Melhorou muito e quando digo muito entenda-se “muuuuuuuuuuuuuuuuito”.
Os Dias Escuros é um daqueles livros
cuja sequencia supera anos-luz o enredo raiz, ou seja, o enredo que dá origem a
uma trilogia, quadrilogia ou saga. É muito difícil isso acontecer tanto na
literatura quanto no cinema, mas as vezes acontece como aconteceu na saga
“Apocalipse Z” do jornalista e escritor espanhol Manel Loureiro.
A leitura do primeiro volume se arrastou; achei muito
monótona, praticamente sem diálogos, no formato de diário/blog e com poucos
personagens. Aliás, a história criada por Loureiro foi publicada originalmente num
blog e só depois foi parar nas páginas de um livro e mesmo assim, seguindo o
formato de um blog. Enquanto estava na blogosfera, o texto era publicado aos
poucos e isso acabava prendendo a tenção dos internautas, mas a partir do
momento que o autor decidiu publicá-lo num livro, o enredo foi despejado de uma
só vez nas páginas e - pelo menos, para mim – acabou se tornando cansativo
pacas. Agora, em Os Dias Escuros o estilo da escrita ficou
mais compatível com o chamado “formato livro”. A narração em primeira pessoa
continua, mas dessa vez muito mais dinâmica e... repito: com diálogos; e todo
leitor sabe que esse recurso narrativo deixa qualquer história muito mais ágil.
Escrevi em minha resenha sobre Apocalipse Z – O Início do Fim (ver aqui) que foi difícil engatar uma terceira
marcha; quanto a quarta marcha nunca chegou. Já nesse segundo volume, consegui
cambiar uma quarta. Apesar da obra não ter tido a capacidade de me tirar de uma
ressaca literária – bem longe disso - que já dura anos, não posso negar que se
trata de um bom livro.
Os
Dias Escuros tem conspirações, traições, ação,
suspense e... claro, zumbis, uma infinidade de zumbis. Os leitores que ficaram “fora
do ar” quando leram O Princípio do Fim,
já que o autor não deu nenhuma explicação científica sobre a origem do vírus
que transformou a população em zumbis, dessa vez, ao lerem a sequência da obra terão
uma noção de como tudo começou. Outra novidade é que o autor também mostra como
um zumbi pensa, ou seja, qual é a sua linha de raciocínio. O leitor fica
sabendo o que é ser um zumbi. Achei essa premissa muito interesse e deu um
tempero a mais na história. A narrativa também ganhou um vilão – humano e não
zumbi, ufa! – muito eficiente. Há ainda reviravoltas interessantes do tipo: “quem
você pensa que é não é”, entendeu? (rs). Ok; olha, não quero me aprofundar
muito para não liberar spoilers, mas há alguns personagens que não aparentam
ser aquilo que são, tanto para o bem quanto para o mal. Capiche? Acho melhor
parar por aqui (rs).
Para aqueles que ainda não conhecem a trilogia, em Apocalipse Z, Loureiro narra em tempo
real uma hipotética invasão de zumbis na Espanha do ponto de vista de um
advogado morador da cidade de Pontevedra. A invasão que teve origem no
Daguestão, uma república russa, acaba explodindo pelo mundo afora num
verdadeiro apocalipse.
Neste segundo volume da trilogia, os sobreviventes
Viktor Pritchenko, Lúcia, irmã Cecília e o advogado (protagonista da história
cujo nome continua sendo um mistério) que haviam decidido fugir em busca de um
lugar seguro que imaginam ser nas ilhas Canárias, um dos únicos pontos que
ainda pareciam seguros na Terra, ao chegarem no local, eles tem uma surpresa
inesperada. Como não bastasse, ainda recebem uma missão quase suicida: devem
acompanhar uma equipe de soldados até Madri e saquear um hospital que fora um
dos primeiros locais a ser invadido pelos zumbis, a fim de conseguir
medicamentos imprescindíveis para os sobreviventes.
Com isso, o advogado, Viktor Pritchenko e os demais
soldados terão de voltar a um inferno inimaginável: uma cidade
pós-apocalíptica, cheia de zumbis agressivos que colocarão à prova seu desejo
de lutar pela vida.
Agora, vamos ver se A Ira dos Justos, terceiro volume da trilogia mantém o mesmo nível
de seu antecessor.
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