Muitas vezes ao ler um romance policial você se
depara com um serial killer que domina todas as páginas da obra. O sujeito pode
ser carismático e lhe conquistar logo de cara ou então, pode ser um casca
grossa sanguinário e maléfico que lhe causa ojeriza. O que importa é que ele
tem o poder de direcionar todos os holofotes do enredo diretamente para ele.
O que muitos leitores nem imaginam é que alguns
desses ‘bandidões’ dos livros de ficção, amados ou odiados, existiram na vida
real.
Vários autores se inspiraram nessas ‘figuras’ de
carne e osso para compor os seus personagens que provocaram tantas emoções nos
leitores: boas e ruins.
Neste post selecionei 10 personagens fictícios que
fizeram muito sucesso na literatura policial e que foram inspirados em serial
killers verdadeiros.
01
– “Crime e Castigo” (Fiodor Dostoieviski)
Personagem:
Rodion
Raskolnikov
Serial
Killer: Pierre François Lacenaire
Pierre François Lacenaire |
Caraca! Quem é esse tal Pierre François Lacenaire?!
Acredito que nem mesmo aqueles que leram “Crime e Castigo” do grande escritor
russo Fiodor Dostoieviski sabem. Para a maioria dessa galera, Rodion
Raskolnikov não passa de um personagem fictício que saiu da mente criativa do
famoso autor. No! No! e No! Ele é real meu amigo. Verdade! Dostoieviski
encontrou inspiração num assassino francês, ou seja, o próprio Pierre François Lacenaire que em 14 de
dezembro de 1834 assassinou uma mulher idosa e seu filho travesti a machadadas.
Lacenaire era um desconhecido poeta francês. Ele foi
preso em 1835 e executado na guilhotina.
No romance de Dostoieviski, o personagem Rodion –
inspirado no assassino francês – é um jovem estudante de Direito que acaba
ficando na miséria. Ele comete um latrocínio matando uma mulher e sua irmã. No
entanto, o remorso ‘bate forte’ no sujeito e ele acaba confessando o seu crime
para uma mulher , a qual ele ama muito. Depois... bem leiam o livro.
02
- Psicose (Robert Bloch)
Personagem:
Norman Bates
Serial
Killer: Ed Gein
Ed Gein |
O livro de Robert Bloch transformou-se no filme mais
famoso do grande Alfred Hitchcock. Em sua obra
literária, o autor conta a história de Norman Bates, um homem de 40 anos, super
controlado pela mãe dominadora, e que gerencia um hotel de beira de estrada.
Durante uma forte chuva, uma moça chamada Mary Crane resolve passar a noite no
referido hotel até que o tempo melhore e então... começa o seu pesadelo.
Para escrever “Frenesi”, Bloch se inspirou livremente
no caso do assassino de Wisconsin, Ed Gein. O protagonista Norman Bates, assim
como Gein, era um assassino solitário que vivia em uma localidade rural
isolada, teve uma mãe dominadora, construiu um santuário para ela em um quarto
e se vestia com roupas femininas.
O autor, morador de uma cidadezinha no estado
de Wisconsin, nos Estados Unidos, soube por notas nos jornais de um caso
assustador no vilarejo de Plainfield. Passou a anotar cada nova informação em
um caderninho e chegou a um assassinato em série que perturbou os americanos em
novembro de 1957.
Gein confessou ter desenterrado várias
sepulturas de mulheres de meia
idade que se pareciam com a sua mãe. O psicopata levava-as para casa, onde ele
bronzeava as peles, um ato descrito como insano ritual travesti.
03
– O Silêncio dos Inocentes (Thomas Harris)
Personagem: Buffalo
Bill
Serial Killers: Gary
M. Heidnik e Theodore “Ted” Bundy
Gary M. Heidnik |
Jame Gumb, vulgo Buffalo Bill, o vilão de “O Silêncio
dos Inocentes” escrito por Thomas Harris,
foi inspirado em dois serial killers: Gary M. Heidnik e Theodore “Ted” Bundy.
Quem assistiu ao filme e leu o livro sabe que as
vítimas de Gumb eram todas meninas cheinhas, das quais ele retirava a pele para
confeccionar um macacão.
O serial killer optava por prender as suas vítimas no porão, dentro de
um buraco, deixando-as privadas de alimentos para que elas ficassem ‘no ponto’
para
ter a pela retirada. Pois bem, Heidnik tinha essa mesma bizarrice cruel.
Em 1987 ele foi preso acusado de seqüestro, cárcere privado e assassinato. Ao
vasculharem a sua casa, a polícia encontrou um porão onde o serial killer
prendia e torturava as suas vítimas, deixando-as ‘morrendo’ de fome.
Ted Bundy |
Epa! Pera aí! Parece que Gumb também agia dessa maneira com as suas
vítimas.
Quanto a Ted Bundy, o segundo serial killer que emprestou o seu modus
operandi à Buffalo Bill, ele costumava atrair as suas vítimas para o carro
usando um gesso falso no braço. Logo depois, ele as agredia e estuprava. Tudo
bem, vamos esquecer o estupro, mas Gumb também utilizava a técnica do falso
braço quebrado para enganar as suas vítimas indefesas e conduzi-las até o seu
veículo.
04
– Frenesi (Arthur La
Bern)
Personagem:
Robert Rusk ( O Assassino da Gravata)
Serial
Killer: Albert DeSalvo
Albert DeSalvop |
O livro de Arthur La Bern ficou sempre na sombra do filme homônimo de
Alfred Hitchcock. Enquanto a produção cinematográfica foi endeusada por crítica
e público, o livro caiu no esquecimento. Fazer o que? Paciência.
Os enredos de livro e filme são praticamente semelhantes, já que La Bern
foi contratado para supervisionar os trabalhos de roteirização desenvolvidos por Anthony Shaffer.
Creio que ele não permitiu que fossem feitas mudanças drásticas no enredo de sua obra literária.
Em “Frenesi”, considerado o filme mais violento de
O serial killer de “Frenesi” foi inspirado em um famoso criminoso:
Albert DeSalvo, conhecido como o “Estrangulador de Boston”. Ele confessou ter
matado 13 mulheres no período de 14 de junho de 1962 à 4 de janeiro de 1964. As
vítimas eram estranguladas com peças do próprio vestuário.
05
– Do Inferno (Alan Moore e Eddie Campbell)
Personagem:
Jack a William Gull (Jack,
O Estripador)
Serial
Killer: Jack, O Estripador
Para muitas pessoas, o mais famoso assassino real
retratado nos livros e nos cinemas chama-se Jack, o Estripador. Responsável
pelo assassinato de várias prostitutas em 1888, o misterioso serial killer
nunca foi pego. Por isso não se sabe seu verdadeiro nome e sua história. O
título “Jack, o Estripador” foi criado pelo próprio assassino em uma carta
enviada para um jornal da época, acompanhada do fígado de uma vítima. Surgiram
várias teorias sobre sua identidade: Alguns acreditam que ele era um
imigrante polonês, já que em um rápido fluxo de imigração, vários poloneses
chegaram a Londres e acabaram vivendo em extrema pobreza. Outros acreditavam,
devido a remoção dos órgãos dos corpos das vítimas, que se tratava de alguém
que tivesse conhecimentos cirúrgicos. Há quem acredite, até mesmo, que o
assassino era o herdeiro da coroa, o príncipe Edward Albert. Como nunca chegou
a ser capturado, a sua identidade continua envolta numa aura de mistério.
Jak rendeu vários livros, mas o um dos mais icônicos
foi lançado em 2000 por Alan Moore e Eddie Campbell.
Moore baseia a sua narrativa em quadrinhos na
hipótese de que os assassinatos nada mais foram do que uma conspiração para
abafar o caso de um nascimento de um herdeiro ilegítimo do trono britânico – o
que seria um escândalo na época. Para escrever a história, Alan Morre realizou
uma extensa pesquisa bibliográfica e visitou com frequência o bairro londrino
de Whitechapel, onde tudo aconteceu.
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