Sempre fui um grande fã de Michael Crichton. Fã de
carteirinha, mesmo. Tanto é que os primeiros livros que fizeram parte da minha
humilde sala de leitura foram os dele. Por exemplo, tenho até hoje a edição
capa dura de “O Parque dos Dinossauros”,
lançado pela editora Círculo do Livro, guardado em um lugar de honra em minha
estante. Também tenho um carinho especial por “Presa” que me proporcionou uma
viagem marcante para o mundo da fantasia.
No post de hoje quero fazer uma homenagem para esse
autor que faleceu em novembro de 2018, portanto há quase 10 anos, e que
escreveu 19 livros de ficção – se incluirmos três póstumos – além de ter
roteirizado e dirigido diversos filmes no cinema e televisão. Esta homenagem
vem na forma de cinco livros que não podem faltar de maneira alguma nas
estantes dos fãs do autor americano que infelizmente deixou de escrever... para
sempre.
Vamos á eles:
01
– O Parque dos Dinossauros (Jurassic Park) (1990)
Imagine se eu não iria abrir essa lista com “O
Parque dos Dinossauros”! Apesar de Michael Crichton ter escrito outros livros
excelentes antes desse, incluindo “O Enigma de Andrômeda” e “O Homem Terminal”,
posso dizer que “O Parque dos Dinossauros” é considerado a sua obra máxima. O
enorme sucesso de sua adaptação cinematográfica dirigida pelo gênio Steven
Spielberg colaborou para o ‘endeusamento’ da obra.
Apesar do grande sucesso do filme, o livro é muito
melhor e bem mais elucidativo. Crichton recheia o seu texto com detalhes
técnicos que foram inteiramente banidos da produção cinematográfica. Desde o
processo de criação dos dinossauros por meio de manipulação genética até
informações sobre as características dos animais pré-históricos (ver mais
detalhes aqui).
“O Parque dos Dinossauros” tem ação e suspense em
doses cavalares. Aliás, o autor é mestre nesse tipo de enredo, ou seja, ele é
capaz de “lotar” seus textos de informações científicas sem torná-lo cansativo.
02
– Mundo Perdido (1995)
Se você tem “Jurassic Park” em sua biblioteca, com
certeza também tem a obrigação de ter “Mundo Perdido”. Após cinco anos do
lançamento de “O Parque dos Dinossauros”, Crichton decidiu escrever uma
sequência da história com novos personagens e novos dinossauros, mas sem perder
a essência do primeiro livro que continuou sendo o fio condutor do enredo.
Nesta sequencia, Crichton não perde tempo com
explicações e detalhamentos científicos. De maneira objetiva, ele expõe apenas
o essencial para que o leitor tenha uma noção do lado científico do romance. No
mais, a ação e o suspense correm soltos, prendendo a atenção do mais disperso
dos leitores.
Também achei os personagens de “Mundo Perdido” muito
mais carismáticos. Richard Levine e Sara Harding, por exemplo, engolem
Alan Grant e Ellie Satller. Os dois primeiros são personagens bem mais
complexos, contrariando os padrões convencionais nos quais se encaixam os
“certinhos” Alan e Ellie.
Crichton ainda brinda os seus fãs com um vilão de
primeira linha: Lewis Dodgson. Se em “O
Parque dos Dinossauros”, Dodgson teve uma aparição ínfima, em “Mundo Perdido” ele
dá um verdadeiro banho de vilania.
Este livro também foi adaptado para os cinemas por
Stevem Spielberg, mas com muitas alterações.
03
– O Homem Terminal (1972)
Cara, fiquei tão impressionado com um filme no
início dos anos 70 que mesmo depois de décadas, ele ainda não saía da minha
cabeça. Foi, então que decidi ler a obra de Crichton que serviu de base para a
produção no cinema. Quando terminei de ler “O Homem-Terminal” posso garantir
que, voltei a ficar impressionado. O livro explica, logo nas primeiras páginas,
que no Japão em 1965 foi realizada um tipo de cirurgia semelhante em 98 pacientes
com comportamento violento.
Não há como negar, os argumentos científicos
apresentados durante o enredo são muito fortes e ao mesmo tempo que convencem
também impressionam o leitor.
Em “O Homem Terminal”, Crichton Nara o drama de
Harry Benson, um cientista de computação especializado em vida artifical e que
após um traumatismo craniano causado por um acidente, descobre ser portador de
LDA – Lesão Desinibitória Aguda – uma espécie de lesão cerebral que o faz
sofrer terríveis crises nas quais perde completamente a inibição contra atos
violentos e assume uma personalidade agressiva, cometendo crimes dos quais nada
lembra ao término da crise.
Por suas atitudes estranhas e por seus delírios,
amigos o aconselham a procurar um especialista. É assim que Benson chega à
Unidade de Pesquisa Neuropsiquiátrica do Hospital Universitário de Los Angeles
e torna-se paciente da Drª Janet Ross. A equipe de cirurgiões, liderada por um
gênio da neurocirurgia, transforma Benson na principal cobaia do projeto
desenvolvido pelo hospital.
Na tentativa de curar a lesão, o paciente é
submetido a uma cirurgia única e inacreditável, onde tudo pode certo ou ficar
pior do que já está.
Livraço de Crichton!
04
– Presa (2002)
Sempre considerei todas as listas, algo pessoal. Não
existe esse lance de os 10 melhores livros de todos os tempos. Cara, veja só, você
pode odiar a maioria dos livros que se encontram nessa lista. Entende? Por
isso, sempre digo que toda e qualquer lista literária é pessoal, apesar de seus
títulos e subtítulos.
Estou fazendo essa colocação porque muitos leitores
do blog poderão questionar como incluo numa lista de ‘melhores livros de
Michael Crichton’, uma obra tão insignificante e desconhecida quanto “Presa”. Então,
eu respondo: pode ser insignificante e desconhecida para você, mas para mim, não.
Na minha opinião, “Presa” foi um dos melhores livros
já escritos pelo autor e uma das melhores obras de ficção científica. Bom
demais! Até hoje não entendo porque a história ainda não foi adaptada para os
cinemas e o motivo de ter tão poucas resenhas nos blogs.
No deserto de Nevada, uma experiência deu
terrivelmente errado e com isso, uma nuvem de nanopartículas - microrobôs – consegue
escapar de um laboratório que fica isolado no deserto de Nevada. Essa nuvem é
auto-sustentável e auto-reprodutiva. É inteligente e aprende com a experiência.
Para todos os fins práticos, está viva. A nuvem foi promulgada como um
predador. Está evoluindo rapidamente, tornando-se mais letal a cada hora. Todas
as tentativas de destruí-la fracassaram. Enquanto isso, elas continuam
avançando para o centro da cidade onde todos nós seres humanos somos a sua
presa.
“Presa” conta a história de uma praga mecânica e os esforços desesperados de um punhado de cientistas para exterminá-la. Baseado nos mais recentes fatos científicos, Michael Crichton nos transporta aos domínios emergentes da nanotecnologia e da inteligência artificial em uma história emocionante. 'Presa' é um livro para ser lido de um só fôlego.
“Presa” conta a história de uma praga mecânica e os esforços desesperados de um punhado de cientistas para exterminá-la. Baseado nos mais recentes fatos científicos, Michael Crichton nos transporta aos domínios emergentes da nanotecnologia e da inteligência artificial em uma história emocionante. 'Presa' é um livro para ser lido de um só fôlego.
05
– Micro (2011)
Há rumores de que Crichton tenha escrito apenas 73% de
“Micro” antes de morrer. O restante da história teria sido completado por Richard
Preston. Só que para o leitor é como se Crichton tivesse escrito todo o livro,
o que deixa evidente o talento e a competência de Preston. Ele já havia provado
que, de fato, é o “cara”, quando escreveu em 1994 “The Hot Zone”, um thriller
de não ficção sobre um surto do vírus Ebola num laboratório especializado no
estudo de primatas, localizado em Virginia. Este livro de Preston chamou a
atenção do mundo em 1989 e mobilizou as autoridades médicas e sanitárias de
vários países. “The Hot Zone”, lançado no Brasil pelo Rocco, é uma leitura
obrigatória para aqueles que gostam de enredos de qualidade escritas em estilo
jornalístico.
Quando soube que Preston havia sido escolhido pelos
herdeiros de Crichton para concluir a sua obra póstuma, encostei a cabeça no
travesseiro, dormi e sonhei com os anjos, pois tinha certeza que seria uma
mistura de qualidade.
O enredo estilo montanha-russa de “Micro” descreve a
aventura de sete promissores estudantes, cada um deles, graduado em determinado
campo da ciência (aracnologia, entomologia, bioquímica, envenenamento,
etc) que acabam participando – diga-se forçosamente - de uma pioneira
experiência no ramo da miniaturização de seres humanos e assim, eles indo parar
numa floresta tropical povoada de insetos e outros bichinhos inofensivos.
Bem... inofensivos para nós leitores, mas letais para eles, personagens.
Taí, fãs de Crichton. Boa leitura!
4 comentários
Mais um post de qualidade Jams! Sempre tive vontade de ler algo do crichton mas nunca dei a chance. Definitivamente agora vou correr atrás do prejuízo e pegar micro ou parque dos dinossauros pra devorar.
ResponderExcluirObrigado Marcos. Legal que gostou :)
Excluir"O Parque dos Dinossauros" e "Micro" são ótimos. "Micro, por exemplo, é uma verdadeita montanha russa: muita ação e suspense.
Abcs!
Não inclui "O Enigma de Andrômeda"?!?! Livro super interessante que foi transformado um filme pelo não menos genial Robert Wise... Esquecimento imperdoável :(
ResponderExcluirOlá David.
ExcluirComo disse em outros posts, toda lista é pessoal. Cada leitor tem os seus melhores livros. Os meus são esses da lista. Mas, sem dúvida, apesar de não constar na relação, "O Enigma de Andromedra" é excelente.
Grande abraço!