Tudo bem, entendo perfeitamente que tenho um blog
literário e por isso tenho o dever de escrever assuntos relacionados à livros e
não à filmes, mas a galera há de concordar comigo que todas as vezes que abordei
temas ligados a produções cinematográficas, eles estiveram diretamente ligados
a obras literárias; assim, acho, que estou cumprindo o meu juramento (rs). Como,
por exemplo, nesta postagem em que estarei “falando” de dois filmes que
marcaram a minha infância e também a minha adolescência. Estes dois filmes
estão associados diretamente a um dos meus escritores favoritos: Stephen King.
Por isso, creio que não estarei fugindo tanto do tema livros/escritores.
Os nomes dessas duas pérolas cinematográficas, pelo
menos para mim, são: “Encurralado” e “Christine, O Carro Assassino”. Não sei
porque, hoje pela manhã, acordei com esses dois filmes na cabeça e graças a
eles consegui fazer uma gostosa viagem ao tempo da minha infância/adolescência,
dois períodos mágicos de minha vida. Estas duas pérolas fizeram com que eu me
recordasse dos meus amigos de juventude – muitos dos quais já não estão mais
aqui – das nossas farras, peraltices, papos e também do saudoso Cine São
Salvador, hoje fechado e abandonado, onde assisti a esses dois filmes.
Depois fiquei sabendo que tanto “Encurralado” quanto
“Christine, O Carro Assassino”, estão intimamente ligados ao mestre do terror
Stephen King. Tio King classificou o primeiro como um dos melhores filmes que
já assistiu em toda a sua vida; e olha que ele tem várias adaptações de seus
livros para o cinema que se tornaram verdadeiros clássicos. Quanto ao segundo,
nem é preciso dizer que foi uma adaptação de uma obra sua lançada no mesmo ano
do filme, em 1983.
Assisti “Encurralado” quando tinha 11 ou 12 anos de
idade no Cine São Salvador. Meu irmão mais velho era um cinéfilo de primeira
mão e geralmente sempre me levava para assistir alguns filmes dos quais
gostava. “Encurralado” foi um deles. Apesar do enredo um tanto pesado para a
minha idade, eu conseguia “driblar” o porteiro com a ajuda do mano. Cara,
adorei o filme! Tenso, tenso e tenso. Filmaço. Fiquei sabendo que “Encurralado”
foi feito originalmente para a televisão e além do mais o filme foi
surpreendentemente produzido em somente 13 dias! O mesmo número de dias que
algumas produções cinematográficas de hoje levam para gravar apenas uma cena.
Apesar disso, o filme dirigido por Steven Spielberg –
um cineasta ainda desconhecido, na época - foi considerado um baita sucesso,
obtendo nota máxima concedida pela maioria dos críticos. Entre o público geral,
o Rotten Tomatoes o classificou com quatro estrelas e meia de um total de cinco
estrelas. Já o IMDB o classificou como quatro de cinco estrelas, com a votação
de quase 60 mil membros. Fez tanto sucesso que menos de um ano depois foi lançado
também nos cinemas. O filme é considerado o primeiro longa-metragem dirigido
por Spielberg.
“Encurralado” conta a história de um simples motorista
vivido por Dennis Weaver que está dirigindo seu carro pelas estradas da
Califórnia, quando começa a ser perseguido por um caminhão gigantesco, dirigido
por um homem não identificado, que parece querer brincar com ele perigosamente
na estrada. No decorrer do trajeto, o personagem de Weaver começa a perceber
que a perseguição não trata-se, apenas, de uma mera brincadeira. A medida em
que as provocações do misterioso caminhoneiro atingem níveis mortais, o pacato
motorista procura desesperadamente despistar o seu torturador, que parece não
ter nenhum compromisso naquele dia a não ser matá-lo. Caráculas com o torci por
esse pobre motorista interpretado por Dennis Weaver!
Até hoje não sai da minha cabeça que esse filme daria
um excelente livro escrito por Stephen King, quem sabe, talvez, se não foi por
isso, que ele gostou tanto dessa produção.
Ah! Lembrando que “Encurralado” se passa totalmente
numa estrada sem outras tomadas.
Doze anos depois, já nos meus 21 ou 22 anos, fui
premiado com “Christine: O Carro Assassino”, outro filme ligado a King e que
foi adaptado de um livro seu lançado também 1983, mesmo ano do filme. Assisti a
produção também no saudoso “Cine São Salvador”, da Empresa Teatral Pedutti, de
Botucatu, hoje transformado num depósito abandonado. Na época, pensei como uma
história tão simplória e ao mesmo tempo tão inverossímil de um adolescente
tímido que consegue comprar o seu primeiro carro e descobre que ele age como um
ser humano, diga-se, um ser “ser-humano mulher” e do mal, poderia se
transformar num filme tão comentado e assistido. Hoje entendo o motivo: quando
dois gênios se juntam, o resultado só pode ser ‘sucesso’ em qualquer setor; e
“Christine: O Carro Assassino” conseguiu juntar dois gênios, já naquela época,
um da escrita e outro do cinema: Stephen King e John Carpenter. Dessa união de
gênios nasceu o filme Christine. Um enredo esquisito que nãos mãos de outras
pessoas poderia transformar a história desse jovem e sua estranha aquisição em
algo risível ou xôxo, mas graças a união dessas duas feras, acabou resultando
num filme claustrofóbico e assustador.
Agora pare e pense de que maneira um livro ou um filme
sobre um personagem, tímido e sem muitos atrativos que “se apaixona” à primeira
vista por um Plymouth Fury 1958 vermelho que está à venda, esquecido no jardim
de uma casa, poderia “virar” alguma coisa aproveitável? Acrescentando o mote absurdo
de que esse carro também poderia se apaixonar pela tal rapaz tímido e sem
atrativos? Pois é, King e Carpenter conseguiram fazer com que esse enredo
absurdo se tornasse um livro e um filme de terror antológicos.
Se você leu esse post até o final, acredito que tenha
se interessado por esse livro de King e pelos filmes de Spielberg e Carpenter.
Assim... mãos a obra!
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