Não gostei. Cara, antes de tudo gostaria de dizer
que é muito difícil – pelo menos para mim – comentar livros de autores novatos.
Se você não gosta da obra e mesmo assim, rasga uma seda de elogios somente para
não derrubar o astral de quem está começando a árdua e difícil carreira de
escritor, está agindo como o pior dos piores críticos ou blogueiros. Bem, você
pode afirmar: - “Pelo menos dei uma força pro cara”. Tá certo. Deu uma força
pro cara, mentindo? Mentindo pra você e principalmente para os seus leitores e
seguidores? Você acha isso legal? Por outro lado, se você fala a verdade,
dizendo que não gostou ou que o material que leu é ruim demais; a sua
sinceridade pode, de fato, quebrar o ânimo de um jovem escritor que tinha tudo
para ser, futuramente, um grande talento da literatura. Ocorre que a história
ou o conto que ele escreveu e caiu em suas mãos naquele dia, foi ‘criado’ num
mau momento de sua vida. Então, o cara lê a sua ‘mardita’ crítica e acaba
perdendo o tesão de continuar escrevendo. Pronto! Aqui jaz, bem enterradinho,
um jovem escritor talentoso.
Por isso, por muito pouco estive perto de bancar um
blogueiro calhorda PDP. Estive próximo de mentir para não magoar. Depois,
pensei em pular essa resenha; deixar pra lá, não falar “nem bem-nem mau”, ou
seja, omitir a verdade, mas também não mentir. Simplesmente esquecer.
Então parei para pensar com os meus botões e disse
para mim mesmo: - “Cara, não existe tesouro maior do que a sua sinceridade”.
Portanto, que me perdoem a galera da FNAC, mas não gostei da coletânea de
contos do livro “Prêmio FNAC – Novos Talentos da Literatura”. Dos dez contos,
apreciei apenas quatro e mesmo assim, desses quatro, um pode ser considerado
meia boca. Bom, de fato, somente três.
O conto de Cesar Bravo - nesta coletânea, ele assina
com o pseudônimo de Flávio Possete – que abre o livro é um dos que se salvaram.
A história é muito boa e não foge em nada do estilo “Bravo” que é o terror
gore, apesar de um pouco mais ameno, mas nem por isso menos assustador.
Em “Do Que o Inferno é Feito”, Bravo conta a
história de três amigos que fazem um pacto: quando um deles morrer, deverá
voltar ao mundo dos vivos para dizer aos outros dois companheiros como é a casa
do encardido. Bem, por aí já deu pra perceber que o trio só ‘fez coisas boas na
vida’ (rs). E quando um deles bate as botas, já viu o que acontece, né?
Ehehehe... o ‘infeliz’ resolve cumprir a promessa tim tim por tim tim.
O texto mescla momentos de tensão, medo e descontração,
como por exemplo, o trecho em que os dois amigos – um deles ‘medroso de
ré’ estão preparando o cadáver e começam
a se questionar se o ex-companheiro, de fato, voltará ao mundo dos vivos para
cumprir o que prometeu.
Também gostei de “Dez de Maio” de Fernanda de Castro
Lima. Achei o texto leve e muito divertido. Um sujeito começa a namorar uma
garota chamada Alice, a qual considera muito comum, simplória e até mesmo
inocente. Então num ‘belo dia’ ele tem uma surpresa nada agradável e que muda
todos os seus conceitos sobre a tal Alice e também sobre outras cositas mas. E
tudo por causa de uma endoscopia. Não entendeu? Leiam o conto e, com certeza,
entenderão. De primeira!
Quanto as outras duas histórias que escaparam: uma
boa, outra meia boca, prefiro não revelá-las. Vou deixar minhas impressões no
ar, afinal de contas todos os autores que participaram da coletânea da FNAC tem
a suas qualidades e não podemos julgá-los por um único conto.
E quer saber mais? Vou parar de ficar enrolando e
encontrando desculpas para não criticar aqueles que estão começando a escrever
porque se não vou entrar em conflito com
tudo o que escrevi no início dessa resenha.
Inté!
2 comentários
Ei Jam! Sempre digo que você é a "opinião mais sincera da Web". Fico feliz que tenha gostado do meu conto e de alguns outros.
ResponderExcluir(e não pense que vai se livrar de mim falando a verdade, rs)
Abração!!!
Bravo, sempre digo que a sinceridade é uma virtude do ser humano que não se compra e nem se vende. É algo valioso demais.
ExcluirGrde abraço!