O Dia do Chacal

19 setembro 2015
Li “O Dia do Chacal” de Frederick Forsyth na minha fase de ‘rato de biblioteca’ quando fica enfunado no meio de uma imensidão de livros da biblioteca municipal. Costumo dizer que a biblioteca pública de minha cidade foi encolhendo com o passar dos anos, seguindo uma linha contrária a evolução natural das coisas. Ao invés de ir crescendo e se aprimorando, ela foi encolhendo e perdendo atrativos, até ficar reduzida a espaço ‘piquitico’ e quase sem livros.
Mas na época em eu era um pré-adolescente, a saudosa biblioteca ocupava um salão oval enoooorme, rodeada de obras de cima a baixo e com a mesa da bibliotecária ficando no centro. Cara, era a coisa mais linda que existia! O sonho de todos os leitores. Hoje, no local funciona – acho que – a sede de um clube de futebol amador que nem sei se existe ou não.
Foi naquele espaço encantado – pelo menos para mim – que conheci “O Chacal” e Claude Lebel: dois personagens que foram os responsáveis pelas minhas noites em claro e pelas broncas levadas de minha mãe. – Zé, você está acordado ainda?! Amanhã você tem que levantar cedo prá ir para a escola. Apaga essa luz e vai dormir logo menino! –  gritava ela. Mas no fundo, eu sabia que a sua bronca era da boca para fora, já que ela ficava feliz em saber que, apesar da pouca idade, eu já era um devorador de livros.
Pois bem, estas duas pessoas – quer dizer – estes dois personagens me encantaram nos anos 70. Ora, torcia para o sujeito contratado para matar Charles De Gaulle; ora, torcia para o cara que tinha a missão de impedir esse ato terrorista. O Chacal idealizado por Forsyth, apesar de ser considerado vilão, tem o poder de seduzir o leitor. O autor compôs um personagem tão inteligente e detalhista que em certos momentos da trama, sem perceber, você se vê torcendo por ele. Então, entra em cena Label, tão inteligente e detalhista quanto o Chacal, aí lá vai você trocar de lado em sua torcida. Este vai e vem na ‘preferência popular’ – bandido-mocinho, mocinho-bandido –  para descobrir quem leva a melhor no final é constante. O carisma de Chacal e Label são fod...   
O romance é baseado em um fato real: a tentativa de assassinar o presidente francês Charles de Gaulle, que aconteceu em 1963, por obra de Jean Bastien-Thiry. O carro onde estava De Gaulle chegou a ser metralhado. Thiry era um funcionário público francês insatisfeito em perder seu cargo na Argélia, em virtude da independência do país promovida por De Gaulle.
Forsyth ‘agarrou’ esse fato para compor a sua trama, com algumas modificações, é obvio. A principal delas foi trocar um funcionário publico insatisfeito por um mercenário misterioso contratado com a missão de eliminar o presidente francês.
“O Dia do Chacal” teve a sua primeira publicação lançada em 1971, mas depois devido ao sucesso da obra, que projetaria o nome do Forssyth mundialmente, muitas outras edições passaram a ser lançadas.
No livro, o “Chacal” é contratado por uma organização do exército francês, inimiga da independência da Argélia, para dar cabo do presidente De Gaulle. O mercenário bonito, carismático, com gestos refinados e sem identidade definida mata, friamente, todos aqueles que se colocam em seu caminho para cumprir a missão de eliminar De Gaulle.
O livro é dividido em três partes: “Anatomia de um Complô”, “Anatomia de uma Caçada Humana” e “Anatomia de um Assassinato”. A primeira parte destaca os detalhes perfeccionistas de como o Chacal planeja o assassinato. A segunda, tem início no momento em que as forças policiais passam a procurar o Chacal. “Anatomia de um Assassinato” é a mais curta e se refere ao desfecho da trama.
O livro começa lento, com muitos personagens e trechos descritivos, mas depois, com o virar das páginas, a “coisa” vai engrenando. À partir da segunda parte, quando começa o jogo de gato e rato entre o Chacal e o detetive Label, o enredo se torna eletrizante.  
Cara, resumindo, um livro que vale a leitura e muito!! Tanto é que apesar de décadas passadas, os detalhes da trama ainda continuam ‘fresquinhos’ em minha memória.
Por hoje é só!

7 comentários

  1. Tinha achado esse livro para baixar mas não tinha me atraído muito. Depois da sua resenha vou dar uma segunda chance a ele.

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    1. Acho que vc vai gostar. Como disse na resenha, o livro convence.
      Boa leitura!

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  2. Essa é uma característica dos livros do Forsyth, no começo ele dá muitas informações, daí fica uma leitura chata. Porém, quando a ação começa não dá vontade de parar!

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  3. Eu o li na adolescência. Não conseguia parar de ler. E muito bom realmente e eu confesso que torcia pro Chacal. Rss

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  4. Li e gostei.Trama bem idealizada por Frederick Forsyth em livro que deixa o leitor preso e torcendo ora pelo matador, ora pelo comissário Claude Lebel que tem a difícil missão de deter o "Chacal". Vale a pena ler!

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  5. "O livro já era muito bom, então um verdadeiro terrorista, codinome Carlos, famoso nos anos 60 e 70 deixou em seu esconderijo em Paris uma cópia deste livro. Logo a imprensa do mundo inteiro o chamou de "Carlos o Chacal". Com a notícia, houve uma explosão de sucesso e o livro de Frederick Foorsyth tornou-se um best seller estelar. Para quem adora leituras de espionagem e complôs mirabolantes é sensacional. Recomendo sem pestanejar." - M.S.C.

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