Um dos filmes de terror que marcou a minha geração
foi “Sexta-Feira 13”, o primeiro, de 1980, e não as bagaceiras posteriores –
principalmente à partir da 4ª parte - que transformaram a franquia numa piada
de mau gosto.
Na minha opinião, o filme que deu origem a série é a
pedra fundamental, incomparável e a anos-luz de distância dos outros. – “Ah!
Mas o Jason nem aparece com a famosa máscara de hóquei. Não tem graça nenhuma!”
Sei que muitos podem fazer tal afirmação, mas eu respondo com toda segurança
que tem graça sim, porque a produção do
início dos anos 80 foi tão boa, mas tão boa que não precisou da ajuda de nenhum
gigante homicida de quase dois metros de altura, escondido sob uma máscara do
Detroit Red Wings, esfaqueando quem cruzasse o seu caminho. Cara, só a primeira
parte já basta! Filmaço! Mas nós sabemos da gula por dólares da máquina Hollywoodiana,
então ela resolveu transformar o filme numa franquia e deu no que deu: alguns
bons e outros verdadeiras bombas homéricas. Posso até aceitar três filmes, mas
12?!
Portanto, quando a DarkSide anunciou que iria lançar
um livro revelando todos os detalhes dos bastidores do primeiro filme... Mêo!
Quase pirei! Fiquei contando nos dedos a chegada de “Sexta-Feira 13: Arquivos
de Crystal Lake” nas livrarias. Afinal de contas, teria a oportunidade de conhecer
todos os segredos que rolaram atrás das
câmeras do filme de terror que mais me intrigou, depois de “O Exorcista”, é
claro.
Reservei a minha edição tão logo o livro foi
colocado em pré-venda nas lojas virtuais e quando a belezura caiu em minhas
mãos comecei a lê-lo simultaneamente com “Escuridão Total Sem Estrelas” de
Stephen King.
Alguns acusam a DarkSide de tentar esconder um
conteúdo fraco atrás de capas sedutoras capazes de atrair a atenção, até mesmo,
de pessoas que tem ojeriza à leitura. Não concordo; pelo menos, com relação a “Serial Killers: Anatomia do Mal” e, agora, “Sexta-Feira 13: Arquivos de Crystal Lake” –
os únicos que li da editora – não sei quanto aos demais.
No caso de Sexta-feira 13, tanto o conteúdo quando a
arte são fantásticos. O leitor vai encontrar um verdadeiro legado sobre o filme:
como foi o seu planejamento e execução,
além de entrevistas com atores, diretores, produtores e maquiadores. E por
falar em maquiadores, o prefácio da obra foi escrito pela fera Tom Saviani,
profissional responsável pela maquiagem e efeitos especiais do filme. Ele faz
revelações surpreendentes sobre a composição do personagem Jason Voorhees. É evidente
que não quero e nem vou estragar esse texto com spoilers, mas basta dizer que
Saviani revela como o Jason “deveria ser e não foi”. Deu pra entender?
Explicando melhor: à princípio, o personagem deveria ter outras características,
muito diferentes, daquelas que aparecem no filme, mas após alguns palpites de
Saviani, tudo foi mudado.
A pesar de serem mínimas as informações sobre Kevin
Bacon – garotão na época – que quatro anos depois explodiria em todo o mundo
com o mega-sucesso “Footloose: Ritmo Louco”, elas são bem interessantes. Vale lembrar
que Sexta-Feira 13 foi um de seus primeiros papéis e que a morte de seu
personagem foi a mais famosa de toda a saga, tendo muito impacto naquela época.
Já, Sean S. Cunningham é quem mais aparece no livro; também, pudera, ele foi,
ao lado de Saviani, um dos maiores responsáveis pelo sucesso do filme.
A gravação de Sexta-feira 13 durou 28 dias e neste
período muitas coisas boas e outras ruins rolaram entre direção e elenco. Boa
parte delas são reveladas no livro da DarkSide. O relacionamento entre os
atores era bom ou ruim? O que eles faziam durante as filmagens? Tudo isso é
esclarecido na obra.
Caramba, me empolguei tanto com o livro que acabei
omitindo o seu autor. Ok; David Grove é escritor e jornalista... e pronto.
Pronto, porque, não conheço nada sobre o cara. Parece-me que ele escreveu um
livro sobre os bastidores do filme “Quarteto Fantástico” e também alguma
relacionada a série “Scream Queens”. Mas, confesso, que mesmo com poucas credenciais,
o seu trabalho em “Sexta-Feira 13: Arquivos de Crystal Lake” meu surpreendeu.
Gostei do texto e também da forma como foram conduzidas as entrevistas. Bem
ágeis e interessantes, de fato, prende a atenção dos leitores. O autor também
foi honesto em sua abordagem, ao publicar tanto as críticas positivas quanto as
negativas sobre o filme. Ele cita, por exemplo, que alguns críticos malharam Sexta-feira
13, logo após o seu lançamento, acusando o filme de ser uma cópia descarada de “Halloween”,
que tinha acabado de fazer grande sucesso nos cinemas.
Outro ponto alto da obra são as fotos das filmagens
e também dos bastidores: mais de 300, muitas inéditas.
Como sempre acontece com os lançamentos dos livros da
“Coleção Dissecando” (O Massacre da Serra Elétrica e Evil Dead) a DarkSide
lançou duas versões de “Sexta-Feira 13: Arquivos de Crystal Lake”: a clássica,
no formato brochura e a limitada com capa dura.
Escolha a sua e ‘enterre-se’ na leitura.
2 comentários
Gosto muito dos filmes, e esse livro deve ser ótimo.
ResponderExcluirbomlivro1811.blogspot.com.br
Gostei muito do livro. Bem esclarecedor. O leitor entra no mundo dos bastidores de Sexta feira 13. Se gostou do filme, pode comprar sem medo.
ExcluirAbcs!!