Os Sete Maridos de Evelyn Hugo

15 outubro 2021



Imagine uma atriz famosa, reclusa, avessa a entrevistas, uma verdadeira lenda viva do cinema, que de repente resolvesse abrir o jogo sobre a sua vida, revelando os segredos mais escondidos, incluindo os mais sórdidos –aqueles bem cabeludos capazes de fazer a mais santa e inocente das pessoas exclamar: “PQP! Ela fez isso?!!!!!”. O espanto é grande porque os tais segredos não combinam com a imagem da musa que você ama ver nas telonas dos cinemas.

Pois é, essa é a sensação que temos ao lermos Os sete maridos de Evelyn Hugo. Enquanto, eu ia virando as páginas, senti como se Evelyn estivesse falando comigo e não com Monique Grant, a repórter de uma famosa revista que conduz a entrevista com a atriz. Aliás, aposto que a maioria dos leitores terão essa mesma sensação, sabem por quê? Porque Evelyn Hugo é carismática demais, uma mulher incrível e com um poder de sedução enorme. Quando terminei a leitura falei comigo mesmo: “Putz, bem que essa mulher poderia existir”.

Não pensem que a personagem criada por Taylor Jenkins Reid é uma santa. Ohohohoh! Longe, muito longe disso. Evelyn aprontou muito em sua vida, teve atitudes reprováveis, aliás muito reprováveis, usou pessoas para conseguir o que queria, foi mentirosa, cínica, hipócrita, fria e mais o escambau a quatro. Mas pera, pera aí! Como você cpnsegue gostar de mulher com todos esses adjetivos? A verdade é que da maneira certa ou errada, Evelyn, na maioria das vezes, fez tudo isso em nome do amor, ou seja, para proteger alguém que ela amava. Foi uma atitude muito bonita e corajosa porque rompia paradigmas considerados imutáveis na época em que ela estava no auge de sua carreira. Bem... leiam o livro e vocês, com certeza, entenderão muitas das atitudes da personagem nesse sentido.

Este lado que eu acabei apelidando de “lado coragem” de Evelyn conquista tanto o leitor que ele acaba relevando algumas de suas condutas antiéticas para promover um filme ou então conseguir determinados papéis de destaque. Pelo menos, foi o que aconteceu comigo. Resumindo: Evelyn Hugo é uma personagem muito complexa para você rotulá-la apenas como vilã ou mocinha. Ela vai muito além disso.

Outro tempero delicioso na obra é a narrativa fluida de Taylor Jenkins que prende o leitor como uma teia de aranha. Você acaba se envolvendo tanto com os personagens que se torna quase impossível largar o livro. Fiquem preparados para um segredo bombástico que acontece perto do final da história. Daqueles que derrubam o queixo de qualquer leitor

No livro, aos setenta e nove anos, Evelyn Hugo é uma lenda do cinema. Com seu icônico cabelo loiro e dona de uma beleza de dar inveja, seguiu um roteiro digno dos filmes que protagonizou: deixou para trás a origem simples para se alçar ao estrelato e se transformar na grande sensação das telas nos anos 1960. Nos bastidores, levou uma vida igualmente agitada, incluindo sete casamentos e muitos escândalos nos tabloides de fofocas.

Já a trajetória da jovem Monique Grant está longe de ter esse glamour. Apesar dos esforços, seu trabalho numa grande revista não tem lhe rendido muitos frutos, e o amor vai de mal a pior. Então, o inesperado acontece quando a famosa e inacessível atriz que tem o hábito de não falar com ninguém e muito menos com a imprensa, decide dar uma entrevista exclusiva – desde que seja para Monique e ninguém mais. Intrigada com a proposta e determinada a alavancar sua carreira, a jornalista passa a se encontrar com Evelyn para ouvir a história que a mídia nunca mostrou. Monique sente uma conexão muito forte com a atriz e desconfia que os seus caminhos possam estar mais interligados do que imagina. O plot twist final pega não só Monique, mas todos os leitores de calças curtas. Ele chega de uma maneira bem abrupta apanhando toda a galera de surpresa.

Valeu a leitura e como valeu!



2 comentários

  1. amo muuuito esse livro, também li em outubro e favoritei! Já quero ler outros livros dela

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    1. Olá, desculpe a demora em responder,
      Recomendo a leitura de "Daisy Jones & The Six", também da Taylor Jenkins Reid. O estilo de narrativa é totalmente inovador. A história é contada no formato de depoimentos dos personagens como se fosse um documentário. Creio que irá gostar.
      Valeu!

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