Deixei Você Ir

01 abril 2022

Se alguém me pedisse para definir em poucas palavras o livro de Clare Mackintosh, Deixei Você Ir, eu diria simplesmente: “Não desista da leitura porque valerá a pena”. Vou ser mais claro. O início do livro ou melhor, quase toda a sua primeira parte que deve ter aproximadamente 160 páginas é morno, quase frio. Muita enrolação o que torna o enredo cansativo, por isso mesmo, acredito que vários leitores acabaram abandonando a obra. Mas no final da primeira parte (lembrando que o livro tem apenas duas) vem uma das reviravoltas mais fantásticas que eu já vi nos meus muitos anos de leitor. Caraca, o que foi aquilo! Levei um verdadeiro tapa na cara, e depois desse tapa não via a hora de chegar ao fim da narrativa para saber o seu desfecho.

Entenderam o motivo de ser persistente quando forem ler Deixei Você Ir? A Parte II do romance, ao contrário do seu início, é cheia de tensão com direito a um final cinematográfico e muito tenso. Resumindo: depois do chamado ‘tapa na cara’, o enredo engrena e torna-se difícil abandonar a história.

Em sua primeira parte, Deixei Você Ir é dividido em duas narrativas: uma em primeira pessoa, sob o ponto de vista da personagem principal chamada Jenna, e a outra narrativa em terceira pessoa, onde um narrador em off dá detalhes da investigação envolvendo o atropelamento de uma criança que é o principal mote da história. Nesta parte conhecemos os investigadores Ray Stevens e Kate que fazem das tripas coração para esclarecer o caso. A autora encontra ainda tempo para vasculhar o lado pessoal dos dois policiais, explorando os seus conflitos particulares envolvendo filhos, esposa, traição, infidelidade, etc.

Na segunda parte entra no contexto uma terceira narrativa, também em primeira pessoa. É um personagem masculino que terá um papel preponderante na conclusão do enredo.

Em Deixei Você Ir, uma criança de cinco anos morre atropelada em uma rua de Bristol, Inglaterra, depois de ter soltado a mão da mãe

em um dia chuvoso. O motorista do carro que o atinge acelera a foge. Desvendar sua morte vira um caso para o detetive Ray e seus colegas, Kate e Stumpy. Determinado a encontrar o assassino, Ray se vê consumido a ponto de colocar tanto a vida profissional quanto a pessoal em jogo.

Jenna, assombrada pela morte do menino, abandona tudo e se muda para uma pequena cidade costeira do País de Gales. Ela passa os dias em seu chalé tentando esquecer as lembranças do terrível acidente e aos poucos começa a ter algo parecido com uma vida normal e vislumbrar a felicidade em seu futuro. Mas o passado vai alcançá-la, e as consequências serão devastadoras.

De vários pontos de vista, Mackintosh que antes de se tornar escritora trabalhou doze anos na polícia da Inglaterra, incluindo um período como detetive, cria um enredo investigativo perfeito, cansativo, as vezes – isso na primeira parte do livro – mas, como já disse, perfeito.

Enfim galera, é isso aí. Acho que se escrevesse mais alguma coisa sobre o enredo acabaria liberando spoilers o que estragaria o incrível tapa na cara.  Não quero que os leitores deixem de levar esse tapa ao terminarem a primeira parte do livro. (rs)

Postar um comentário

Instagram