Não esperem grandes batalhas e lutas em “O Cavaleiro
da Morte” – aqui, vale uma exceção ao seu final, onde o ‘bicho’ pega - mas nem
por isso o segundo volume de “Crônicas Saxônicas”, narrado em primeira pessoa
por Uhtred – aliás toda a saga segue esse estilo narrativo – é ruim. Muito pelo
contrário. Cara, é um livraço! Taí, um ponto a mais para Bernard Cornwell que
prova a força de seu estilo narrativo que não precisa ficar se agarrando a
lutas de espadas, machados ou nos confrontos entre as famosas paredes de
escudo (ver aqui e aqui).
Em “O Cavaleiro da Morte”, o autor explora ao máximo
os relacionamentos conflituosos de Uhtred, além de mostrar um Alfredo mais
humilde, muito diferente daquele rei auto-suficiente que não aceita ser
questionado em hipótese alguma. Humildade que chega com a derrota, já que o rei
de Wessex é obrigado a fugir para os pântanos, após a invasão de seu reino
pelos dinamarqueses. Cornwell também dá preferência para as mulheres que passam
a fazer parte da vida de Uthred. Se em “O Último Reino” conhecemos Brida e
Mildred, agora, em “O Cavaleiro da Morte” é a vez de Iseult e Hild.
No avançar das 391 páginas, Uhtred vai conhecendo
pessoas que julga ser amigos, mas acabam provando o contrário, e também outras;
melhor dizendo, ‘outra’, que acredita ser inimiga mortal, mas após uma
reviravolta incrível - só mesmo Cornwell para fazer isso – acaba se tornando
seu fiel seguidor.
Cara, o enredo cheio de reviravoltas e com uma
narrativa muito forte, faz com que o leitor não sinta nem um pouco a falta das
grandes batalhas tão características do estilo de Cornwell.
O trecho em que Alfredo, O Grande, após a sua fuga, resolve
abrir o coração para Uhtred conversando com ele como um igual, despido de toda
a arrogância e auto-suficiência, é impagável. Uhtred, por sua vez, aproveita
para dizer ao rei, tudo o que está entalado na garganta, sem ao menos chamá-lo
de ‘Senhor’. Mas o final do ‘papo’ é antológico e até mesmo emocionante quando
Alfredo pede algo para Uhtred e ele... Cara, cara, olha os spoilers!! Vai
parando por aí, vai!
Prestem atenção também no temível guerreiro Steapa,
um gigante com espada de ‘uma tonelada’ e escudo com o dobro desse peso que
enfrenta Uhtred numa luta de vida ou morte. Prestem atenção mesmo, porque...
Putz e putz!! É duro querer escrever algo, mas ficar com medo dos temíveis
spoilers. Dexapralá! Leiam, só isso.
Bem galera, o livro começa no dia seguinte aos
eventos de “O Último Reino”,
primeiro volume da série.
São tempos terríveis para os saxões. Derrotados
pelos vikings, Alfredo e seus seguidores sobreviventes procuram refúgio em
Æthelingæg, uma região pantanosa e esquecida a que ficou reduzido o seu reino. Encobertos
pela neblina, viajam em pequenos barcos entre as ilhas na esperança de se
reagruparem, e encontrarem mais apoio.
Ao reunir o Grande Exército, os vikings têm apenas
uma ambição: conquistar definitivamente Wessex. É então que a história de Davi
e Golias se repete: o poderoso exército dinamarquês comandado por Svein e
Guthrum versus o exército juntado as pressas e desorganizado de Alfredo. Só que
esse exército desorganizado tinha Uhtred; então já viu né?
Se no primeiro livro de “Crônicas Saxônicas”, Uhtred
enfrentou Ubba; em “O Cavaleiro da Morte”, ele topa com outro osso duro: Svein.
Mêo, que livro!
4 comentários
Com tantos livros do autor na estante, como que ainda não li nenhum ? Do mês que vem não passa ! rsrsrsrs Irei iniciar esta série tão bem conceituada.
ResponderExcluirbomlivro1811.blogspot.com.br
Prepare-se para uma viagem com aventuras, traições, lealdade, amizades e é claro, batalhas memoráveis com as famosas paredes de escudo.
ExcluirTorço para que goste!
Li por enquanto os dois primeiros da série e os achei excelentes. Prefiro o primeiro por possuir mais cenas de ação. A escrita envolvente de Cornwell faz toda a diferença !
ResponderExcluirbomlivro1811.blogspot.com.br
Então, creio que irá gostar de "Os Senhores do Norte", o terceiro livro da saga. Muuuita ação!
ExcluirAbcs!