Vamos lá. Um breve resumo do enredo, sem spoilers. Em A Mulher na Janela, A.J. Finn conta a história de Anna Fox, uma psicóloga que sofre de agorafobia e por isso passa o tempo inteiro trancafiada em seu apartamento em Nova York. A protagonista começa, então, a vigiar os novos vizinhos com a ajuda de uma câmera com lentes de zoom bem potentes, até que acaba testemunhando um crime brutal. Todos ao redor de Anna começam a duvidar dela. Por duvidam? Eu explico: Além de espionar os vizinhos e ter uma vida reclusa por causa de sua doença, a personagem é viciada em remédios psicotrópicos e bebidas alcoólicas, uma mistura que sabemos de cor que nunca dá certo. Portanto, por mais que afirme que viu um assassinato, ninguém acredita nela. Para eles, tudo não passou de uma alucinação.
Pronto taí uma rápida síntese do livro de Finn. Apesar
de muitos leitores afirmarem nas redes sociais que o enredo tem muitas
reviravoltas, na realidade não é bem assim, A
Mulher na Janela trabalha com dois plot twists principais, quanto aos
outros, nem chegam a ser considerados plot twists. Na minha opinião eles se
enquadram mais no gênero ‘surpresas’ e surpresas bem pequenas que, acredito,
raramente conseguirão tirar um “Ooooooooooo!!” da boca dos leitores. Mas tudo
bem, isso não é problema porque os dois plot twists verdadeiros – um depois do
meio e o outro perto do final da história – conseguem segurar o rojão. O
problema é que até essas duas reviravoltas chegarem, principalmente a último, o
autor enche a história de linguiça.
Cara e quanta linguiça! Perdi a conta de quantas taças
de vinho e quantos comprimidos a Drª Fox tomou, quantos porres ela amarrou.
Perdi as contas de quantos filmes ela assistiu na solidão de sua casa. Perdi a
contas de quantas divagações ela teve. Tudo isso foi deixando a história
cansativa o que me fez mesclar esse romance com uma outra leitura, algo que
raramente faço, já que não tenho o hábito de ler dois livros simultaneamente.
Pensei comigo: “Olha se esse plot twist tão comentado
pela galera não valer a pena, juro que excomungo a obra por causa de tanta
enrolação. Então... finalmente chega o primeiro plot e... vale muito a pena. Ele,
de fato, consegue tirar um “Oooooooooooo”!!! das nossas bocas. Este primeiro
plot explica o motivo da agorafobia de Anna Fox e desmistifica algo que ela
estava vivendo. Pronto, não posso revelar mais do que isso, se não estrago o
plot. Quanto a segunda reviravolta, relacionada ao crime que a personagem
testemunhou, também foi fantástica; me pegou de surpresa.
Assim, apesar do excesso de vinho, dos porres, dos
comprimidos e das divagações da Drª Fox, essas duas reviravoltas compensaram o
enchimento de linguiças na história.
Sem contar que mal o leitor se recupera da revelação
do segundo plot twist, a história entra num clima de pura adrenalina. Pena que todo
esse frenesi acontece nas ultimas páginas.
Para aqueles que gostam de plot twists bem elaborados
recomendo bastante essa obra, mas com uma ressalva: vocês terão que ter muita
paciência com as enrolações do autor que acabam inflando o enredo, tornando-o
bem cansativo.
Ah! Mais um detalhe. O livro tem poucas mudanças com
relação ao filme da Netflix. Dessa maneira, se você já assistiu a produção com
Amy Adams, Gary Oldman e Julianne Moore, certamente, os plots da obra literária
perderão muito de seus impactos.
4 comentários
Ué, você tem bola de cristal, Jam?
ResponderExcluirEsse é o livro que vou começar a ler!
Assim que terminar de ler outra obra, pretendo iniciar a leitura de A mulher na janela essa semana.
Não li a resenha, pois evito ao máximo pegar informações sobre o enredo rsrsrs. Mas espero que o livro seja bom, estou com bastante expectativa.
Espero que todos estejam com saúde, meu amigo.
Um forte abraço!
Olá Tex! Bom revê-lo por aqui. Deste lado estão todos bem, espero o mesmo com você e seus familiares. Depois que você concluir a leitura me diga se gostou ou não.
ExcluirGrande abraço!
Jam, terminei de ler ontem e fiquei chocado com o final!
ResponderExcluirConcordo com você que é necessário ter paciência no início do livro, pois o autor demonstra não ter pressa em desenvolver a história. Porém, acredito que a espera vale a pena, pois os dois plot twists são sensacionais.
ALERTA DE SPOILER +++++++++++++++
Fiquei contente por ter adivinhado ao menos o primeiro plot twist, pois imaginei que havia acontecido aquilo na viagem que era narrada em flashbacks. Mas confesso que fui totalmente pego de surpresa no final, pois jamais desconfiei que aquela pessoa fosse o assassino.
Enfim, apesar da lentidão inicial, acredito que o livro vale muito a pena.
Forte abraço!
De fato Tex, os dois plot twists compensam o desenvolvimento lento da história. Eles são fantásticos. Pelo o que eu vi, você se encaixa na categoria de leitores que apreciam livros com grandes reviravoltas. Eu também. Vou lhe indicar quatro que são verdadeiros socos no estômago: "Eles Merecem a Morte", "Mentirosos", "Até Você Ser Minha" e "A verdade sobre o caso Harry Quebert". Todos eles são fantásticos e com reviravoltas pra causar surpresa em qualquer leitor.
ExcluirAgora, vou começar a ler "A Paciente Silenciosa" que dizem... tem um final chocante. Vamos ver.
Grande abraço!