10 Filmes que dariam livros fantásticos

13 setembro 2015
Muitas pessoas cantam enquanto tomam banho; eu tenho o hábito de pensar em baixo do chuveiro. Meio esquisito né? Mas como diz aquele velho ditado: “cada louco com a sua mania”. Grande parte dos posts do “Livros e Opinião” surgiram enquanto estava com o sabonete nas mãos e uma ducha quentinha caindo deliciosamente no corpo. E pra variar, dia desses, enquanto dava uma relaxada num banho hiper-gostoso, altas horas da madrugada, me deu um insight daqueles que chegam de repente e sem avisar: “Já pensou se vários filmes famosos tivessem sido livros antes de se tornarem filmes?” Cara, imagine “Poltergeist, O Fênomeno” nas páginas e só depois, então, ter a sua adaptação para os cinemas ou “Seven – Os Sete Crimes Capitais” bombando nas páginas? Mêo, seria fantástico!
Acredito que tanto o enredo, quanto os cenários e personagens desses filmes teriam condições de serem melhores desenvolvidos nos livros. Sei lá galera, ler uma obra literária e só depois vê-la transportada para as telonas é algo por demais especial para nós leitores vorazes. Fica aquela expectativa gostosa do tipo: “Puxa como será que os roteiristas vão adaptar esse trecho do livro?” “Qual ator será escolhido para viver fulano ou ciclano?”. Vai, não mente hienn?! Não é uma sensação gostosa?
Pois é, após esse insight no chuveiro, decide escrever um post sobre o assunto, selecionando 10 filmes que, na minha opinião, seriam verdadeiros Best-sellers se não tivessem... se tornado filmes! Vamos ao nosso toplist
01 – Seven, Os Sete Crimes Capitais
Este filme daria um BestSeller tão bom quanto “O Silencio dos Inocentes” de Thomas Harris. Para aqueles que estão achando exagerada a minha afirmação, basta ver os ingredientes fantásticos do roteiro elaborado por Andrew Kevin Walker: dois detetives com personalidades totalmente diferentes trabalhando juntos num caso; um perigoso serial killer, cujo modus operandi se baseia nos sete pecados capitais; a corrida contra o tempo para deter o assassino, antes que ele feche o seu círculo, eliminando a sétima vítimas; a escolha dessas vítimas, de acordo com os seus pecados capitais. Putz! Que história daria mêo!
O suposto autor poderia dividir o seu livro em sete capítulos, cada um correspondente a um pecado capital e narrando a corrida dos dois detetives para conter a onda de mortes do serial killer. O perfil psicológico das sete vítimas também poderia ser bem explorado. Uhauu! Demais!
Pena que no caso de “Seven, Os Sete Pecados Capitais” a indústria cinematográfica foi mais esperta do que a indústria literária.
02 – ET – O Extraterrestre
O filme de 1982 é um dos maiores sucessos de bilheteria de toda a história do cinema, mas se algum escritor tivesse tido um ‘insight’ antes de Melissa Mathison – Hã-hã!!! E você que pensava que o enredo havia saído da cabeça de Steven Spielberg, heinnn?!... Nõ, nõ... Ele apenas dirigiu o blockbuster.
O drama do pequeno extraterrestre E.T., perdido na Terra e empenhado em telefonar para sua casa, comoveu milhões de espectadores há 30 anos e poderia, com certeza, emocionar também um grande número de leitores.
Fico pensando como seria contada nas páginas a comovente história da amizade especial surgida entre um solitário garotinho e o carismático ET deixado, acidentalmente, na Terra.
E pensar que o roteiro de Mathison chegou a ser rejeitado pelos estúdios Columbia Pictures por considerar que não havia um público para esse tipo de filme. Uma decisão que lamentariam mais tarde, já que o filme é até hoje um dos títulos mais rentáveis e emblemáticos da Universal Studios.
03 – Dublê de Corpo
Queria ter lido essa história, mesmo ciente do sério risco de plágio que o autor imaginário estaria correndo, já que o roteiro desenvolvido por Brian de Palma e Robert J. Avrech faz várias referências diretas e indiretas  à “Janela Indiscreta” e “Um Corpo Que Cai”. Mas, quem sabe... talvez... o escritor pudesse explicar na introdução de sua obra, que estaria fazendo uma homenagem à Alfred Hitchcock ou então qualquer outra desculpa. Mas  algo que não posso negar é que “Dublê de Corpo” darias um l-i-v-r-a-ç-o.
Cara, o filme é repleto de reviravoltas. Quando você pensa que vai acontecer algo lógico, pimba! Lá vem um fato inesperado. E por aí vai. Acredito que os leitores iriam devorar avidamente cada página da história. Para aqueles que desconhecem o roteiro de  De Palma, “Duble de Corpo” conta a história de um fracassado e claustrofóbico ator de filmes B que sem ter onde morar acaba recebendo uma proposta irrecusável de um colega: ficar num belo apartamento de um amigo seu, até conseguir uma casa. No novo apartamento, ele presencia estranhos acontecimentos com uma vizinha, e passa a persegui-la e a querer ajudá-la, mas desconhece o perigo que está correndo.
04 – Um Tiro na Noite
Taí mais um roteiro com a marca de Brian de Palma. Caraca, esse cara não poderia ter nascido escritor ao invés de roteirista ou diretor?!! No roteiro de De Palma e Bill Mesce Jr., um talentoso técnico de áudio – vivido por John Travolta - que ganha a vida gravando sons especiais para filmes de terror, acaba captando com o seu equipamento, acidentalmente, um acidente de carro que mata um candidato à presidência e fere sua jovem amante. Depois disso, o técnico de  áudio é arremessado em um mistério ainda mais aterrorizante do que qualquer dos filmes em que trabalha! Logo ele e a amante do candidato precisam lutar para manterem-se vivos, pois vão descobrindo uma explosiva conspiração política que atinge até mesmo os mais altos níveis governamentais.
“Um Tiro na Noite” venderia mais do que água no deserto. Putz, bem que poderia ter saído, primeiramente o livro; aí entonce...ele estaria livre para ser adaptado para o cinema.
05 – O Sexto Sentido
O final desse filme de horror psicológico é fodástico. Daqueles finais de derrubar no chão não só o queixo do cinéfilo, mas todo o seu corpo. Enfim, um tombo completo.
Bem que o indiano naturalizado americano, M.Night Shyamalan poderia ter optado pelas páginas ao invés das telas. Dessa maneira, nós leitores inveterados, ganharíamos um presente inesquecível: “O Sexto Sentido” em livro, antes de ser adaptado para os cinemas. Mas, nem tudo é perfeito...
Mil vezes caramba!!! Aquele final em que o personagem do Bruce Willis descobre... Caraca, que arraso!!
“O Sexto Sentido” conta a história de um menino isolado e incomodado com o seu dom de ver e falar com os mortos. Ele recebe o acompanhamento de um psicólogo infantil, igualmente perturbado, vivido por Bruce Willis, que tenta ajudá-lo.
O roteiro do filme vai mostrando vários detalhes, aparentemente comuns, durante os seus mais de 100 minutos de exibição, mas no final, esses detalhes, supostamente, insignificantes acabam sendo os responsáveis pelo tombo no telescpectador. Já imaginou tudo isso num livro?!
06 – Chuva Negra
Este filme de 1989 é um de meus favoritos. Há tempos, imagino os personagens de Michael Douglas (Nick) e Andy Garcia (Charlie) nas páginas de um romance policial. O roteiro escrito por Graig Bolotin e Warren Lewis é muito bom e posso garantir que – se o filme não existisse – teríamos um ‘super Bestseller’.
No cinema, os dois amigos policiais de Nova York tem a missão de escoltar um assassino membro da máfia japonesa Yakuza de volta ao seu país natal, o Japão; chegando lá, no aeroporto de Osaka, o prisioneiro escapa. Nick e Charlie tentam então trabalhar com relutantes policiais japoneses para tentar recapturá-lo, logo a dupla se vê perdida no Japão – onde não sabem se deslocar, além de ignorar o idioma -, o que os conduz ao submundo exótico de Osaka e direto para o centro de uma furiosa e brutal batalha entre gangues Yakuza.
Acredito que um dos pontos fortes do livro – isto é, se um dia ele tivesse existido – seria a amizade entre os dois policiais. Uma amizade tão sólida que um deles chega a desafiar a própria Yakuza após algo que aconteceu com o seu amigo.
Nossa! Que livro! Mas... paciência.
07 – Ainda Muito Loucos
Sou grato há um amigo por ter indicado esse filme há alguns ou muitos anos atrás. Valeu, mesmo, Marcelo Daniel. Você é o cara por isso. Quase sempre lá estou eu assistindo as peripécias do Strange Fruit; um grupo de rock – fictício – que fazia muito sucesso nos anos 70, mas em meio a ‘fogueira de vaidades’, drogas, mulheres, egos elevados e outras ‘cositas más’ que geralmente acabam culminando com a morte de muitas bandas de rock ou  heavy metal, o Strange Fruit também morreu.
Mas num ‘belo dia’, um de seus integrantes resolve “ressuscitar’ a banda com o objetivo de fazer uma turnê. Seria uma ótima idéia desde que o vocalista não fosse um inimigo mortal do baixista ou então que o guitarrista (considerado a alma do grupo) estivesse internado num sanatório ou ainda que a confiança de todos eles estivesse muito abalada após o fiasco do último show, há duas décadas, quando absolutamente tudo deu errado no palco. Apesar dessas circunstâncias, eles resolvem voltar. Cara, o final é e-m-o-c-i-o-n-a-n-t-e.
08 – Rede de Intrigas
Este filme do diretor Sidney Lumet exibido em 1976 nos cinemas seria um verdadeiro BestSeller. O roteirista Paddy Chayefsky esteve inspirado quando escreveu a história de um locutor de noticiário de uma rede de televisão americana que é demitido em razão da baixa audiência do programa. Ele, então, anuncia que irá cometer suicídio no ar. Por esta razão, os índices de audiência do programa voltam a crescer, ele passa a ser conhecido como o Profeta Louco, e é readmitdo. Evidentemente, quando o tal "profeta" perde a capacidade de seduzir o público, alguma providência tem que ser tomada contra ele. De preferência, diante das câmeras e com uma platéia dentro do estúdio....
A tensão que rola durante todo o filme iria prender os leitores a cada página devorada.
O autor do livro poderia explorar ao máximo – como aconteceu no filme de Lumet – a falta de ética que rola nos bastidores da televisão, além da mentalidade capitalista e inescrupulosa dos empresários ‘todo-poderosos’ que sugam a capacidade e o empenho de seus funcionários até o bagaço e depois... os jogam fora.
09 – Rain Man
Veja só a sinopse resumida desse filmaço de 1988 com Tom Cruise e Dustin Hoffman: “Um jovem yuppie (Tom Cruise) fica sabendo que seu pai faleceu. Eles nunca se deram bem e não se viam há vários anos, mas ele decide ir ao enterro e quando vai cuidar do testamento fica sabendo que herdou um Buick 1949 e as roseiras premiadas do seu pai, sendo que um "beneficiário" tinha herdado três milhões de dólares. Fica curioso em saber quem herdou aquela fortuna e descobre que foi seu irmão (Dustin Hoffman), que ele desconhecia a existência. O irmão dele é autista, mas pode calcular problemas matemáticos complicados com grande velocidade e precisão. O yuppie seqüestra seu irmão autista da instituição onde ele está internado, pois planeja levá-lo para Los Angeles e exigir metade do dinheiro, nem que para isto tenha que ir aos tribunais. É durante uma viagem cheia de pequenos imprevistos que os dois se compreenderão mutuamente e entenderão o significado de serem irmãos”.
Cara, será que eu preciso falar escrever mais alguma coisa? Vai diz aí, daria ou não daria um livro encantador? Pena que nenhum escritor teve essa idéia antes dos roteiristas Ronald Bass e Barry Morrow. Fazer o quê? Nós, leitores, só temos que nos conformar.
10 –Uma Janela Para o Céu
Háhahahahahaha! Coloco minha mão no fogo se agora muitos leitores não estão me chamando de piegas. Ligo não, porque adorei o filme de 1975 com o Beau Bridges e a Marilyn Hassett – por falar nisso, por onde anda essa excelente atriz que literalmente sumiu após 1992 ? – baseado na história real da esquiadora americana Jill Kinmont  que em 1955, aos 18 anos de idade, revela um enorme talento para o esqui e aposta certa para vencer os Jogos Olímpicos de Inverno de 1956. Mas, uma fatalidade põe fim a esse sonho. Após uma queda brutal na neve, ela acaba ficando paralisada do pescoço para baixo. Ainda que esteja impedida de praticar esportes para sempre, Jill passa a enfrentar uma nova batalha: viver e conviver com sua deficiência. Para isso ela vai contar com a ajuda de amigos, dos pais, parentes e de um novo amor.
Mesmo sendo ‘crianção’, em meados dos anos 70, lembro-me de que chorei até as gotas no final do filme. Depois, morrendo de vergonha fiquei sentado com alguns amigos no banco da praça, em frente ao Cine São Salvador, observando as pessoas que saiam da sala de exibição. A maioria dos cinéfilos – homens e mulheres - se debulhavam em lágrimas! Resultado: a vergonha sumiu.

Fico imaginando essa história num livro. Mas nem tudo é perfeito.
Inté!

9 comentários

  1. Seven, Os Sete Crimes Capitais é mesmo fantástico, principalmente os momentos finais.

    bomlivro1811.blogspot.com.br

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    1. Assisti Seven e também gostei. Com certeza se o livro tivesse existido, iria gostar muito mais (rs)

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    2. O livro provavelmente seria melhor mesmo !

      bomlivro1811.blogspot.com.br

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  2. Curiosamente, uma vez encontrei na biblioteca de uma escola uma novelização em inglês de Rain Man, pela Penguin Books, daquelas para quem está aprendendo o idioma. Não cheguei a ler por que na época achei o resumo chato. Pena que não tinha assistido o filme ainda.

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    1. Não sabia que existia uma novelização do filme. Uma obra rara, sem dúvida.
      Valeu!

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  3. Sempre tive por mim que Titanic daria um longo e sensacional livro, ao estilo ...E o Vento Levou, nas mãos de um bom escritor.

    Concordo que E.T. emocionaria muitos leitores. Certamente, seria um daqueles livros infanto-juvenis que se lê quando jovem e o marca a tal ponto de lembrar dele para o resto da vida.

    Parabéns pela excelente postagem como sempre, Jam!

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    1. Muito bem lembrado Tex! Titanic fazia parte da minha pré lista de filmes que entrariam no post, mas infelizmente só cabiam 10 e acabei optando por outros.
      Grande abraço!

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  4. Sempre fiquei imaginando como seria ler "O Sexto Sentido". Principalmente o final! Seria muito bom... Obrigada pela postagem Jam

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    1. Obrigado à você pela visita :)
      Também acho que "O Sexto Sentido" daria um livro espetacular.
      Abraços e volte sempre!

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