Se alguém me pedisse para definir em poucas palavras o
livro de Clare Mackintosh, Deixei Você Ir,
eu diria simplesmente: “Não desista da leitura porque valerá a pena”. Vou ser
mais claro. O início do livro ou melhor, quase toda a sua primeira parte que
deve ter aproximadamente 160 páginas é morno, quase frio. Muita enrolação o que
torna o enredo cansativo, por isso mesmo, acredito que vários leitores acabaram
abandonando a obra. Mas no final da primeira parte (lembrando que o livro tem
apenas duas) vem uma das reviravoltas mais fantásticas que eu já vi nos meus
muitos anos de leitor. Caraca, o que foi aquilo! Levei um verdadeiro tapa na
cara, e depois desse tapa não via a hora de chegar ao fim da narrativa para
saber o seu desfecho.
Entenderam o motivo de ser persistente quando forem
ler Deixei Você Ir? A Parte II do
romance, ao contrário do seu início, é cheia de tensão com direito a um final
cinematográfico e muito tenso. Resumindo: depois do chamado ‘tapa na cara’, o
enredo engrena e torna-se difícil abandonar a história.
Em sua primeira parte, Deixei Você Ir é dividido em duas narrativas: uma em primeira
pessoa, sob o ponto de vista da personagem principal chamada Jenna, e a outra
narrativa em terceira pessoa, onde um narrador em off dá detalhes da
investigação envolvendo o atropelamento de uma criança que é o principal mote
da história. Nesta parte conhecemos os investigadores Ray Stevens e Kate que
fazem das tripas coração para esclarecer o caso. A autora encontra ainda tempo
para vasculhar o lado pessoal dos dois policiais, explorando os seus conflitos
particulares envolvendo filhos, esposa, traição, infidelidade, etc.
Na segunda parte entra no contexto uma terceira
narrativa, também em primeira pessoa. É um personagem masculino que terá um
papel preponderante na conclusão do enredo.
Em Deixei Você
Ir, uma criança de cinco anos morre atropelada em uma rua de Bristol,
Inglaterra, depois de ter soltado a mão da mãe
em um dia chuvoso. O motorista do carro que o atinge
acelera a foge. Desvendar sua morte vira um caso para o detetive Ray e seus
colegas, Kate e Stumpy. Determinado a encontrar o assassino, Ray se vê
consumido a ponto de colocar tanto a vida profissional quanto a pessoal em
jogo.
Jenna, assombrada pela morte do menino, abandona tudo
e se muda para uma pequena cidade costeira do País de Gales. Ela passa os dias
em seu chalé tentando esquecer as lembranças do terrível acidente e aos poucos
começa a ter algo parecido com uma vida normal e vislumbrar a felicidade em seu
futuro. Mas o passado vai alcançá-la, e as consequências serão devastadoras.
De vários pontos de vista, Mackintosh que antes de se
tornar escritora trabalhou doze anos na polícia da Inglaterra, incluindo um
período como detetive, cria um enredo investigativo perfeito, cansativo, as
vezes – isso na primeira parte do livro – mas, como já disse, perfeito.
Enfim galera, é isso aí. Acho que se escrevesse mais
alguma coisa sobre o enredo acabaria liberando spoilers o que estragaria o
incrível tapa na cara. Não quero que os
leitores deixem de levar esse tapa ao terminarem a primeira parte do livro. (rs)
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