O Planeta dos Macacos e Jurassic Park voltam às livrarias pela editora Aleph

10 maio 2015
Livro de Boulle com novo layout lançado pela Aleph
Lembro, como se fosse hoje, da minha peregrinação para adquirir “O Planeta dos Macacos”. Também pudera, como sofri  para comprar o livro do francês Pierre Boulle. Todo santo dia, entrava nos sebos virtuais – acho que o portal da Estante Virtual estava começando a dar os seus primeiros passos naquele longínquo 2005 – e não encontrava nada. Com isso, a minha frustração ia aumentando cada vez mais. Queria tanto ler a história de Boulle que cheguei ao ponto de dar uma ‘balançada’ na hora de comprar “a última bolacha do pacote” que havia localizado num sebo escondido no fundo do baú. Detalhe: essa “última bolacha do pacote” estava traduzida no idioma dos nossos patrícios portugueses. Tudo bem que se trata de uma língua co-irmã, mas convenhamos: o português europeu tem algumas diferenças, digamos que ‘meio’ chatinhas que dificultam no momento de lermos um livro. Por exemplo, enquanto usamos gerúndio à vontade, eles esbanjam no infinitivo (“falando” x “a falar”); sem contar as palavras com significados diferentes para as duas línguas (Delegacia para nós, Esquadra para eles; Moleque para nós, Puto para eles e etc e mais etc). Pois é, a minha vontade de devorar as páginas de “O Planeta dos Macacos” era tão grande, mas tão grande, que por um triz quase compro uma edição lusitana.
Após muito tempo sofrendo, o Grande Homem lá de cima se apiedou de mim e fez com que caísse em minhas mãos do nada, uma edição Pocket Ouro de 2005 do livro. Agradeço aos céus por aquela madrugada insone zapeando na net, porque graças a “ela’ topei com uma edição de bolso perdida num sebo e por um preço minguadinho. Após soltar um “Iahuuuuuuuuuuuuuuu!!! que estava entalado há anos em minha garganta, efetuei a compra com as mãos tremendo de emoção.
O meu drama com “O Parque dos Dinossauros” (Jurassic Park) de Michael Crichton foi semelhante. Não encontrava o livro em lugar nenhum e para piorar, naqueles idos tempos, os fundadores do portal estante virtual nem sonhavam com um projeto daquela magnitude. Aliás, os sebos virtuais estavam engatinhando e mal saiam do chão. A salvação de todos nós, leitores inveterados, eram os livreiros que nos socorriam à distância pelo MSN. Mas, no meu caso, nem eles puderam ajudar, porque no final dos anos 90, a obra máxima de Crichton já estava esgotada nas livrarias.
Quando tudo parecia perdido, o cara de pau, aqui, jogou a sua vergonha e o seu amor próprio no lixo e começou a ‘publicar’ insistentemente nas salas de bate-papos  mensagens implorando pelo livro. Entonce, alguém deve ter se penalizado com a minha situação e se propôs a prestar auxílio. Resultado: recebi dessa boa alma o ‘presente’ pelo correio. Cara, que Iahuuuu gostoso ‘soltei’ quando peguei em minhas mãos o livraço de Crichton.
Nova capa de Jurassic Park 
Galera, achei importante contar essas duas experiências pessoais para que vocês entendam como, nós leitores, sofremos quando queremos ler um livro e não o encontramos. Por esse motivo, sempre fui contra a proposta de algumas editoras ficarem relançando obras que ainda podem ser encontradas facilmente no mercado, ao invés de adquirirem os direitos de de histórias raras ou esgotadas.
Então, de repente, chega a editora Aleph e muda todo esse conceito ou preconceito, tanto faz. De cara, eles colocaram no mercado neste mês de abril “O Planeta dos Macacos” e como não bastasse, prometeram para maio “Jurassic Park”.
Cara, só tenho que elogiar a atitude dos responsáveis pela editora que decidiram romper todos os paradigmas ao adotar a postura de colocar no mercado literário, obras raras, de fato.
Agora, falando escrevendo um pouco sobre os dois hiper relançamentos da Aleph, eles chegam numa boa hora, já que os livreiros que ainda dispunham das poucas edições em estoque, estavam ‘enfiando a faca’ até o cabo. Tanto O Planeta dos Macacos como O Parque dos Dinossauros estavam sendo vendidos em média de R$ 90,00 a R$ 180,00!!
Em abril quando a editora anunciou que iria relançar os livros de Boulle e Crichton, os preços nos sebos começaram a despencar e hoje, ambos podem ser adquiridos à preços módicos.
“O Planeta dos Macacos” é o livro que deu origem à franquia do cinema que começou em 1968 com Charlton Heston e continua até nos tempos atuais. A história fez tanto sucesso que além das telonas também virou seriado de televisão e desenho animado.
O livro - lançado originalmente em 1963 - que já está á venda conta com uma série de extras e projeto gráfico de Pedro Inoue, responsável por “laranja Mecânica – 50 anos” e “Uma Odisséia no Espaço”
A história de Boulle começa no espaço, onde um casal passa a lua de mel em uma espaçonave particular, prática que o autor previu como algo corriqueiro no futuro. O passeio é interrompido por uma garrafa carregada com um manuscrito, que aparece boiando e é capturada pelos viajantes. O texto é assinado pelo protagonista Ulysse, um jornalista que topa participar de uma viagem intergaláctica que levará três tripulantes a planetas distantes, nunca antes alcançados pelo homem. O trio aventureiro descobre um sistema muito parecido com a Terra, com oxigênio no ar e gravidade semelhante à nossa. Mas também se depara com o absurdo: ali, os homens são animais selvagens, sem fala ou consciência, capazes apenas de uivar, enquanto os macacos são seres pensantes e culturais.
Cena do filme "O Planeta do Macacos" lançado em 1968
Em um processo reverso, humanos são testados em laboratório por macacos, são objetos de lobotomia e de extirpações, além de se tornarem animais de estimação e de entretenimento em zoológico. Nesse ambiente, o protagonista se envolve com uma selvagem humana, Nova, por quem sente tanto desejo físico como frustração intelectual, e também com Zira, uma macaca cientista, com quem estabelece uma comunicação e para quem consegue provar que é um ser pensante. Apesar de o primeiro filme ser fiel à trama literária, as diferenças entre uma obra e outra são muitas, principalmente o final. Fica difícil saber qual é o desfecho mais impactante: do livro ou do filme.
Já na trama de “Jurassic Park” que também será relançado pela Aleph nos próximos dias, um grupo de cientistas desenvolve uma técnica para recuperar e clonar o DNA de várias espécies de dinossauros. Extintos há milhões de anos, os repteis pré-históricos são recriados em laboratório com o objetivo de se tornarem atração turística de um parque temático localizado em uma ilha remota a oeste do litoral da Costa Rica. Algo acaba dando errado e os animais furiosos e famintos saem caçando os habitantes  e visitantes da ilha.
Em 2012 escrevi um post resenhando “O Parque dos Dinossauros”, os leitores interessados poderão conferir aqui.
Bem, é isso aí galera. Só me resta parabenizar os editores da Aleph e torcer para que eles continuem criando tendências e não seguindo o ‘feijão com arroz’ tradicional de outras editoras.

E que venha “Jurassic Park”!

4 comentários

  1. Meu problema em ler em português de Portugal é que sempre acho que a história está se passando no país dos gajos. Quanto ao planeta dos macacos, há pouco mais de um mês vi uma edição de bolso numa banca de revistas por R$ 12,00. Se soubesse que era tão raro teria comprado. Na verdade, ele deve estar lá ainda. Mas agora que será, ou já foi, reeditado, prefiro comprar o novo. Quanto ao Jurassic park também não sabia que era raro. Também acho que essas reedições de livros são desnecessárias. Tudo bem que a edição de luxo de Tubarão está linda, mas pagar R$ 50,00 num livro que você encontra por R$ 8,00 em sebos é um pouso nonsense.

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    1. Ronaldo, se a Editora Aleph não tivesse relançado "O Planeta dos Macacos", eu iria lhe aconselhar sair correndo nesse exato momento para comprar a edição de R$ 12,00 da obra de Pierre Boulle. Cara, acho que o dono desse sebo pirou ou então deve ser parente da Madre Tereza de Calcutá (rs).
      Grande abraço e volte sempre!

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  2. Não vou atrás dessas edições novas porque já tenho o meu Jurassic Park de bolso da LPM, o meu Planeta dos Macacos foi importado em inglês mesmo. Ambos foram bem difíceis de encontrar, o Jurassic Park era o único exemplar que a loja da Saraiva tinha quando comprei. Mas apoio essa atitude da Aleph, proporcionar edições belas de clássicos modernos que tornaram-se raridades aqui no Brasil.

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