “trucões”
nesse sentido.
O crime acontece logo no início do romance durante um
evento promovido pela Escola Pública de Pirriwee envolvendo somente os pais dos
alunos. Com muita bebida e pouca comida, o encontro de pais dos alunos da
escola tem tudo para dar errado. Fantasiados de Audrey Hepburn e Elvis Presley,
os adultos começam a discutir já no portão de entrada, e, da varanda onde um
pequeno grupo se reuniu, alguém cai e morre.
Quem morreu? Foi acidente? Se foi homicídio, quem
matou?
Voltando ao tempo até alguns meses antes desse
incidente, Moriarty conta a história dessas três mulheres, cada uma delas com
os seus segredos diante de uma encruzilhada.
Madeline é forte e decidida que está no seu segundo
casamento. Celeste é uma mulher invejável; bonita e rica tem um casamento que
parece perfeito demais para ser verdade. Elas ficam amigas de Jane, uma jovem
mãe solteira que semudou para a cidade com o filho Ziggy, fruto de uma noite
malsucedida.
Quando Ziggy é acusado de bullying, as opiniões dos
pais se dividem. As tensões nos pequenos grupos de mães vão aumentando até o
fatídico dia em que alguém cai da varanda da escola e morre. Os envolvidos
revelam impressões frequentemente contraditórias tornando cada vez mais difícil
descobrir a verdade que só será revelada no final.
O romance reúne num mesmo
enredo: ex-maridos e segundas esposas, mães e filhas, bullying e escândalos
familiares. Tudo permeado com perigosas meias verdades que os personagens
contam para si mesmos na esperança de esconderem ou amenizarem certas situações
constrangedoras ou complicadas demais.
Um livro muito da hora.
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