Depois da Ian Fleming Publications Ltd, companhia que
tem direito sobre as obras de James Bond, que recebe o nome de seu autor, decidir
promover uma série de atualizações nos livros do famoso agente secreto inglês
escritos entre o período de 1951 a 1966 excluindo todos os trechos considerado
racistas mas mantendo o texto o mais fiel possível ao original e ao período em
que ele se passa (ver aqui); agora chegou a vez dos editores dos livros da
“Rainha do Crime” tomara atitude semelhante.
Os livros clássicos da autora britânica Agatha
Christie (1890-1976) serão revisados para remover linguagens ofensivas
presentes nos textos, como referências racistas e descrições físicas consideradas
ofensivas por alguns leitores. A informação foi dada, recentemente, pelo jornal
The Telegraph do Reino Unido.
Segundo a imprensa britânica, a editora HarperCollins,
responsável pela publicação de romances policiais de Christie, como Rainha do Crime e Histórias de Miss Marple, detalhou que passagens como "um
judeu, é claro", que descreve o personagem Poirot em O Misterioso Caso de Styles, de 1920, foi retirada da nova versão.
Além disso, na obra Os Casos Finais de Miss Marple e Duas Outras Histórias, a descrição
de um servo como "negro" e "sorridente" foi substituída
apenas para "o que acena", retirando a alusão à sua raça. No romance
de 1937, intitulado Morte no Nilo, as
descrições ao "povo núbio" foram excluídas.
Conforme noticiado pela CNN, a prática de reedição dos
conteúdos literários está se tornando cada vez mais comum entre as editoras. Como
já escrevi acima, , as histórias de 007 escritas por Ian Fleming estão passando
por um processo similar; mas não é só: as produções de Roald Dahl, autor de A Fantástica Fábrica de Chocolate,
passou por esse mesmo processo. No entanto, as atuais mudanças dividiram as
opiniões entre os leitores e alguns alegaram que reescrever os clássicos é uma
forma de censurar documentos históricos.
A alternativa encontrada diante do debate por algumas
empresas é de lançar duas versões, uma corrigida e uma original, a fim de
permitir "a escolha dos ledores de decidir" qual história preferem,
como destacado em nota pela editora Puffin, dos livros de Dahl.
Sei não, mas tudo indica que teremos mais obras de
autores clássicos passando por esse mesmo processo que já está virando uma febre
entre muitos editores. Vamos aguardar quais outras editoras seguiram esses
passos; por enquanto apenas a Ian Fleming Publications Ltd e a editora
HarperCollins aderiram a moda.
Um comentário
E quando começarem a revisar as obras de Machado de Assis, Monteiro Lobato, Lima Barreto e outros ? A história tem seus problemas, mas é história e deve ser mantida como é, justamente para o que os mesmos erros não sejam cometidos novamente. É triste ver que George Orwell (1984) realmente detalhou o que está acontecendo.
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