O Incrível Livro do Vaticano e Curiosidades Papais

17 agosto 2013


Como será a vida de um Papa na intimidade? Pêra só um pouquinho porque eu acho que essa pergunta merece dois sinais de interrogação. Dois não; mas três. Isso mesmo, três interrogaçõezinhas! Então vou repetir a indagação: “Como será a vida de um Papa na intimidade???” Cara, vai me dizer que você – independente de seu credo – não gostaria de saber o que os Papas que passaram pela Igreja Católica faziam nos seus raros momentos de lazer ou então, quais eram as suas manias? Aqueles que responderam que sim, gostariam e muito; já podem erguer as mãos para céu e exclamar: -“Obrigado Santo Nino!” Calma aí pessoal; não se trata de nenhum santo, mas de um conhecido jornalista e escritor (mais conhecido como jornalista) norte-americano, falecido em 1997, chamado Nino Lo Bello. Ele é o autor de “O Incrível Livro do Vaticano e Curiosidades Papais” que revela numa linguagem fácil e divertida as grandes manias e os pequenos vícios de alguns cardeais que tiveram a oportunidade de ocupar a Cátedra de São Pedro.
Quando comprei esse livro, me recordo que ainda estava começando a montar a minha humilde sala de leitura. Tudo era início: início das estantes, início da poltrona, início da pintura e principalmente início dos livros. Tudo bem que eu já tinha algumas obras para ‘brindar’ as estantezinhas novinhas que iriam ficar afixadas na parede da sala, mas percebi que a categoria ‘Religião’ iria ficar bem rébinha, fraquinha mesma. Talvez, porque o meu interesse por obras do gênero não seja tão abrangente. Por isso resolvi juntar essa categoria com outra: História. Huhuhu!! Essa doeu heinn?!!
Foi nessa época que comecei a passar muitas das minhas horas nas livrarias físicas e virtuais fuçando, fuçando e fuçando na esperança de encontrar algumas obras religiosas que engrossasse um pouquinho aquela que seria a parte esquecida e abandonada da minha estante.
Confesso que peguei muita porcaria, mas também ‘pesquei’ obras interessantes. E uma delas foi esse livro de Lo Bello que já reli ‘umas’ três vezes. Não há como negar, o texto te prende mesmo. Uhauu! E como prende! O que deixa o livro atraente é a linguagem descompromissada do autor que ignora totalmente as questões políticas e dogmáticas – que cá entre nós, às vezes se tornam chatas e maçantes – para centrar fogo nos assuntos pouco relevantes. E posso garantir que são essas informações irrelevantes que tornam a obra charmosa com o poder de fisgar os leitores.
Esqueça aquelas informações burocráticas relacionadas a eleições papais ou então sobre como um represente de Pedro deve se comportar ou ainda como é o dia a dia de um Papa. Não, não. Nada disso. Se prepare para um festival de curiosidades. E quantas curiosidades! Uma melhor do que a outra. Curiosidades sobre os Papas e também sobre o Vaticano, diga-se de passagem. Todas elas muito ‘deliciosamente gostosas’ de serem lidas, quer dizer... devoradas.
Por exemplo, você sabia que Pio XII, papa durante a II Guerra, é lembrado pela aversão que tinha por moscas. Era visto com freqüência nos jardins do Vaticano com um inseticida numa das mãos e um mata-moscas na outra, perseguindo os insetos. Ele também ficou conhecido nos bastidores da Santa Sé pelo seu famoso pão-durismo. Para economizar energia, antes de ir para a cama, percorria corredores e salões apagando as luzes.
Já, o austero Pio IX, Papa na época do Concílio Vaticano I, que proclamou a infalibilidade papal, era um jogador de bilhar inveterado. Um verdadeiro ás com um taco na mão. O autor narra em seu livro que o papa costumava dar surras memoráveis nos cardeais da Cúria e nos soldados da Guarda Suíça.
João XXIII, o papa que entrou para a História por ter convocado o Concílio Vaticano II, responsável pela modernização da Igreja nos anos 60 era um fumante também inveterado. Ele traçava um maço de cigarros por dia e seu latim era péssimo. Tinha como passatempo preferido subir na Torre dos Ventos, a mais alta do Vaticano, e ficar bisbilhotando ruas e janelas romanas com um binóculo. Lo Bello conta ainda em seu “O Incrível Livro do Vaticano e Curiosidades Papais” que Paulo VI, sucessor de João XXIII, que completou a obra de renovação da Igreja, adorava velocidade. Aliás, ele foi o primeiro pontífice a cruzar o Atlântico de avião, ele levava sempre um cronômetro e, do banco traseiro do carro oficial, pedia ao motorista que pisasse fundo no acelerador.
Quanto a João Paulo II, um dos Papas mais queridos de toda a história da Igreja, foi o primeiro a usar relógio de pulso. Lo Bello conta em profusão de detalhes todas essas manias e outros pequenos vícios dos nossos Papas.
“O Incrível Livro do Vaticano e Curiosidades Papais” também aborda em suas 208 páginas questões históricas sobre o alto escalão da Igreja Católica, como, por exemplo, se houve um papa judeu, o salário do sumo pontífice e se existe "impeachment" dos papas.
Além disso, o volume traz o nome do verdadeiro estilista das estranhas fardas usadas pela guarda suíça, que, segundo o autor, não foi Michelangelo, como muitos imaginam.
O livro foi lançado em junho de 2000 na Itália e três anos depois chegaria ao Brasil pela Editora Santuário.
Uma obra literária escrita descompromissadamente por Lo Bello, para uma leitura também descompromissada, mas nem por isso, desinteressante.

Um comentário

Instagram