Ainda bem que não nasci no século XIX! Para ser mais
específico, antes de 1846. Caraca, fico imaginando como seria naquela época uma
cirurgia de fístula perianal. Por que? Simples, devo passar por essa
intervenção cirúrgica na próxima semana.
Após ter visto os releases da pré-venda de “Medicina
dos horrores” da historiadora Lindsey Fitzharris, obra que narra como era o
chocante mundo da cirurgia do século XIX, agradeci à Deus por ter chegado ao
mundo 115 anos depois. Ufaaa!!
Pois é, de forma brutal e sem qualquer ajuda de remédios,
os cirurgiões cortavam os pacientes, quebravam ossos, retiravam órgãos e
costuravam artérias. Enquanto essas pessoas permaneciam completamente
conscientes.
Aiiiii.... eu e a minha fistula naquela época....Arghhhhhhh!
Só de pensar....
Apaixonei-me pelo tema do livro. Na realidade, sempre
tive uma queda por assuntos relacionados ao mundo da medicina. Para quem não
sabe, o primeiro vestibular que prestei foi nessa área, somente algum tempo
depois descobri a minha vocação para o jornalismo.
Gostei tanto do pouco que vi, que apesar do preço bem
salgadinho (R$60,00), já reservei a minha edição que está em pré-venda nas
principais livrarias virtuais.
Em “Medicina
dos horrores”, Fitzharris evoca os primeiros anfiteatros de operações —
lugares abafados onde os procedimentos eram feitos diante de plateias lotadas —
e cirurgiões pioneiros, cujo ofício era saudado não pela precisão, mas pela
velocidade e pela força bruta, uma vez que não havia anestesia. Não à toa, os
mais célebres cirurgiões da época eram capazes de amputar uma perna em menos de
trinta segundos, como por exemplo, Robert Liston, um cirurgião escocês que ficou
conhecido por suas amputações rápidas, algumas delas feitas em cerca de dois
minutos.
Trabalhando sem luvas e sem qualquer cuidado com a
higiene básica, esses profissionais, alheios à existência de micro-organismos,
ficavam perplexos com as infecções pós-operatórias, o que mantinha as taxas de
mortalidade implacavelmente elevadas.
Joseph Lister vaporizando o campo cirúrgico com ácido carbólico |
É nesse cenário, em que se considerava mais provável
um homem sobreviver à guerra do que ao hospital, que emerge a figura de Joseph
Lister, um jovem médico que desvendaria esse enigma mortal e mudaria o curso da
história. Concentrando-se no tumultuado período entre 1850 e 1875, a autora nos
apresenta Lister e seus contemporâneos e nos conduz por imundas escolas de
medicina, os sórdidos hospitais onde eles aprimoravam sua arte, as “casas da
morte” onde estudavam anatomia e os cemitérios, que eles, volta e meia invadiam
para roubar cadáveres.
Lister era
um cirurgião médico e cientista britânico que conseguiu desenvolver práticas de
cirurgia anti-séptica durante a era vitoriana da Inglaterra graças ao seu
conhecimento da teoria sobre a origem da putrefação e a fermentação de Louis
Pasteur. Ele também foi quem descobriu o uso da chamada sutura de catgut ou
absorvível em feridas cirúrgicas.
O método anti-séptico desenvolvido por Lister mudou
substancialmente a prática de intervenções cirúrgicas no século XIX. Naquela
época, como já disse, as operações eram realizadas em condições extremamente
precárias, não só por causa de higiene inadequada, mas também pelo espetáculo
público que tinham.
O livro “Medicina dos Horrores” tem previsão de chegar
às livrarias no dia 5 de julho próximo, mas aqueles que quiserem garantir o seu
exemplar já podem reserva-lo em pré-venda.
Inté!
Detalhes Técnicos
Autora: Lindsey Fitzharris
Tradução: Vera Ribeiro
Páginas: 320
Gênero: Biografia
Editora: Intrínseca
Ano da edição: 2019
Acabamento: Capa dura
Altura: 23.00 cm
Largura: 16.00 cm
Formato(s) de venda: livro, e-book
Formato: 16 x 23 x 2,1
Lançamento: 05/07/2019
2 comentários
Adorei a apresentação do tema! Parabéns e boa recuperação na cirurgia.
ResponderExcluirQuem bom que gostou, fico feliz :)
ExcluirQuanto ao pós-operatório me sinto-me bem melhor. Ufaaa (rs)
Abcs!