Seis livros de Ágata Christie que foram parar nos cinemas e que você deve ler e “assistir” já

12 outubro 2024

A “Rainha do Crime” pode ser considerada uma das autoras com o maior número de obras adaptadas para o cinema. Por isso, costumo dizer que Agatha Christie é fodástica. Aliás, dentro desse contexto temos um tiozão e uma tiazona fodásticamente fodásticos: Stephen King e a própria Agatha. Como diz o ditado popular: “livros e filmes a dar com pau” e grande parte deles excelentes.

Como eu sei que muitos seguidores desse blog são grandes fãs da “Rainha do Crime” resolvi escrever essa postagem para homenagear essa escritora fantástica que produziu verdadeiras obras de arte do gênero policial.

Na minha opinião tivemos seis filmes muito bem produzidos que foram adaptados das obras da autora. Quanto aos livros nem é preciso dizer que dispensam comentários.

Confiram a relação e aproveitem para lê-los e também “assisti-los” pois valerá muito a pena.

01 – Assassinato no Expresso Oriente (1934)

Filmes: 1974, 2001, 2010 e 2017

Quanto ao filme feito para a televisão em 2001 não tenho condições de opinar já que o desconheço completamente. Procurei alguns comentários nas redes sociais, mas eles praticamente não existem. O que há de interessante nessa produção para a TV é o ator que interpreta o detetive belga Hercule Poirot. Trata-se de Alfred Molina que três anos depois ficaria famoso nas telonas ao interpretar o vilão Dr. Octopus em “Homem Aranha 2” que fez parte da trilogia dirigida por Sam Raimi.

Além desse, tivemos ainda outras três adaptações de Assassinato no Expresso Oriente: 1974, 2010 e 2017. É mole, quatro adaptações para um único livro!

Voltando aos filmes, a produção de 2010, a exemplo da película de 2001 também foi produzida somente para a TV e, sinto dizer, é muuuito fraquinha. Dessa forma restam as adaptações de 1974 e 2017: ambas excelentes. Alguns cinéfilos preferem a versão de 1974 que conta com o incrível Albert Finney como Hercule Poirot, enquanto outros debulham elogios para o filme de 2017 dirigido por Kenneth Branagh que também vive o detetive belga.

As duas produções se equiparam até na grande constelação de artistas famosos na época. O filme de 1974 conta com Albert Finney, Lauren Bacall, Ingrid Bergman, Jacqueline Bisset, Sean Connery, Anthony Perkins, Richard Widmark e por aí afora. A produção mais recente de 2017, não fica devendo nada e traz em seu elenco nomes como: Judi Dench, Johnny Deep, Michelle Pfeiffer, Penélope Cruz, Willem Dafoe, além de Kenneth Branagh.

No enredo, várias pessoas estão fazendo uma viagem longa em um luxuoso trem. A paz, entretanto, é perturbada por um acontecimento sinistro: um terrível assassinato. À bordo da composição está ninguém menos que o mundialmente reconhecido detetive Hercule Poirot que se voluntaria para iniciar uma varredura no local, ouvindo testemunhas e possíveis suspeitos para descobrir o que de fato aconteceu.

02 – Testemunha de acusação (1925)

Filme: 1957

Publicado originalmente em 1925, Testemunha de acusação traz um dos enredos mais conhecidos de Agatha Christie, que foi adaptado aos cinemas, em 1957, pelas mãos do genial diretor Billy Wilder. Um drama de tribunal para se ler num fôlego só. Quanto ao filme, segundo a maioria da crítica especializada, “Testemunha da Acusação” pode ser considerado um dos melhores filmes de tribunais já produzidos até agora. Os fãs de Tyrone Power irão vibrar. Ele é o protagonista desse filme muito elogiado.

Agatha Christie narra em seu enredo a saga do personagem Leonard Vole (Tyrone Power) que é preso sob a acusação de ter assassinado uma rica viúva de meia-idade. Quando toma conhecido desse caso, um veterano e astuto advogado, Sir Wilfrid Robarts (Charles Laughton), concorda em defendê-lo. 

O advogado, por sua vez, está se recuperando de um ataque do coração quase fatal e “supostamente” está em uma dieta, que o proíbe de ingerir bebidas alcoólicas e de se envolver em casos complicados. Mas a atração pelas cortes criminais é algo muito forte para Sir Robarts, especialmente quando o caso é bem difícil. 

O único álibi de Vole é o testemunho da sua esposa, Christine Vole (Marlene Dietrich), uma mulher fria e calculista. A tarefa de Sir Wilfrid fica praticamente impossível quando Christine Vole concorda em ser testemunha, não da defesa, mas da acusação.

Livraço, filmaço!

03 – E não sobrou nenhum (1939)

Filmes: 1945, 1965 e 2015

“E Não Sobrou Nenhum” é uma adaptação de um dos livros mais aclamados da Rainha do Crime. A história foi inicialmente publicada, em 1939, como O Caso dos Dez Negrinhos, mas nas edições mais recentes, lançadas no Brasil, passou a ter o seu título alterado para E não sobrou nenhum, o mesmo dos filmes de 1965 e 2015.

O romance segue a história de 10 estranhos que são convidados à uma ilha isolada por um anfitrião desconhecido. Os estranhos incluem um playboy, um médico, um juiz formidável, um rude detetive, um mercenário, uma solteirona temente a Deus, duas serventes inquietas, um general altamente condecorado e uma secretária. Durante sua estadia, as coisas pioram quando os convidados são assassinados um por um ao serem confrontados por uma voz misteriosa com fatos marcantes de seus passados. 

O livro já vendeu mais de 100 milhões de cópias em oito idiomas, além de ter rendido mais de uma dezena de adaptações para os cinemas sendo as mais famosas aquelas as de 1945 e 1965 que passaram nos cinemas. A primeira ganhou o título de “O Vingador Invisível” e a de 1965 manteve o título do livro. Em 2015, a BBC produziu uma série de TV em três capítulos muito, mas muito elogiada. Ela encontra-se disponível no Globoplay.

04 – Os Crimes do ABC (1936)

Filme: 1965

Quem diria que um enredo cômico se encaixaria com sucesso no chamado “Universo Agatha Christie”, ainda mais tendo Hercule Poirot como personagem principal. Pois é, acredite acabou dando certo no cinema.

“Os Crimes do Alfabeto” (1965) é uma adaptação cômica do romance Os Crimes ABC, de Agatha Christie. Vale lembrar que a “Rainha do Crime” foi contra essa mudança nas características da sua história e, claro, do seu Hercule Poirot. No final, ela acabou aceitando, um pouco a contragosto, e sua autorização foi dada. 

Assim, o filme seguiu adiante, com Tony Randall dando vida ao famoso detetive belga, assumindo com sucesso o tipo de personagem cômico numa posição que deveria ser séria; posição que o diretor Frank Tashlin sabia explorar muito bem, pois construíra uma carreira dirigindo os mais diversos tipos de comédia, com as mais diversas mesclas de gêneros.

Embora exista uma enorme diferença em relação ao romance (aqui, temos apenas a ideia central dos assassinatos, com a forja de um bode expiatório e a presença dos guias ABC nas cenas do crime), o longa consegue um resultado inesperadamente positivo mostrando um Poirot bufão, bem diferente daquele detetive sério e meticuloso que ficou imortalizado nas páginas e também nos filmes.

Acreditem, o filme acabou agradando a gregos e troianos, ou seja, público e crítica.

05 – A Maldição do espelho (1962)

Filme: 1980

Em A maldição do espelho, Hercule Poirot cede lugar para Miss Marple. Após ser vivida nos cinemas por Margaret Rutherford em uma série de longas nos anos 60, a detetive amadora da terceira idade voltou às telas nesta adaptação do romance homônimo de Ágata Christie, dirigida pelo britânico Guy Hamilton, o mesmo que comandou atrás das câmeras quatro aventuras de James Bond. 

Miss Marple é interpretada aqui por Angela Lansbury, que mesmo sendo, na época, relativamente jovem para o papel, realiza um trabalho fantástico deixando evidente todo o seu talento. Mas o grande atrativo fica mesmo por conta do elenco, que além de Lansbury, Edward Fox e Geraldine Chaplin, traz uma reunião de astros, justamente dos anos 50, e que já apareciam com menos frequência na tela grande: Elizabeth Taylor, Kim Novak, Rock Hudson e Tony Curtis.

Na história que se desenrola em 1953, os habitantes da pequena vila inglesa de St. Mary Mead, lar de Miss Jane Marple (Angela Lansbury), estão entusiasmados quando uma grande companhia americana chega para rodar um filme, estrelando as famosas atrizes Marina Rudd (Elizabeth Taylor) e Lola Brewster (Kim Novak). Ao chegar com o seu marido, Jason (Rock Hudson), Marina descobre que Lola estará no filme e fica furiosa, visto que as duas estrelas não se toleram. Marina tem recebido ameaças de morte constantemente e em uma festa, Heather Babcock (Maureen Bennett), bebe um coquetel destinado para a atriz e morre envenenada. 

Todos acreditam que o alvo era Marina, mas o policial que está investigando o caso, Inspetor Craddock (Edward Fox) não está convencido disto e decide chamar Miss Marple, sua tia, para investigar. Agora, todos são suspeitos e só Miss Marple poderá desvendar este mistério!

06 – Morte no Nilo (1937)

Filmes: 1978 e 2022

Longe de ser a primeira adaptação; “Morte no Nilo” de Kenneth Branagh que estreou nos cinemas em 2022 teve um antecessor em 1978 com Peter Ustinov na pele de Hercule Poirot que também fez muito sucesso nas telonas. 

Os dois filmes agradaram o público. Enquanto a produção mais antiga tinha no elenco nomes como Bette Davis, David Niven, Mia Farrow além do próprio Ustinov, o filme de 2022 não ficou atrás e também trouxe nomes de peso: Gal Gadot (Mulher Maravilha), Letitia Wright (Pantera Negra e Pantera Negra – Wakanda para sempre), Annete Bening (Beleza Americana e Capitã Marvel) e, claro, Kenneth Branagh, vivendo Hercule Poirot.

Na trama, a tranquilidade de um cruzeiro de luxo pelo Nilo chega ao fim quando o corpo de Linnet Doyle, uma bela e jovem milionária, é descoberto em sua cabine.

Porém, para azar do autor do crime, o brilhante detetive Hercule Poirot está a bordo. Ele logo descobre que cada passageiro é suspeito, pois todos tinham motivos para tirar a vida de Linnet. Em um rio de mentiras, Poirot precisa descobrir a verdade sobre esse estranho assassinato.

Com certeza, os fãs de Ágata Christie irão curtir esses grandes livros e filmes.

 

 

2 comentários

  1. Já assisti “Assassinato no Expresso Oriente" e "Morte no Nilo" e por conta deles virei fã do Poirot. Gostei muito da interpretação do Kenneth Branagh. Assisti "A Maldição do Espelho" por acaso um dia na ISTV e gostei muito também. As outras adaptações nunca assisti, mas já li "Os Crimes ABC" e estou com o livro "E não sobrou nenhum" para ler. Agatha é incrível!

    Até breve;
    Helaina (Escritora || Blogueira)
    https://hipercriativa.blogspot.com (Livros, filmes e séries)
    https://universo-invisivel.blogspot.com (Contos, crônicas e afins)

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    1. Olá Helaina. Agatha sempre Agatha, não é mesmo? "E Não Sobrou Nenhum" foi um dos pouquíssimos livros da "Rainha do Crime" que não me empolgou muito. Costumo dizer para os meus amigos que por esse motivo, eu nadei na contramão dos outros nadadores (rs) já que a maioria dos leitores que tiveram contato com a obra, simplesmente amaram o enredo. Torço para que no seu caso aconteça o mesmo e você tenha um leitura prazerosa.
      Abcs e volte sempre!

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