Apocalipse Z – Os Dias Escuros (Livro II)

25 março 2023

Melhorou muito e quando digo muito entenda-se “muuuuuuuuuuuuuuuuito”. Os Dias Escuros é um daqueles livros cuja sequencia supera anos-luz o enredo raiz, ou seja, o enredo que dá origem a uma trilogia, quadrilogia ou saga. É muito difícil isso acontecer tanto na literatura quanto no cinema, mas as vezes acontece como aconteceu na saga “Apocalipse Z” do jornalista e escritor espanhol Manel Loureiro.

A leitura do primeiro volume se arrastou; achei muito monótona, praticamente sem diálogos, no formato de diário/blog e com poucos personagens. Aliás, a história criada por Loureiro foi publicada originalmente num blog e só depois foi parar nas páginas de um livro e mesmo assim, seguindo o formato de um blog. Enquanto estava na blogosfera, o texto era publicado aos poucos e isso acabava prendendo a tenção dos internautas, mas a partir do momento que o autor decidiu publicá-lo num livro, o enredo foi despejado de uma só vez nas páginas e - pelo menos, para mim – acabou se tornando cansativo pacas. Agora, em Os Dias Escuros o estilo da escrita ficou mais compatível com o chamado “formato livro”. A narração em primeira pessoa continua, mas dessa vez muito mais dinâmica e... repito: com diálogos; e todo leitor sabe que esse recurso narrativo deixa qualquer história muito mais ágil.

Escrevi em minha resenha sobre Apocalipse Z – O Início do Fim (ver aqui) que foi difícil engatar uma terceira marcha; quanto a quarta marcha nunca chegou. Já nesse segundo volume, consegui cambiar uma quarta. Apesar da obra não ter tido a capacidade de me tirar de uma ressaca literária – bem longe disso - que já dura anos, não posso negar que se trata de um bom livro.

Os Dias Escuros tem conspirações, traições, ação, suspense e... claro, zumbis, uma infinidade de zumbis. Os leitores que ficaram “fora do ar” quando leram O Princípio do Fim, já que o autor não deu nenhuma explicação científica sobre a origem do vírus que transformou a população em zumbis, dessa vez, ao lerem a sequência da obra terão uma noção de como tudo começou. Outra novidade é que o autor também mostra como um zumbi pensa, ou seja, qual é a sua linha de raciocínio. O leitor fica sabendo o que é ser um zumbi. Achei essa premissa muito interesse e deu um tempero a mais na história. A narrativa também ganhou um vilão – humano e não zumbi, ufa! – muito eficiente. Há ainda reviravoltas interessantes do tipo: “quem você pensa que é não é”, entendeu? (rs). Ok; olha, não quero me aprofundar muito para não liberar spoilers, mas há alguns personagens que não aparentam ser aquilo que são, tanto para o bem quanto para o mal. Capiche? Acho melhor parar por aqui (rs).

Para aqueles que ainda não conhecem a trilogia, em Apocalipse Z, Loureiro narra em tempo real uma hipotética invasão de zumbis na Espanha do ponto de vista de um advogado morador da cidade de Pontevedra. A invasão que teve origem no Daguestão, uma república russa, acaba explodindo pelo mundo afora num verdadeiro apocalipse.

Neste segundo volume da trilogia, os sobreviventes Viktor Pritchenko, Lúcia, irmã Cecília e o advogado (protagonista da história cujo nome continua sendo um mistério) que haviam decidido fugir em busca de um lugar seguro que imaginam ser nas ilhas Canárias, um dos únicos pontos que ainda pareciam seguros na Terra, ao chegarem no local, eles tem uma surpresa inesperada. Como não bastasse, ainda recebem uma missão quase suicida: devem acompanhar uma equipe de soldados até Madri e saquear um hospital que fora um dos primeiros locais a ser invadido pelos zumbis, a fim de conseguir medicamentos imprescindíveis para os sobreviventes.

Com isso, o advogado, Viktor Pritchenko e os demais soldados terão de voltar a um inferno inimaginável: uma cidade pós-apocalíptica, cheia de zumbis agressivos que colocarão à prova seu desejo de lutar pela vida.

Agora, vamos ver se A Ira dos Justos, terceiro volume da trilogia mantém o mesmo nível de seu antecessor.

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