Cara, palavra que eu fico P. da vida com alguns
diretores que arrebentam um enredo literário de qualidade quando decidem
adaptá-lo para os cinemas. Já vi muitos livros serem estraçalhados por
roteiristas ou diretores incompetentes que tentaram transformá-los naquilo que
eles – e só eles, mais ninguém – entendem por filme.
‘A Outra Face’ de Sidney Sheldon é uma dessas obras
primas. Livraço, mas um l-i-v-r-a-ç-o, de fato! Então num ‘belo dia’, um
disgramado – para não dizer a variante mais popular desse adjetivo – chamado Bryan
Forbes se propõe a dirigir e adaptar o romance de Sheldon para as telonas. O
infeliz do diretor só não levou para o fundo do poço a carreira de Roger Moore,
protagonista da história, porque ela já estava consolidada como 007; caso
contrário...
Fiquei muito triste com essa situação, já que por culpa
de um diretor inapto metido a roteirista, uma história que daria um excelente
filme acabou sendo queimada. E quando um livro é estragado em Hollywood, dificilmente
‘ele’ tem uma nova chance.
‘A Outra Face’, lançado em 1970, foi o primeiro romance de
Sheldon e de cara já concorreu ao prêmio de “Melhor livro de estréia” no Edgar
Allan Poe Award de 1971. A obra foi muito elogiada pela crítica dando a Sheldon o status merecido
no mundo da literatura, abrindo-lhe as portas do sucesso.
O livro conta a história de um psicanalista famoso,
chamado Judd Stevens que, de repente, se vê envolvido numa intrincada
sucessão de assassinatos. A primeira vítima é John Hanson, um pai de família com tendências
homossexuais; a sua secretaria, Carol Roberts vem logo a seguir e depois vários de
seus pacientes. É então, que ele resolve investigar por conta própria essas
mortes. Li o livro e adorei: puro mistério, pura emoção.
Sheldon deixa, propositadamente, alguns fios soltos
ao final de cada capítulo, deixando o leitor completamente louco para saber o
que estará acontecendo nas páginas seguintes. Resultado: você acaba lendo o
livro em poucas horas. Enquanto devorava as páginas de ‘A Outra Face’ exclamei
várias vezes: - Caraca! Onde isso vai dar?!” A curiosidade me obrigou a
sacrificar algumas atividades no meu dia a dia, somente para que eu pudesse concluir
a leitura.
O meu conselho é que jamais assistam ao filme, mas
por outro lado, dêem um jeitinho de encontrar o livro em algum sebo párea devorá-lo.
Valerá muito à pena.
Inté!
5 comentários
Este é o único livro até agora do autor que li. Muito bom mesmo !! Prendeu minha atenção do início ao fim !!
ResponderExcluirOlá Maurilei!
ExcluirDe fato, o livro é muito bom. Aproveite para ler vários outros do autor. Vale a pena. Sheldon foi considerado um dos mestres da escrita.
Abcs!
Caro José Antônio,
ResponderExcluirEu peço licença só para uma pequena correção.
Este livro de Sheldon concorreu mas não ganhou o prêmio de "melhor livro de estréia" de 1971 do Mystery Writers of America, e seu famoso prêmio Edgar.
Ele foi um dos 5 finalistas e perdeu para "O Golpe de John Anderson" (The Anderson Tapes) do americano Lawrence Sanders que, por sinal, é um bom livro e gerou também um bom filme de Sidney Lumet, com o mesmo título, e estrelando ninguém menos que Sean Connery e Martin Balsam.
Neste ano e concorrendo ao mesmo prêmio Edgar, estreava um outro ótimo escritor policial americano, Tony Hillerman.Você, como grande leitor, deve conhecê-lo.
O livro dele que concorreu ao prêmio não tem (infelizmente) tradução no Brasil, e se chamava "The Blessing Way" e lançava o carismático herói de Hillerman, o tenente da polícia tribal Navajo, Joe Leaphorn. No Brasil, a editora Rocco lançou vários livros de Tony Hillerman na década de 90, principalmente o livro que talvez seja o melhor dele, "Ladrões do Tempo". Em Portugal, a Editora Caminho, lançou alguns livros de Hillerman na sua coleção policial de bolso. O destaque naquela coleção vai para o ótimo "Onde Os Mortos Dançam" (Dance Hall of the Dead), segundo livro de Hillerman.
Parabéns pela resenha e grande abraço a você.
Parabéns
Tem razão Cássio, pude verificar de maneira mais detalhada em outras fontes e o livro de Sheldon apenas concorreu na categoria em questão, mas não ganhou o prêmio. Já efetuei a correção.
ExcluirValeu pela perspicácia.
Abcs!
esse livro e ixo
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