Prêmio FNAC – Novos Talentos da Literatura

17 novembro 2014


Não gostei. Cara, antes de tudo gostaria de dizer que é muito difícil – pelo menos para mim – comentar livros de autores novatos. Se você não gosta da obra e mesmo assim, rasga uma seda de elogios somente para não derrubar o astral de quem está começando a árdua e difícil carreira de escritor, está agindo como o pior dos piores críticos ou blogueiros. Bem, você pode afirmar: - “Pelo menos dei uma força pro cara”. Tá certo. Deu uma força pro cara, mentindo? Mentindo pra você e principalmente para os seus leitores e seguidores? Você acha isso legal? Por outro lado, se você fala a verdade, dizendo que não gostou ou que o material que leu é ruim demais; a sua sinceridade pode, de fato, quebrar o ânimo de um jovem escritor que tinha tudo para ser, futuramente, um grande talento da literatura. Ocorre que a história ou o conto que ele escreveu e caiu em suas mãos naquele dia, foi ‘criado’ num mau momento de sua vida. Então, o cara lê a sua ‘mardita’ crítica e acaba perdendo o tesão de continuar escrevendo. Pronto! Aqui jaz, bem enterradinho, um jovem escritor talentoso.
Por isso, por muito pouco estive perto de bancar um blogueiro calhorda PDP. Estive próximo de mentir para não magoar. Depois, pensei em pular essa resenha; deixar pra lá, não falar “nem bem-nem mau”, ou seja, omitir a verdade, mas também não mentir. Simplesmente esquecer.
Então parei para pensar com os meus botões e disse para mim mesmo: - “Cara, não existe tesouro maior do que a sua sinceridade”. Portanto, que me perdoem a galera da FNAC, mas não gostei da coletânea de contos do livro “Prêmio FNAC – Novos Talentos da Literatura”. Dos dez contos, apreciei apenas quatro e mesmo assim, desses quatro, um pode ser considerado meia boca. Bom, de fato, somente três.
O conto de Cesar Bravo - nesta coletânea, ele assina com o pseudônimo de Flávio Possete – que abre o livro é um dos que se salvaram. A história é muito boa e não foge em nada do estilo “Bravo” que é o terror gore, apesar de um pouco mais ameno, mas nem por isso menos assustador.
Em “Do Que o Inferno é Feito”, Bravo conta a história de três amigos que fazem um pacto: quando um deles morrer, deverá voltar ao mundo dos vivos para dizer aos outros dois companheiros como é a casa do encardido. Bem, por aí já deu pra perceber que o trio só ‘fez coisas boas na vida’ (rs). E quando um deles bate as botas, já viu o que acontece, né? Ehehehe... o ‘infeliz’ resolve cumprir a promessa tim tim por tim tim.
O texto mescla momentos de tensão, medo e descontração, como por exemplo, o trecho em que os dois amigos – um deles ‘medroso de ré’  estão preparando o cadáver e começam a se questionar se o ex-companheiro, de fato, voltará ao mundo dos vivos para cumprir o que prometeu.
Também gostei de “Dez de Maio” de Fernanda de Castro Lima. Achei o texto leve e muito divertido. Um sujeito começa a namorar uma garota chamada Alice, a qual considera muito comum, simplória e até mesmo inocente. Então num ‘belo dia’ ele tem uma surpresa nada agradável e que muda todos os seus conceitos sobre a tal Alice e também sobre outras cositas mas. E tudo por causa de uma endoscopia. Não entendeu? Leiam o conto e, com certeza, entenderão. De primeira!
Quanto as outras duas histórias que escaparam: uma boa, outra meia boca, prefiro não revelá-las. Vou deixar minhas impressões no ar, afinal de contas todos os autores que participaram da coletânea da FNAC tem a suas qualidades e não podemos julgá-los por um único conto.
E quer saber mais? Vou parar de ficar enrolando e encontrando desculpas para não criticar aqueles que estão começando a escrever porque  se não vou entrar em conflito com tudo o que escrevi no início dessa resenha.
Inté!

2 comentários

  1. Ei Jam! Sempre digo que você é a "opinião mais sincera da Web". Fico feliz que tenha gostado do meu conto e de alguns outros.
    (e não pense que vai se livrar de mim falando a verdade, rs)
    Abração!!!

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    Respostas
    1. Bravo, sempre digo que a sinceridade é uma virtude do ser humano que não se compra e nem se vende. É algo valioso demais.
      Grde abraço!

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