5 livros de terror que provocaram situações de pânico em seus leitores

23 junho 2016
Ler um livro de terror a noite não é uma tarefa fácil. Durante a madrugada, então, piorou. Mas quer ver a situação sair de controle? Experimente ler uma obra ‘arrebenta peito’, sozinho, à meia noite, após ter assistido um filme do gênero – tipo ‘Invocação do mal’. Uuuhhhhh!! Amigo, vai me desculpar, mas acho essa missão impossible.
Mas, acredito que todos nós leitores inveterados já passamos por uma situação semelhante; pelo menos uma vez na vida. Daquelas em que no momento da leitura de um livro do gênero, pimba!!! Acontece algo inusitado, provocando uma descarga de adrenalina em suas veias.
Quer um exemplo? Ok. Eu dou. Logo no início da reforma de minha casa, resolvi reler alguns contos do livro do Almirante: “Incrível! Fantástico! Extraordinário!” Cara, se arrependimento matasse... Entonce, era uma noite de segunda-feira, chuvosa, pra variar. Os móveis da minha casa estavam todos amontoados na cozinha, só restando o meu quarto com alguma coisa em ordem. Poderia ter ido dormir na casa de Lulu, mas o ‘machão’, aqui, quis ficar no seu ‘mausoléu’, todo bagunçado, para ler. No meio do conto “Palavra Assumida” aconteceu algo inusitado que me provocou um medo ‘congelante’. Pera, pêra aí. Estou colocando o carro na frente dos bois. Antes de contar a minha experiência nada agradável que vivi altas horas da noite de uma segunda-feira chuvosa, deixe-me explicar o propósito desse post.
Enquanto escrevo essas linhas, estou no conforto da residência de Lulu – sim, moramos em casas separadas e com certeza, esse é o segredo da nossa “longevidade amorosa” – enquanto a minha humilde e bagunçada residencia enfrenta os resquícios finais de uma reforma. E nesta tranqüilidade reconfortante, lembrei daqueles leitores que estão vivendo uma situação inversa: sozinhos, de madrugada (como eu, agora) e lendo alguma obra do gênero terror. Santo Calafrio! Que  histórias eles terão para contar futuramente aos seus amigos? Quais lembranças aquele livro ou conto lhe trará daqui há 10 ou 20 anos? Interessante, não acham?
Por isso, resolvi escrever um post sobre o assunto. Decidi selecionar cinco situações nada agradáveis que provocaram medo, terror ou pânico nos leitores que decidiram quebrar três regras importantes da literatura de terror que jamais podem ser desafiadas: 01 – Ler sozinho durante a madrugada; 02 – Ler de noite sem antes olhar debaixo da cama e 03 – Jamais ler um livro após ter assistido, sozinho, um filme de terror.
Bem, agora posso voltar a narração da minha experiência bem azeda daquele início de semana. Afinal, a escolhi para abrir o post. Vamos à ela.
01 – O falso machado
Livro: “Incrível! Fantástico! Extraordinário!”  
Eu e Lulu, havíamos acabado de passar uma noite agradável com alguns amigos: barzinho, chopinho e papo legal. Como a minha casa está em reforma, decidi aproveitar para encaixotar alguns livros, deixando assim, a minha estante livre para pintura. Putz, porque não ouvi o conselho de uma mulher mais centrada do que eu naquela noite. – “Deixe isso pra amanhã que eu lhe ajudo. Agora, tô muito cansada; quero mais é cair na cama e apagar”, disse Lulu. Ocorre que o “Sr. Teimoso”, não estava com um pingo de sono. Por isso, resolvi adiantar o que tinha que fazer. E lá vou eu.
Cara, a minha casa estava parecendo um museu do terror. Toda bagunçada, somente o meu quarto escapava da baderna e ainda assim, ‘meia-boca’. Ao começar a encaixotar os livros, vi na estante uma coletânea de contos de terror do Almirante chamado: “Incrível! Fantástico! Extraordinário!”. E lá vou eu folhear algumas histórias. Cara, a obra é viciante. Quando percebi já estava compenetrado na leitura e ao mesmo tempo incomodado. É verdade, as historietas do Almirante te incomodam muito.
Quando cheguei no conto “Palavra Assumida” –  que conta narra o ‘causo’ de um
sujeito que após abrir a porta de sua casa dá de cara com um amigo que morreu recentemente e que decidiu  lhe fazer uma visitinha inesperada - começou a chover com direto a alguns relâmpagos e trovões. Foi nessa hora que aconteceu algo aterrorizante e que me congelou o sangue. O portão do quintal de casa se abriu, passos pesados subiram a escada e arrastaram algo metálico no chão como um machado ou facão riscando o piso da varanda. Mêo, você já viu um grito mudo? Se esse tipo de grito existir eu o soltei naquele dia.  Depois que descobri a origem do barulho, morri de vergonha. Os  passos pesados eram do Tigrão (ver aqui), um sujeito hiper-legal que estava passando sinteco no piso de casa. Ele havia esquecido a sua máquina no quintal e saiu debaixo da tempestade para recolhê-la até a varanda, pois caso contrário, havia o risco de estragá-la. Portanto, o machado ou facão ‘triscando’ o chão da varanda, era somente a enorme lixadeira do Tigrão.
02 – Cuidado com o tapa na cara!
Livro: “O Exorcista”
Meu amigo Marcos tem uma faxineira que é muito supersticiosa. Dona Deusiléia, além de supersticiosa é uma contadora de ‘causos’. Ocorre que o Marcos é uma pessoa muito impressionável. Inteligente à beça, um gênio, mas capaz de ficar cismado com uma simples besteira. E foi uma dessas besteiras contadas pela ‘senhorinha’ Deusiléia que quase matou meu amigo de pavor.
A faxineira disse à ele, que depois do que ocorreu com a sua comadre, ela jamais olhou, novamente, debaixo da cama após a meia noite. A pobre mulher, antes de se deitar, sempre tinha esse hábito – confesso que eu também tenho, quero dizer, tinha, porque depois da história da Deusiléia, mudei de idéia – mas certa noite quando foi para a cama após a zero hora, ao se abaixar para cumprir o seu ritual, acabou levando um tapa no rosto. Quem deu o tapa? Ninguém sabe, ninguém viu! Um duende? Um anão macabro? Um... um... sei lá e pra ser sincero nem quero saber.
Já antecipo para a galera que o Marcos tem o mesmo hábito da comadre de Deusiléia.
No dia 29 de dezembro do ano passado, o meu amigo estava em sua casa, sozinho – ele iria se encontrar com os seus pais em Camboriú onde passariam o réveillon juntos – quando teve a ‘brilhante’ idéia de ler “O Exorcista”. Ao terminar a leitura de um capítulo, já com sono, e impressionado com o início do ritual de exorcismo dos padres Merrin e Karras, ele foi para cama, não sem antes olhar debaixo da cama.  “Tabéfiti!!” Marcos disse que não chegou a fazer xixi no pijama, mas revela que pelo menos algumas gotas escaparam. No exato momento em que se abaixou para verificar se não havia ‘nadica de nada’ debaixo de sua cama, o celular que estava ao lado do travesseiro disparou ao som do refrão de “Shot To Thrill” do AC/DC, tema de Homem de Ferro 2. Quem ligou? O Sr. ‘Engano”. – “Alô, Everton? É você?”
Marcos me disse, algumas semanas depois que a vóz sensual da mina que ligou querendo saber sobre o tal Everton, serviu para amenizar, pelo menos um pouco, o seu estado de pânico.
03 – A casa com barulhos estranhos
Livro (Revista): Kripta
Após visitar a casa de uma vizinha, dona Elza (nome fictício – como não a encontrei, achei melhor não citar o seu nome verdadeiro) ficou vidrada no brilho do piso da sala. A vizinha havia acabado de passar sinteco nos tacos e o chão reluzia. Depois de algum tempo, dona Elza resolveu fechar negócio com o Tigrão para também ‘sintecar’ a sua residência. O ‘causo’ que se segue foi contado por ela: dona Elza.
O ajudante do Tigrão era um garoto, dos seus 17 anos,  que adorava ler histórias de terror, mas daquelas antigas, dos anos 70. Pelo que fiquei sabendo, o seu pai tinha uma coleção das revistinhas “Kripta” e “Calafrio”. Tudo indica que o filho acabou herdando do pai o gosto pela leitura dessas revistinhas.
Pois bem, segundo dona Elza, Tigrão tinha o hábito de trabalhar até as 22 ou 23 horas. Certa noite, ele pediu ao garoto que o substituísse – já que teria de resolver alguns problemas particulares. Tigrão, acrescentou, dizendo que o esperasse para ajudar a recolher o material. Pois bem, como o menino havia terminado a sua ‘missão’, optou por retirar da sacola, uma das famosas revistinhas para matar o tempo, enquanto aguardava o retorno de seu patrão. De repente, ele começou a ouviu estalos pavorosos no interior da casa, parecidos com traques ou bombinhas de festa junina. Os ‘efeitos sonoros’ ocorriam de maneira espaçada, mas eram assustadores.
Ao chegar na casa da dona Elza; pouco mais das 22 horas, Tigrão não encontrou o seu ajudante. Ele havia fugido com os cabelos arrepiados e gemendo de medo, pensando que a casa era mal assombrada.
Tigrão esqueceu de avisar o seu novo funcionário que ao receber várias camadas de verniz, os tacos feitos de Madeira de Lei costumam ‘estalar’, geralmente a noite quando a temperatura cai. Infelizmente, o garoto não sabia desse detalhe.
Dona Elza, concluiu dizendo que um dia após a ‘tragédia’, encontrou uma revistinha abandonada no chão da cozinha. Era o exemplar número dois da revista “Kripta” com o título “A Noite dos Demendes”. A capa trazia um monstrengo todo azul com as mãos acorrentadas e uma cobra enorme tentando devorar uma mulher viva no cemitério. Arghhhh!!
04 – O zumbi do furgão da funerária
Livro: “O Guia de Sobrevivência a Zumbis – Proteção total contra os mortos vivos”
Este fato é recente e aconteceu no ano passado com o Martonelli, um ex-colega de universidade que aceitou o convite para trabalhar, temporariamente, como frentista cobrindo o horário de um funcionário que havia acabado de entrar em férias . Ele teria que fazer o segundo turno da noite num velho posto de gasolina localizado nas margens da SP-300, próximo a Penápolis. Durante a noite, o local era brabo. Abandonado e mal iluminado, poucos caminhoneiros se arriscavam a parar no posto durante a madrugada para descansar. O medo de assaltos era enorme. Portanto, o frentista de plantão tinha pouco serviço no horário noturno. No caso de Martonelli, fã incondicional de Stephen King, matava o tempo lendo as histórias do autor sentado na guarita do posto.
Mas naquela noite, ele dispensou a companhia do mestre do terror para ler um novo livro que havia acabado de adquirir: “O Guia de Sobrevivência a Zumbis – Proteção total contra os mortos vivos”.
Martonelli que devorava as páginas sobre os mortos vivos foi obrigado a parar a leitura para abastecer um furgão funerário que havia acabado de parar. Enquanto o motorista do veículo foi ao toalete para dar uma aliviada, o desafortunado frentista ficou sozinho abastecendo o furgão.
De repente, ele ouviu um barulho estranho na carroceria do furgão e ao levantar os olhos viu uma cena horripilante: o cadáver, que estava sendo transportado, se levantando do caixão!! PQP! O Martoneli não gritou de medo, ele simplesmente uivou de pavor! Soltou a mangueira de abastecimento que acabou se soltando do tanque de combustível do furgão funerário. Por sorte, a pistola de abastecimento estava travada ao cair, evitando assim, que a gasolina se espalhasse pelo chão. Ensandecido, Martonelli gritava para o agente funerário que uma ‘coisa’ parecida com um zumbi havia se levantado do caixão.
Caindo na gargalhada, o homem explicou que o morto-vivo, na realidade, era o seu ajudante que tinha o hábito de tirar uma soneca no esquife quando viajavam de noite para atender algum chamado fúnebre.
Segundo Martoneli, o tal ajudante era muito feio, mas muito feio, de fato.
05 – O Gato do Supermercado
Livro: A Coisa (Stephen King)
Esta história foi narrada pelo Joanes. É sobre o seu irmão, Ílídio; um leitor inveterado de Stephen King. Ele trabalhava como vigia noturno num supermercado de sua cidade. Como seu turno era bem tranqüilo, Ilídio “matava” o tempo lendo; de preferência livros do mestre do terror Stephen King.
Naquela ‘fatídica’ noite de 2014, o parceiro de Ilídio, acabou ficando doente e por isso, a segurança to supermercado (bem grandinho, aliás) coube inteiramente ao rapaz.
Como sempre fazia ao chegar no serviço, ele sacou o seu livro da mochila e mergulhou de cabeça na história. Tratava-se de “A Coisa” que tinha como protagonista o palhaço maldito Pennywise. A leitura prosseguia sem nenhum contratempo, até que de madrugada, Ilídio ouviu um barulho estranho no depósito e resolveu – muito a contragosto – ir averiguar. Não encontrou absolutamente nada o que o deixou muito cabreiro. Ao retornar a sua leitura, ele ouviu novamente o barulho, mas dessa vez muito diferente. Algo que lhe provocou um calafrio da base da espinha até a ponta da nuca.
O pobre rapaz se mandou! Abandonou o seu posto de vigia no meio da madrugada, passou a chave nas portas supermercado e se refugiou em sua casa.
Joanes teve que tranqüilizar o irmão assustado, explicando que o barulho que Ilídio havia ouvido, não passava de uma suruba de gatos, mas daquelas bem escandalosas, onde miados se transformam em gemidos, gritos e uivos tenebrosos. Tudo ‘junto e misturado’. Joanes sabia disso porque já havia trabalhado como vigia naquele mesmo local e na época foi alertado por alguns funcionários.
Rindo, Joanes me disse que o seu irmão pode ter associado o ‘namoro escandaloso’ dos felinos ao palhaço monstruoso do livro de King.
É mole?!

Taí galera. Por hoje é só!

3 comentários

  1. Cara você é muito bom contando histórias, adorei seu Blog.
    Sempre leio as suas postagens.
    Parabéns!

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    1. Lucas, muito obrigado!
      Que bom que gostou da postagem. Super incentivo para o blog.
      Abraços!

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  2. É aqueles tipos de história que ninguém quer ter vivido mas iria adorar contar pros amigos depois,muito bom o blog.

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