Elas
são decididamente fantásticas! Corajosas e arrojadas, espertas e dissimuladas,
astutas e inteligentes. É a mais pura hipocrisia pensar que a literatura é um
campo exclusivamente masculino. As mulheres também conquistaram o seu espaço e
nas ultimas décadas assumiram o controle das páginas de diversos romances
nacionais e internacionais, fazendo dos personagens masculinos meros
coadjuvantes.
O
que seria de Artur na lendária Batalha do Monte Badon se não fosse a
intervenção de Guinevere? Quantas vezes Hermione livrou Harry Potter de
enrascadas cruéis? E quanto a Hester Prynne que teve coragem suficiente para
enfrentar uma sociedade purina nos primórdios da colonização da América do
Norte por causa de um amor impossível?
Estas
heroínas de “As Crônicas de Artur”, “Harry Potter” e “A Letra Escarlate”
colocaram muitos heróis machões da literatura embaixo do braço. O post de hoje
pertence exclusivamente a elas.
01 – Guinevere
Livro: “As Crônicas de
Artur” (Trilogia)
Esqueça
aquela princesinha ‘lesmatóide’, aculturada, romântica e que só sabe arrastar
asas para o valente e bonitão guerreiro Lancelot, homem de confiança de Artur.
A Guinevere de “As Crônicas de Artur” é uma mulher forte, corajosa e que assume
as suas decisões. Enquanto a princesinha das lendas arturianas tradicionais tem
pavor de armas; a personagem criada por Bernard Cornwell é uma caçadora
talentosa e ao longo da história, desenvolve as suas habilidades, vindo se
tornar uma guerreira nata, daquelas que encaram um campo de batalha forrado de
brutamontes.
A
participação de Guinevere na Batalha do Monte Badon foi decisiva para a vitória
de Artur. Com sua armadura reluzente e seu arco, conseguiu derrubar vários
inimigos, ajudando Artur a vencer esse sangrento combate em “Excalibur”, livro
que encerra a trilogia arturiana escrita por Cornwell.
02 – Hester Prynne
Livro: A Letra
Escarlate
A
personagem do romance de Nathaniel Hawthorne pode ser considerada uma das mulheres
mais corajosas da história da literatura. Apesar de ter comido o pão que o
diabo amassou, sendo humilhada e espezinhada por uma sociedade puritana, Hester
Prynne, jamais baixou a cabeça para nenhum homem ou mulher. Ela nunca abandonou
suas convicções, a troco de nada. Aqueles que leram “A Letra Escarlate” sabem
disso.
Na
rígida comunidade puritana de Boston do século XVII, a jovem Hester Prynne tem
uma relação adúltera que termina com o nascimento de uma criança ilegítima.
Desonrada e renegada publicamente, ela é obrigada a levar sempre a letra “A” de
adúltera bordada em seu peito.
Hester se vale de sua força interior e de sua
convicção de espírito para criar a filha sozinha, lidar com a volta do marido e
proteger o segredo acerca da identidade de seu amante.
03 - Katniss Everdeen
03 - Katniss Everdeen
Livro: Jogos Vorazes
(Trilogia)
Graças
a Suzanne Collins, os leitores teens ganharam uma das heroínas mais ‘fuçadas’
dos últimos tempos. Katniss Everdeen é quem dá as cartas na trilogia “Jogos
Vorazes” adaptada com grande sucesso para as telonas.
Após
a morte do pai, Katniss, então com 16 anos, foi obrigada a assumir a sua
família, passando a cuidar da mãe e da
irmã. Munida apenas de arco e flecha, ela começou a caçar animais selvagens
para o sustento de todos.
Depois
desse teste, a garota teria ainda de enfrentar mais uma prova de fogo:
participar de uma competição mortal, juntamente com outros jovens, chamada de
Jogos Vorazes, onde apenas um conseguiria sair vivo Katniss vence a competição
e ainda arruma tempo para liderar uma rebelião contra o sistema que promove
tais jogos.
Que
garota!
04 – Lisbeth Salander
Livro: Trilogia Millennium
Cara,
como sou fã dessa menina ousada! Lisbeth Salander é a protagonista da “Trilogia
Millennium” do autor sueco Stieg Larsson. Ela e seu parceiro Mikael Blomkvist
apareceram pela primeira vez no romance “Os homens que não amavam as mulheres”;
depois vieram: “A menina que brincava com fogo” e “A Rainha do Castelo de Ar”.
Lisbeth é uma hacker. Não uma qualquer, mas uma das melhores. Toda tatuada, cheia de piercings e com um visual punk, ela conquistou uma infinidade
de leitores em todo o mundo.
A
garota parece frágil e indefesa, mas não se enganem porque no fundo ela é fera.
A personagem de Larsson faz justiça utilizando-se dos meios tecnológicos e não
mede esforços para conseguir a “sua” justiça. Lisbeth enfrentou e venceu muitos
momentos difíceis em sua vida: conseguiu escapar de uma clinica psiquiátrica
após ter sido injustamente internada, passou por abusos sexuais, um lar instável,
foi enterrada viva, mas voltou ao mundo dos vivos e sofreu chantagens de seu
tutor. Todos
que a fizeram sofrer receberam o troco.
05 – Sherazade
Livro: As Mil e Uma
Noites
As Mil e Uma Noites, uma das mais conhecidas obras da literatura mundial, provoca
interesse por parte do ocidente desde quando o orientalista Antoine Galland
recebeu manuscritos em árabe contando essas histórias, e decidiu traduzi-los
para o francês, no início do século XVIII. A personagem principal desse romance
antológico chama-se Sherazade. Considero-a uma das mulheres mais inteligentes e
astutas dos enredos literários. Sabem como ela conseguiu ‘dobrar’ o poderoso
sultão Sheriar que a queria matar? Contando histórias. Verdade! Não só ‘dobrou’
o sujeito como o fez se apaixonar perdidamente por ela. Vai ser boa de papo assim
lá na Conchinchina!!
No
livro “As Mil e Uma Noites”, o sultão está desiludido com as mulheres, pois
acredita que todas elas são inféis. Por isso, para se vingar do gênero, decide
desposar cada dia uma jovem e matá-la no dia seguinte da noite de núpcias. É
nesse exato momento que Sheherazade, a filha do vizir, aparece como uma heroína
que tenta salvar as demais mulheres do reino e recobrar a razão do rei. Ela
solicita ao pai para desposar o sultão assassino e, na noite de núpcias, pede
para contar histórias, pela última vez, para a sua irmã mais nova. Quando a
manhã chega, ela interrompe a sua narrativa no clímax da ação, fazendo com que
o sultão fique com muita curiosidade, e a deixe viver por mais um dia, com o
objetivo de finalizar os seus contos. E é assim que ela sobrevive noite após
noite, contando com a curiosidade do sultão para ganhar mais um dia de vida,
desenrolando várias histórias para entreter o seu esposo. No milésimo primeiro
dia, a raiva de Sheriar é abrandada e ele desiste de seu plano assassino.
Esperta
ela, não acham?
06 – Mãe Joad
Livro: As Vinhas da Ira
O
romance "As Vinhas da Ira", do escritor norte-americano John
Steinbeck, se desenvolve no período da Grande Depressão nos anos de 1930,
no qual o flagelo de um país debilitado causava dramas naturais, como a miséria
e o desemprego. O autor utiliza a família Joad como instrumento para
contar o drama de milhares de pequenos agricultores americanos que durante o
período pós- depressão foram obrigados a migrar da costa leste para a oeste,
principalmente para o estado da Califórnia.
Mãe
Joad é a força da família e, mesmo diante das dificuldades, consegue solucionar
os problemas, mesmo sendo realista e sabendo das dificuldades nas quais a
família está inserida.
A
mulher é uma rocha e não esmorece, apesar dos grandes problemas que enfrenta.
No enredo de John Steinbeck, Mãe Joad vive uma existência de perdas: perde a
terra, a família e o filho querido. São perdas concretas insubstituíveis. Mas,
mesmo assim ela é uma fortaleza, pois a união de sua família tem um valor
enorme. No final do filme, ela diz: “...a mulher se adapta melhor que o homem.
Um homem vive meio que, bem, aos solavancos. Bebês nascem e alguém morre, isso
é um solavanco. Ele compra um sitio ou o perde, isto é um solavanco. Com a
mulher, é constante como um riacho. Pequenos redemoinhos e cascatas, mas o rio
continua.” Esta frase deixa evidente que mãe Joad não veio para brincadeiras em
“As Vinhas da Ira”. A matriarca dos Joad possui uma percepção de gênero que
transcende a dimensão de classe. É uma percepção concreta que incute uma
sabedoria popular, de que a força está com a mulher.
07 – Scarllet O’Hara
Livro: E O Vento Levou
Costumo
dizer que Scarllet é capaz de tudo para conseguir os seus objetivos. Ela é
fantástica a sua maneira. Concordo que Scarllet não agradou todos os leitores
ou cinéfilos, mas independente disso, não podemos negar a sua coragem.
De
menina mimada a heroína. Scarllet matou, roubou e enganou uma batelada de
pessoas, principalmente homens, os quais mantinha sob os seus pés. Apesar de
tantos defeitos, jamais abandonou a sua família e foi responsável pelo seu
sustento durante o período pós-guerra.
"mocinha"
corajosa e obstinada , porém, cheia de defeitos como qualquer pessoa real. Scarlett
bebe , se insinua para um homem casado, come demais em público, negocia com os
inimigos , cobra as dívidas dos amigos , aceita dançar mesmo estando de luto,
enfim, desafia toda uma moral severamente respeitada pela sociedade a que
pertence.
Esta
é Scarllet O’Hara, uma das maiores musas da literatura, personagem principal do
romance “E O Vento Levou” de Margaret Mitchell.
08 – Celie
Livro: A Cor Púrpura
Celie, personagem principal do livro “A Cor Púrpura” de Alice
Walker, é uma mulher de fibra. Em 1909, numa pequena cidade americana, Celie,
uma jovem com apenas 14 anos que foi violentada pelo pai, se torna mãe de duas
crianças. Além de perder a capacidade de procriar, Celie imediatamente é
separada dos filhos e da única pessoa no mundo que a ama, sua irmã. E para
complicar, é doada para um sujeito bruto que a trata simultaneamente como
escrava e companheira.
Celie fica muito solitária e compartilha sua tristeza em
cartas (a única forma de manter a sanidade em um mundo onde poucos a ouvem),
primeiramente com Deus e depois com a irmã Nettie (Akosua Busia), missionária
na África. Com o virar das páginas,
Celie vai conquistando o seu espaço num ambiente preconceituoso, revelando o
seu espírito brilhante, ganhando consciência do seu valor e das possibilidades
que o mundo lhe oferece.
Uma mulher resiliente que jamais se quebra diante das
adversidades da vida. Verdadeira vencedora.
09 – Hermione
Granger
Livro:
Harry Potter (Saga)
Talvez Harry Potter não estivesse mais no mundo dos vivos s e
não fosse sua inseparável amiga Hermione Granger. Cara! Ela salvou o
menino-bruxo de cada enrascada. Muitas vezes quando ‘o negócio’ esquentava era
Hermione quem assumia o comando da situação. – “Exaaa comigooo!” Eta menininha
porreta! Ela utiliza suas habilidades para ganhar independência, estando sempre
pronta para aceitar novas responsabilidades. Inteligente, voluntariosa, esperta
e muito corajosa. Parabéns para J.K. Rowling por ter criado uma personagem tão supimpa.
Hermione, sempre Hermione.
10 – Aethelflaed
Livro:
Crônicas Saxônicas
A personagem do romance de Bernard Cornwell é simplesmente
fantástica. Um exemplo de mulher. Além de muito bonita,
Aethelflaed é corajosa, intrépida, inteligente e guerreira. A princesa de
Crônicas Saxônicas usa toda sua perspicácia em “O Trono Vazio” visando tomar o
trono da Mércia. Para conseguir o seu objetivo, ela passou, até mesmo, por cima
de seu ardiloso marido, Ethelred que já estava com um pé na cova. Desta
maneira, a filha do Rei Alfredo consegue uma verdadeira proeza: ser a primeira
mulher em toda a história da Mércia a assumir o trono.
Aethelflaed
é fodástica. Não tem como não se apaixonar por essa mulher. Enquanto seu marido
Ethelred é um covardão de ‘mão cheia’, ela é uma guerreira completa; uma
combatente de fazer inveja para muitos brutamontes com escudo e machado nas
mãos. Como não bastasse, ela ainda é inteligente e perspicaz. Cornwell faz
questão de destacar todos esses atributos da moça em “O Trono Vazio. É ela que
salva Uhtred, em cima da hora, da humilhação de ter de se entregar – juntamente
com as suas tropas – para um asqueroso inimigo à mando de Ethelred. Cara, ela
sozinha, somente com a sua espada e a sua formosa égua branca Gast,
esculhamba o sujeito e seus homens, mandando-o seguir as suas ordens e não as
de Ethelred.
Aethelflaed
é fera!
Por
hoje é só.
Fui,
galera!
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