“O vírus da estrada vai para o norte”: um conto assustador de Stephen King que me fez perder o sono

20 fevereiro 2021

Caráculas! Tem alguns contos de Stephen King com o poder de bambear as nossas pernas – isso se estivermos lendo de pé – e afrouxar os músculos da bexiga – nesse caso, ter um WC por perto é essencial. Estes contos provocam sensações piores do que aquele tradicional calafrio que começa na nuca e vai descendo para a base da espinha. Cara, cai na besteira de encarar uma dessas histórias, ontem de madrugada e... sozinho – Lulu estava viajando à serviço. Que parada indigesta!

Como estava sem sono, decidi ler o próximo conto do livro Tudo é Eventual. Saquei a obra da minha estante com uma baita confiança e arrogância extrema. Porque para ler sozinho e de madrugada histórias de terror escritas por King, você tem quer ser autoconfiante ao extremo. Coisa do tipo: “vou matar o tempo lendo essa história”. E no final, foi a história que quase me matou... de susto ou pânico, tanto faz.

Minha autoconfiança estava nas nuvens porque os contos de Tudo é Eventual  que eu havia lido até aquele momento não seguiam uma vertente nativa de terror. Eles eram amenos, voltados mais para o lance do suspense moderado do que para o terror propriamente dito. Por isso, topei sem nenhum receio continuar com a leitura da obra quando os ponteiros do relógio marcavam 1H30 da manhã deste sábado. Foi nesse momento que “O vírus da estrada vai para o norte” cruzou o meu caminho. Não tenho o hábito de perder o sono e os bons sonhos por causa de histórias de terror. Confesso que até há pouco tempo eu passava alguns apuros noturnos”; hoje não mais. Quero dizer... até ontem de madrugada quando li esse conto maledeto.

Tudo bem que eu tinha ao meu alcance a opção de suspender a leitura e continuar no dia seguinte, durante a manhã ou a tarde, qualquer horário, menos de madrugada; mas quando King acerta a mão é difícil você ler as suas histórias a prestação. Neste caso, você quer terminar logo para saber o que acontece no final. Pois é, “O vírus da estrada vai para o norte” tem esse tipo de DNA.

Cena do episódio da série de TV "Pesadelos e Paisagens Noturnas"

Neste conto – serei breve para não liberar spoilers - Richard Kinnell é um escritor famoso por escrever livros assustadores. Durante o retorno para casa (que fica no Maine) vindo de uma convenção literária, Richard para em uma venda de garagem numa cidade pequena e fica encantado com uma bizarra pintura encontrada num dos cantos. O quadro retrata um jovem demoníaco com dentes pontudos – parecendo um canibal - atrás do volante de um carro possante cruzando uma ponte. O nome da “arte” é “o vírus da estrada vai para o norte”.  A vendedora revela que o pintor foi seu vizinho, um jovem talentoso, que cometeu suicídio por enforcamento deixando um bilhete: “Não suporto o que está acontecendo comigo”. Antes do fim trágico, ele pegou todas suas pinturas e desenhos – exceto esta – e fez uma grande fogueira com eles.

Muito mais intrigado do que assustado com a história, o escritor decide comprar o quadro. A partir daí, algo sinistro e macabro começa a acontecer em sua vida. Brrrrrrrr!!!! Preparem-se...

Quem assistia a série de TV “Galeria do Terror” – sucesso nos anos 70 - deve se lembrar de um episódio chamado “O Cemitério”. A história tem uma certa semelhança com esse conto. Até parece que King bebeu na fonte do seriado.

Vale lembrar que “O vírus da estrada vai para o norte” foi adaptado para a televisão em 2006. Ele foi um dos episódios da série “Pesadelos e Paisagens Noturnas” produzida e exibida pelo canal TNT.

3 comentários

  1. Acabei de ler as 02:15 da manhã e compartilhei de seus sustos... Ainda estou impactado com aquele final e não sei como vou dormir hehehez ótimo texto.

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    1. Obrigado Lucas! Que bom que gostou do texto. Quer saber de um segredo? Na época, quando escrevia esse post, durante a noite, sempre vinha a minha mente, esse tal final macabro do conto. Que sufoco (rs). Abraço!

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  2. Acabei de ler agora. O que vocês entenderam do final? Fiquei com duas interpretações possíveis.

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