Rapaz! Stephen King tem algumas ‘tiradas’ homéricas e ao mesmo
tempo hilariantes. Elas chegam quando você menos espera; naquele momento em que
o romance ou conto de terror está perto do ápice, quando o leitor sabe que vai
dar merd... na vida de algum personagem, então... King solta algo hilário que faz
a galera estourar de rir.
Acho importante essa quebra proposital no clima de
suspense. Além de dar um tempo para o leitor respirar e principalmente se
preparar para o ‘pega pra capa’ reservado para as próximas páginas, também funciona
como uma pitada extra, um temperinho especial na história, deixando-a mais
interessante. Foi assim em O Cemitério,
A Coisa (It), Quatro Estações e agora, se repetiu em Depois, o mais novo
lançamento do mestre do terror.
Imagine só... perto do ápice da história quando um
sequestro está em andamento, eis que um dos personagens solta a pérola: “O
aposento lá dentro estava tão preto quanto o cú de um gato preto”. Olha... me
desculpa... não aguentei e soltei a gargalhada. Puxa vida King, assim não vale
(rs).
Galera, deixando de lado a escuridão do tal aposento e
a sua analogia com com um gato preto, o novo livro de King é fantástico. Li as
suas 190 páginas numa tacada só.
Depois
foge dos padrões ‘Kingnianos’. Sabemos que o mestre do terror gosta de escrever
histórias longas que dão origem a livros com “milhares” de páginas. A Coisa (It) com suas 1.100 páginas é um
bom exemplo disso. Então, King chega e de repente lança um livro com menos de
200 páginas; para ser exato, como já escrevi acima: 190 páginas.
Juro que fiquei um pouco na dúvida, pois fui “educado
desde criança” (rs) a ler verdadeiros calhamaços escritos pelo autor. Então, na
lata, surge um romance com a mesma quantidade de páginas de um conto. Fiquei
desconfiado. Será que é bom? Será que ele conseguiu desenvolver os seus
personagens e torna-los interessantes com apenas 190 páginas? Será que a
história não teve um desfecho apressado? Galera, juro que eram tantos serás que
eu já estava ficando um pouco descrente do livro, mas como sou fã incondicional
de King, acabei comprando. E, adorei!
Uma história der terror muito bem escrita com
personagens interessantes e bem desenvolvidos que, certamente, irão cativar as
pessoas que ainda irão devorar a obra.
Depois
é uma história de terror, mas um terror ameno, acredito que o suspense tem até
um peso maior do o próprio terror. É esse suspense que rola a partir de um
sequestro e faz com que os leitores devorem as páginas num piscar de olhos.
Simplesmente, você não consegue parar de ler porque quer saber desesperadamente
o destino de alguns personagens.
Olha, o livro é muito bom para que eu o estrague com
spoilers por isso, quanto menos falar escrever, melhor. O que posso
dizer sem estragar as surpresas da história é que em Depois, o autor narra a história de James Conklin, uma criança nada
comum: ele vê gente morta. Não sabe com qual frequência essas visões acontecem,
afinal, os mortos em geral se parecem com os vivos. Exceto pelo fato de que
eles ficam para sempre com as roupas em que morreram, e são incapazes de
mentir.
Sua mãe implora para que ele mantenha essa habilidade
em segredo, o que não é problema na maior parte do tempo. Pelo menos até Liz
Dutton, a companheira de sua mãe e detetive do Departamento de Polícia de Nova
York, aparecer na saída da escola e anunciar que precisa de ajuda.
É assim que Jamie embarca em uma corrida para
desvendar o último segredo de um falecido terrorista.
Não posso escrever mais do que isso, pois caso
contrário, corro o risco de estragar a trama com spoilers, o que seria um
grande pecado já que Depois é muito,
mas muito bom. Sem contar que o leitor ainda leva de brinde aquela tirada do
gato preto. Ahahahahah! Rindo novamente; não posso lembrar daquilo.
Valeu pessoal!
2 comentários
Acabei agora e tive que vir aqui comentar. Não sei o que achei do fim, tô chocada. Acho que não gostei muito dessa última informação, acho que foi horrível.
ResponderExcluirJoelma, sei de qual trecho você se refere. De fato, é uma revelação muito forte e que pode chocar. Achei King bem ousado, por isso, ele é o melhor do gênero. As vezes a ousadia extrapola um pouco os limites e pode chocar. Mas. mesmo assim, achei um bom livro.
ExcluirAbcs!