Vinha enrolando ‘pacas’
para comprar o primeiro livro da saga “Crônicas Saxonicas” de Bernard Cornwell.
Cara, eu estava muito temeroso. E como! Além de ser uma saga enooooorme com
oito livros - pelo menos até agora, já que o 9º está a caminho e sabe-se quantos
outros virão – o enredo não me atraia muito. Eu pensava que a história girava somente
em torno de Alfredo, O Grande, que de fato existiu, e que livrou o território
britânico dos invasores vikings. Aliás, se não fosse o monarca, hoje, a
Inglaterra não existiria, já que a fúria avassaladora dos invasores dinamarqueses
subjugava ao seu domínio toda força anglo-saxão opositora, quer dizer... menos,
Alfredo; que conseguiu unificar os exércitos de várias regiões de seu reinado e
encarar os destemidos e furiosos invasores.
- “Caraca!! Esse rei é
o fodástico!” – exclamei. foi assim que acabei se interessando pela história,
apesar da sua infinidade de livros. Mas como sou um cara desconfiado, antes de
adquirir o primeiro volume de “Crônicas Saxonicas”, procurei dar uma
investigada na vida de Alfredo. E... bem, foi aí que me decepcionei. Ok,ok que
ele foi considerado o bam-bam-bam de toda a Inglaterra e o grande responsável
pelo país existir nos dias de hoje, mas a vida do nosso rei era muito chata
cara; aliás, chata demais. Pra começar, ele não era guerreiro. Tudo bem que o
sujeito fosse astuto, inteligente, além de um estrategista incomparável, mas no
campo de batalha, nada a ver. Então, pensei comigo: - “Meo! Pera aí! Os heróis
mais carismáticos criados por Bernard Cornwell são guerreiros e ‘da gema’,
daqueles que encaram qualquer tipo de batalha – por mais difíceis e até mesmo impossíveis
que sejam -, além de assumir numa boa, sem nenhum temor, a primeira fila de uma
parede de escudos”. Cara, eu não imaginava Alfredo como personagem principal
num enredo desses. Capiche?
Quando já estava quase
desistindo de encarar a saga, resolvi dar uma zapeada em algumas redes sociais e
blogs específicos sobre as famosas crônicas e foi então que conheci Uhtred. E
após conhecer esse guerreiro arrogante, convencido, sem papas na língua e nada
leal – já que ora luta pelos dinamarquês e ora pelos saxões – entendi que
Cornwell não iria jamais mijar foram do penico nesta nova saga. Afinal, ele é considerado
o “Rei dos Escritores” quando se trata de romance medieval. Resultado: comprei
o box com os cinco primeiros livros e, na semana passada, fechei a compra de
mais três, restando, agora, apenas o 9º volume que ainda será lançado.
Ao misturar personagens
reais com fictícios, o autor teve uma sacada de gênio, pois conseguiu contar a
história real de um dos mitos da formação do povo britânico, sem torná-la
enfadonha. Se temos um Alfredo cauteloso que prefere negociar com o inimigo,
antes de levar a disputa para um campo de batalha; por outro lado, temos um
Uhtred, cuja lei é a ponta de ‘Bafo de Serpente” (nome de sua espada). Para
ele, o lugar de qualquer negociação é num campo de batalha entre duas paredes
de escudos.
São dois personagens
complexos que vão muito além do tradicional “me ame ou me deixe”. Algumas
vezes, o leitor considera Alfredo o ‘cara dos caras’ e Uhtred um crápula. Em
outras, a situação se inverte. Acredito que seja é dubiedade dos dois personagens
que atrai o leitor. Mas posso garantir prá você: Uhtred superou todas as minhas
expectativas neste primeiro livro; o sujeito é o máximo.
“O Último Reino” é
o romance de abertura da série que conta a história de Alfredo, o Grande, e
seus descendentes. Cornwell reconstrói a saga do monarca pelos olhos do órfão
Uthred, um garoto nascido na aristocracia da Nortúmbria no século IX – um dos
vários reinos ingleses - que aos 9 anos, após uma batalha que culminou com a
morte de seu pai e de seu irmão, foi capturado e adotado por um poderoso
guerreiro dinamarquês. Após viver mais de dois anos nas gélidas planícies do
norte, apesar da pouca idade, Uhtred aprende a ‘maneira viking’ de sobreviver,
as suas crenças e também como lutar. No entanto, seu destino está
indissoluvelmente ligado a Alfredo, rei de Wessex, governante do único reino
inglês a não se dobrar a fúria dos guerreiros do norte.
O primeiro volume de “Crônicas Saxônicas” dedica a
maior parte de seu enredo à infância e adolescência de Uhtred entre os
dinamarqueses. Mesmo seu pai e irmão sendo mortos pelo grupo de guerreiros do
qual fazia parte o intrépido Ragnar, o garoto aprende a respeitar o dinamarquês,
o qual, por sua vez, passa a tratá-lo como um filho.
Paralelamente, também na vida de Uhtred, seu tio
Aelfric se apodera do reino de seu pai e chega a tramar a morte do sobrinho
para consolidar o seu domínio. A traição do tio, serve para lembrar Uhtred de
seu dever de reaver as terras da família, apesar de sentir cada vez mais
dinamarquês. Isto o faz se aproximar ainda mais de Alfredo, mas a razão
principal que o leva para o lado inglês é uma chacina que acontece numa fria
manhã de inverno, promovida por um
dinamarquês, da qual só Uhtred e uma outra garota sobrevivem.
“O Último Reino” também serve ainda para apresentar
Alfredo, o frágil, mas valente príncipe que assume o trono, após a morte de seu
irmão. Alfredo é astuto, inteligente e um brilhante estrategista, além de um
cristão fervoroso ao extremo e que vive cercado de padres e bispos, as vezes
nada confiáveis. Já Uhtred é um pagão convicto que acredita apenas nos deuses
nórdicos. Este é um dos motivos principais das brigas e desentendimentos entre
os dois, mas o legal nisso tudo é que no fundo ambos se respeitam.
As cenas de lutas e as batalhas descritas por
Cornwell em “O Último Reino” são fantásticas e dispensam comentários,
principalmente a batalha de Cynuit que fecha o primeiro volume. O confronto
entre Uhtred e Ubba que comanda os exércitos dinamarqueses é de tirar o fôlego.
Ubba é considerado um lutador invencível, um verdadeiro deus para os dinamarqueses,
mas adivinhe só quem é vai puxar a espada para desafiálo? Preciso dizer?
Gostei tanto de “O Último Reino” que o li em poucos
dias e já comecei a encarar “Os Senhores do Norte”.
Inté pessoal!
8 comentários
Sensacional! Também fui um desses que demorei para me aventurar, o catalisador da minha leitura, foi a série Vikings, que se quiser conferir também é interessante e se passa anos antes dos livros do Cornwell, focada no Ragnar. Comecei a ler em Março e hoje estou no final do sexto volume, os livros são viciantes! Reunindo coragem para começar a ler As Crônicas de Sharpe do autor.
ResponderExcluirRafa, valeu demais pela dica! Qdo concluir "Crônicas" vou atacar a série Vikings. Ragnar - tanto pai quanto o filho - são personagens muito carismáticos.
ExcluirThanks!
Faz vários meses que estou adiando para iniciar esta série tão conceituada. Farei o possível para iniciar este ano ainda ! E sobre a série Vikings vi por enquanto somente dois capítulos e achei de muita boa qualidade.
ResponderExcluirbomlivro1811.blogspot.com.br
Maurilei, com relação as "Crônicas Saxônicas" posso lhe afirmar que os três primeiros livros são fantásticos!! Não tenho dúvidas de que o resto da série não decepcionará. Inicie logo a leitura :)
ExcluirGrde abraço!
amigos, leiam o livro! é muito bom! eu nunca fui de ler, meu primeiro livro foi o livro 1 das cronicas saxonicas, me arrependo por 28 anos n ter tido o habito de ler, mas nunca eh tarde. o livro eh muito bom, leitura simples, fácil de ler, o autor tem uma linguagem muito fácil de entender e sempre fica relembrando certos casos para você memorizar bem! leiam, vale muito a pena!
ResponderExcluirValeu Unknown!
ExcluirSó posso dizer que o seu comentário foi muito feliz e pertinente.
Abcs!
Simplesmente fantástico! faz um mês e meio que comprei um "kindle" para leitura, minhas viagens para o trabalho tanto na ida como na volta não foram mais as mesmas depois das leituras, já estou no quarto livro da saga, e não consigo parar de ler!! Já conhecia a saga do graal do mesmo autor o cara arrebenta estou assim amando as crônicas. A impressão que tenho ao ler os livros e que estou lado a lado com Uhtred nas paredes de escudos!!! kkkkk
ResponderExcluirVerdade Ezer,
ExcluirJá estou no 9º volume da saga e achei todos eles fantásticos.
Abcs!