Os livros de Harlan Coben são verdadeiras montanhas
russas, pelo menos os que eu li. Juro que não conheço nenhum outro autor capaz
de trabalhar com tantos plot twists num único enredo. Cara isso é muito
difícil! Talvez, seja por isso que a maioria dos escritores, mesmo os mais
diferenciados, optem por incluir em suas narrativas poucas reviravoltas. Acredito
que criar, desenvolver e finalizar um plot twist é muito complexo. Não basta
apenas mudar o enredo abruptamente a seu bel prazer. Não! Essa mudança deve ter
o mínimo de coerência com o contexto da história ou então com determinada
situação que o personagem esteja vivendo, caso contrário ao invés de causar
impacto no leitor, irá deixa-lo confuso.
Pera lá José Antônio; um plot twist, pra ser sincero,
não tem nada a ver com coerência! Cara, tem sim! Caso contrário, como já disse
escrevi acima, vai causar uma confusão do escambau na cabeça do leitor. Repito:
talvez seja por isso, que a maioria dos escritores preferem podar de seus
enredos esse recurso narrativo ou então, inseri-lo em doses homeopáticas.
No caso de Coben, a conversa é outra. Ele usa e abusa
das reviravoltas em seus thrillers policiais e de suspense. São três, quatro,
cinco, seis e por aí afora. Para a alegria de seus ávidos leitores, o número de
twists é altamente generoso e todos eles surpreendentes. Taí, porque para mim para
mim, Harlan Coben é considerado um verdadeiro mestre em utilizar essa
ferramenta em suas narrativas.
Em O Inocente
não é diferente. Ele pinta e borda com as suas reviravoltas. Fui surpreendido
com cada um dos plot twists que fazem parte da história. Ele vai deixando
várias pontas soltas no decorrer da narrativa e quando essas pontas vão sendo
amarradas, o leitor vai surtando porque o que ele imaginava estava muito longe
daquilo que passava na cabeça de Coben. Por consequência, cada ponta amarrada
em O Inocente era um choque de 11 mil
volts que o leitor levava.
Em vários momentos da história, eu imaginava
que determinado fato iria acontecer; depois eu tinha certeza de que iria
acontecer, na sequencia eu começava a duvidar de que tal fato fosse
mesmo acontecer; depois a minha certeza era de que não iria mais acontecer;
para no final, ver esse fato acontecer. Uma loucura só.
O
Inocente narra a história de Matt Hunter que nove anos depois
de um trágico acidente que o fez passar quatro anos na prisão, começa a
reconstruir a sua vida. Tudo começa a entrar nos trilhos quando consegue um bom
emprego, uma mulher amorosa e, em breve, seu primeiro filho. Mas a ilusão acaba
quando Olívia, sua esposa, recebe um vídeo chocante e inexplicável que começa a
despedaçar a sua vida pela segunda vez.
Para piorar, ele começa a ser perseguido por um homem
misterioso. Em pouco tempo, o perseguidor é encontrado morto e uma freira
querida por todos também é assassinada. Quando as evidências apontam para Matt,
ele e Olívia são forçados a desafiar a lei em uma tentativa desesperada de
salvar seu futuro juntos.
Apesar do livro não ter curado a minha ressaca
literária que já dura muito tempo, confesso que amei a narrativa. Muito boa, de
fato.
Recomendo.
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