5 serial killers que inspiraram a criação de personagens famosos dos romances policiais

02 abril 2016
Muitas vezes ao ler um romance policial você se depara com um serial killer que domina todas as páginas da obra. O sujeito pode ser carismático e lhe conquistar logo de cara ou então, pode ser um casca grossa sanguinário e maléfico que lhe causa ojeriza. O que importa é que ele tem o poder de direcionar todos os holofotes do enredo diretamente para ele.
O que muitos leitores nem imaginam é que alguns desses ‘bandidões’ dos livros de ficção, amados ou odiados, existiram na vida real.
Vários autores se inspiraram nessas ‘figuras’ de carne e osso para compor os seus personagens que provocaram tantas emoções nos leitores: boas e ruins.
Neste post selecionei 10 personagens fictícios que fizeram muito sucesso na literatura policial e que foram inspirados em serial killers verdadeiros.
01 – “Crime e Castigo” (Fiodor Dostoieviski)
Personagem: Rodion Raskolnikov
Serial Killer: Pierre François Lacenaire
Pierre François Lacenaire
Caraca! Quem é esse tal Pierre François Lacenaire?! Acredito que nem mesmo aqueles que leram “Crime e Castigo” do grande escritor russo Fiodor Dostoieviski sabem. Para a maioria dessa galera, Rodion Raskolnikov não passa de um personagem fictício que saiu da mente criativa do famoso autor. No! No! e No! Ele é real meu amigo. Verdade! Dostoieviski encontrou inspiração num assassino francês, ou seja, o próprio  Pierre François Lacenaire que em 14 de dezembro de 1834 assassinou uma mulher idosa e seu filho travesti a machadadas.
Lacenaire era um desconhecido poeta francês. Ele foi preso em 1835 e executado na guilhotina.
No romance de Dostoieviski, o personagem Rodion – inspirado no assassino francês – é um jovem estudante de Direito que acaba ficando na miséria. Ele comete um latrocínio matando uma mulher e sua irmã. No entanto, o remorso ‘bate forte’ no sujeito e ele acaba confessando o seu crime para uma mulher , a qual ele ama muito. Depois... bem leiam o livro.
02 - Psicose (Robert Bloch)
Personagem: Norman Bates
Serial Killer: Ed Gein
Ed Gein
O livro de Robert Bloch transformou-se no filme mais famoso do grande Alfred Hitchcock. Em sua obra literária, o autor conta a história de Norman Bates, um homem de 40 anos, super controlado pela mãe dominadora, e que gerencia um hotel de beira de estrada. Durante uma forte chuva, uma moça chamada Mary Crane resolve passar a noite no referido hotel até que o tempo melhore e então... começa o seu pesadelo.
Para escrever “Frenesi”, Bloch se inspirou livremente no caso do assassino de Wisconsin, Ed Gein. O protagonista Norman Bates, assim como Gein, era um assassino solitário que vivia em uma localidade rural isolada, teve uma mãe dominadora, construiu um santuário para ela em um quarto e se vestia com roupas femininas. 
O autor, morador de uma cidadezinha no estado de Wisconsin, nos Estados Unidos, soube por notas nos jornais de um caso assustador no vilarejo de Plainfield. Passou a anotar cada nova informação em um caderninho e chegou a um assassinato em série que perturbou os americanos em novembro de 1957.
Gein confessou ter desenterrado várias sepulturas de mulheres de meia idade que se pareciam com a sua mãe. O psicopata levava-as para casa, onde ele bronzeava as peles, um ato descrito como insano ritual travesti.
03 – O Silêncio dos Inocentes (Thomas Harris)
Personagem: Buffalo Bill
Serial Killers: Gary M. Heidnik e Theodore “Ted” Bundy
Gary M. Heidnik
Jame Gumb, vulgo Buffalo Bill, o vilão de “O Silêncio dos Inocentes” escrito por  Thomas Harris, foi inspirado em dois serial killers: Gary M. Heidnik e Theodore “Ted” Bundy.
Quem assistiu ao filme e leu o livro sabe que as vítimas de Gumb eram todas meninas cheinhas, das quais ele retirava a pele para confeccionar um macacão.
O serial killer optava por prender as suas vítimas no porão, dentro de um buraco, deixando-as privadas de alimentos para que elas ficassem ‘no ponto’ para
Ted Bundy
ter a pela retirada. Pois bem, Heidnik tinha essa mesma bizarrice cruel. Em 1987 ele foi preso acusado de seqüestro, cárcere privado e assassinato. Ao vasculharem a sua casa, a polícia encontrou um porão onde o serial killer prendia e torturava as suas vítimas, deixando-as ‘morrendo’ de fome.
Epa! Pera aí! Parece que Gumb também agia dessa maneira com as suas vítimas.
Quanto a Ted Bundy, o segundo serial killer que emprestou o seu modus operandi à Buffalo Bill, ele costumava atrair as suas vítimas para o carro usando um gesso falso no braço. Logo depois, ele as agredia e estuprava. Tudo bem, vamos esquecer o estupro, mas Gumb também utilizava a técnica do falso braço quebrado para enganar as suas vítimas indefesas e conduzi-las até o seu veículo.
04 – Frenesi (Arthur La Bern)
Personagem: Robert Rusk ( O Assassino da Gravata)
Serial Killer: Albert DeSalvo
Albert DeSalvop
O livro de Arthur La Bern ficou sempre na sombra do filme homônimo de Alfred Hitchcock. Enquanto a produção cinematográfica foi endeusada por crítica e público, o livro caiu no esquecimento. Fazer o que? Paciência.
Os enredos de livro e filme são praticamente semelhantes, já que La Bern foi contratado para supervisionar os trabalhos de  roteirização desenvolvidos por Anthony Shaffer. Creio que ele não permitiu que fossem feitas mudanças drásticas  no enredo de sua obra literária.
Em “Frenesi”, considerado o filme mais violento de
Hitchcock, Londres é aterrorizada por um assassino em série que estupra as suas vítimas e as mata estranguladas com uma gravata. Por esse motivo, o criminoso ficou conhecido como o “Assassino da Gravata”. Devido a uma série de mal entendidos, o veterano de guerra Richard Blaney, alcoólatra, divorciado e recentemente desempregado, acaba se tornando o suspeito número um dos crimes quando sua esposa é assassinada com o mesmo modus operandi.
O serial killer de “Frenesi” foi inspirado em um famoso criminoso: Albert DeSalvo, conhecido como o “Estrangulador de Boston”. Ele confessou ter matado 13 mulheres no período de 14 de junho de 1962 à 4 de janeiro de 1964. As vítimas eram estranguladas com peças do próprio vestuário.
05 – Do Inferno (Alan Moore e Eddie Campbell)
Personagem: Jack a William Gull (Jack, O Estripador)
Serial Killer: Jack, O Estripador
Para muitas pessoas, o mais famoso assassino real retratado nos livros e nos cinemas chama-se Jack, o Estripador. Responsável pelo assassinato de várias prostitutas em 1888, o misterioso serial killer nunca foi pego. Por isso não se sabe seu verdadeiro nome e sua história. O título “Jack, o Estripador” foi criado pelo próprio assassino em uma carta enviada para um jornal da época, acompanhada do fígado de uma vítima. Surgiram várias teorias sobre sua identidade: Alguns acreditam que ele era um imigrante polonês, já que em um rápido fluxo de imigração, vários poloneses chegaram a Londres e acabaram vivendo em extrema pobreza. Outros acreditavam, devido a remoção dos órgãos dos corpos das vítimas, que se tratava de alguém que tivesse conhecimentos cirúrgicos. Há quem acredite, até mesmo, que o assassino era o herdeiro da coroa, o príncipe Edward Albert. Como nunca chegou a ser capturado, a sua identidade continua envolta numa aura de mistério.
Jak rendeu vários livros, mas o um dos mais icônicos foi lançado em 2000 por Alan Moore e Eddie Campbell.
Moore baseia a sua narrativa em quadrinhos na hipótese de que os assassinatos nada mais foram do que uma conspiração para abafar o caso de um nascimento de um herdeiro ilegítimo do trono britânico – o que seria um escândalo na época. Para escrever a história, Alan Morre realizou uma extensa pesquisa bibliográfica e visitou com frequência o bairro londrino de Whitechapel, onde tudo aconteceu.


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