A Outra face

10 abril 2017
Cara, palavra que eu fico P. da vida com alguns diretores que arrebentam um enredo literário de qualidade quando decidem adaptá-lo para os cinemas. Já vi muitos livros serem estraçalhados por roteiristas ou diretores incompetentes que tentaram transformá-los naquilo que eles – e só eles, mais ninguém – entendem por filme.
‘A Outra Face’ de Sidney Sheldon é uma dessas obras primas. Livraço, mas um l-i-v-r-a-ç-o, de fato! Então num ‘belo dia’, um disgramado – para não dizer a variante mais popular desse adjetivo – chamado Bryan Forbes se propõe a dirigir e adaptar o romance de Sheldon para as telonas. O infeliz do diretor só não levou para o fundo do poço a carreira de Roger Moore, protagonista da história, porque ela já estava consolidada como 007; caso contrário...
Fiquei muito triste com essa situação, já que por culpa de um diretor inapto metido a roteirista, uma história que daria um excelente filme acabou sendo queimada. E quando um livro é estragado em Hollywood, dificilmente ‘ele’ tem uma nova chance.
‘A Outra Face’, lançado em 1970,  foi o primeiro romance de Sheldon e de cara já concorreu ao prêmio de “Melhor livro de estréia” no Edgar Allan Poe Award de 1971. A obra foi muito elogiada pela crítica dando a Sheldon o status merecido no mundo da literatura, abrindo-lhe as portas do sucesso.
O livro conta a história de um psicanalista famoso, chamado Judd Stevens que, de repente, se vê envolvido numa intrincada sucessão de assassinatos. A primeira vítima é John Hanson, um pai de família com tendências homossexuais; a sua secretaria, Carol Roberts vem logo a seguir e depois vários de seus pacientes. É então, que ele resolve investigar por conta própria essas mortes. Li o livro e adorei: puro mistério, pura emoção. 
Sheldon deixa, propositadamente, alguns fios soltos ao final de cada capítulo, deixando o leitor completamente louco para saber o que estará acontecendo nas páginas seguintes. Resultado: você acaba lendo o livro em poucas horas. Enquanto devorava as páginas de ‘A Outra Face’ exclamei várias vezes: - Caraca! Onde isso vai dar?!” A curiosidade me obrigou a sacrificar algumas atividades no meu dia a dia, somente para que eu pudesse concluir a leitura.
O meu conselho é que jamais assistam ao filme, mas por outro lado, dêem um jeitinho de encontrar o livro em algum sebo párea devorá-lo. Valerá muito à pena.
Inté!



5 comentários

  1. Este é o único livro até agora do autor que li. Muito bom mesmo !! Prendeu minha atenção do início ao fim !!

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    1. Olá Maurilei!
      De fato, o livro é muito bom. Aproveite para ler vários outros do autor. Vale a pena. Sheldon foi considerado um dos mestres da escrita.
      Abcs!

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  2. Caro José Antônio,
    Eu peço licença só para uma pequena correção.
    Este livro de Sheldon concorreu mas não ganhou o prêmio de "melhor livro de estréia" de 1971 do Mystery Writers of America, e seu famoso prêmio Edgar.
    Ele foi um dos 5 finalistas e perdeu para "O Golpe de John Anderson" (The Anderson Tapes) do americano Lawrence Sanders que, por sinal, é um bom livro e gerou também um bom filme de Sidney Lumet, com o mesmo título, e estrelando ninguém menos que Sean Connery e Martin Balsam.
    Neste ano e concorrendo ao mesmo prêmio Edgar, estreava um outro ótimo escritor policial americano, Tony Hillerman.Você, como grande leitor, deve conhecê-lo.
    O livro dele que concorreu ao prêmio não tem (infelizmente) tradução no Brasil, e se chamava "The Blessing Way" e lançava o carismático herói de Hillerman, o tenente da polícia tribal Navajo, Joe Leaphorn. No Brasil, a editora Rocco lançou vários livros de Tony Hillerman na década de 90, principalmente o livro que talvez seja o melhor dele, "Ladrões do Tempo". Em Portugal, a Editora Caminho, lançou alguns livros de Hillerman na sua coleção policial de bolso. O destaque naquela coleção vai para o ótimo "Onde Os Mortos Dançam" (Dance Hall of the Dead), segundo livro de Hillerman.
    Parabéns pela resenha e grande abraço a você.
    Parabéns

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    1. Tem razão Cássio, pude verificar de maneira mais detalhada em outras fontes e o livro de Sheldon apenas concorreu na categoria em questão, mas não ganhou o prêmio. Já efetuei a correção.
      Valeu pela perspicácia.
      Abcs!

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