Existem livros que tem o poder de
mexer com os nossos sentimentos. Podem passar anos e de repente você se vê
relembrando determinadas passagens dessa obra e então, pronto! Lá estão os
olhos úmidos e às vezes até mesmo com lágrimas. “O Caçador de Pipas” de Khaled
Hosseini tem esse poder. Um dia desses recordei-me daquela passagem em que
Hassan é estuprado. Caraca! Este trecho mexeu muito comigo. Na trama, Amir e
Hassan, dois pequenos afegãos de classes sociais e etnias opostas se tornam amigos.
Hassan, pobre e de ascendência Hazara, defende constantemente o amigo
riquinho Amir da implicância agressiva de outros garotos do local. Entretanto,
no dia de um esperado concurso de pipas, Amir vê Hassan ser espancado e
estuprado por um bandido. Porém, paralisado, o garoto bem-nascido foge, não
fazendo nada para impedir o sofrimento do companheiro. Mais tarde, Amir passa
a ser torturado pela culpa e o arrependimento, e não tolera mais a presença do
amigo.
Os dois se afastam, magoados, mas têm de enfrentar
problemas mais graves quando a União Soviética invade o Afeganistão e, depois,
quando o Talebã domina o país. Amir e seu pai são obrigados a fugir do país e a
reconstruir a vida como refugiados nos Estados Unidos.
Lá nos States, Amir vira adulto, faz faculdade e se apaixona. Mas a vida, que parecia ter ficado na calmaria, muda novamente de rumos, e após 20 anos, ele terá de voltar a Cabul para encarar seu passado.
Lá nos States, Amir vira adulto, faz faculdade e se apaixona. Mas a vida, que parecia ter ficado na calmaria, muda novamente de rumos, e após 20 anos, ele terá de voltar a Cabul para encarar seu passado.
Achei perturbador o trecho do estupro narrado por Hosseini em
seu livro. Chorei de raiva por causa da covardia de Amir. Chorei do sofrimento
de Hassam, impotente nas mãos de um psicopata. E chorei, principalmente, pelo
rompimento da amizade dos dois amigos que outrora se pareciam como dois irmãos.
A verdade é que frequentemente recordo
dessa passagem tão forte do livro. Tão forte que diretores e produtores da adaptação
cinematografia de 2008 não sabiam, na época,
como incluí-la nas filmagens.
O livro de Hosseini gira em torno
dessa amizade e principalmente da redenção de um Amir já adulto e consciente do
erro cometido quando criança. Agora, ele tenta de todas as maneiras reparar a
sua falha e para isso inicia uma peregrinação em busca do ex-amigo Hassan.
Já aviso a todos que estão
acompanhando essa resenha e que pretendem ler o livro para preparar os seus
sentimentos; você irão chorar, mas chorar muito. Para alguns trechos do livro,
principalmente os mais decisivos, é necessário pegar a caixa de lencinhos e
ficar preparado para a chegada da ‘Dona Lágrima’. Isto é notório e certo.
Você leitor, com certeza, ainda vai
questionar porque a vida pode ser tão
injusta ou então qual seria a sua atitude se estivesse no lugar de Amir.
Cara, “O Caçador de Pipas” é um
verdadeiro carrossel de emoções e questionamentos. Um livro imperdível e que
todos deveriam ler.
Inté!
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