Hoje pela manhã, assim... sem querer; fui parar nas
primeiras postagens que havia publicado no blog, lá pelos idos de 2011. Gente,
2011! Não imaginava que o “Livros e Opinião” havia completado no mês passado,
13 anos de atividades. Cara, mais de uma década! Na realidade, foram quase uma
década e meia, dedicando parte da minha vida para esse espaço que você está
visitando agora e quem sabe, até mesmo seguindo.
Parei também para pensar nas pedradas que lei da vida
nestes mais de dez anos, algumas dessas pedradas vieram fortes e quase me
levaram a desistir do blog. Rememorei também as dificuldades que surgiram ao
longo dos anos em conciliar o meu trabalho que é o meu ganha pão e que exige
muito de mim - inclusive engolindo muitos de meus finais de semana - com o meu
tempo livre dedicado ao blog e a leitura. Confesso que cheguei a pensar em
abandonar o blog e me dedicar somente para as minhas leituras, muitas delas
atrasadas. Mas então... quando as pedradas se vão, chega a aragem e uma aragem
tão gostosa que afugenta todas essas dúvidas e negatividade envolvendo “blog
versus tempo disponível em minha vida”.
Esta aragem me diz que se parar com o blog estarei
jogando no lixo 13 anos de parte da minha vida, uma pequena parte, mas que
trouxe momentos de muita alegria. Parte dessa alegria se resume às interações
que mantive com vários seguidores que renderam bate-papos gostosos e as
amizades que fiz com alguns desses seguidores; algumas dessas amizades,
inclusive, mantenho até hoje.
Acredito que muitos blogueiros literários estão
enfrentando, nesse instante, a mesma crise que bateu em minha porta há algum
tempo, talvez levando pedradas piores do que as minhas. Estas pedradas podem
ser o pequeno número de seguidores, a falta de tempo, um revés inesperado em
sua vida, uma crítica dura ao seu blog; podem ser tantas situações, né?
O que será que eu posso dizer para você que enfrenta
uma dessas situações ou algumas delas ou todas elas ou então, situações
parecidas com essas? A resposta é simples: pense na aragem, ou seja, nos
momentos felizes que o seu blog lhe trouxe. Tá difícil? Ok. Imagine, então, o
quanto o seu blog é importante para alguns de seus seguidores. E pode ter
certeza que independentemente do número desses seguidores, ele é muito
importante! Podem ser poucos, mas esses poucos, a partir do instante que eles
passaram a lhe seguir, eles passaram também a aguardar com expectativa as suas
postagens.
Vou tomar eu, José Antônio, como exemplo. Vamos lá.
Logo nos primórdios do “Livros e Opinião” eu comecei a seguir dois blogs que eu
amava. Eles não tinham muitos seguidores, poucos até; mas eu, simplesmente
amava. Ficava aguardando todas as semanas, as postagens de seus blogueiros com
as quais eu tanto me identificava. “Clique Neurótico” e “Gato Smucky” eram os
nomes dessas páginas. Quando soube que elas foram removidas pela Joelma e pelo
Augusto, respectivamente; fiquei triste porque era um grande fá desses sítios
literários na internet.
Pelo que vi em suas páginas no Instagram e no Youtube,
me parece que a Joelma se formou neurociências e o Augusto se tornou ator.
Tenho um contato maior com o Augusto e já vi vários de seus trabalhos como
ator, diretor ou produtor; achei fantásticos, mas... tanto o seu blog quanto o
da Joelma estão fazendo muita falta. E se estão fazendo falta para mim, certamente,
também estão fazendo falta para outros leitores.
Se esses argumentos ainda não convenceram os
blogueiros que estão desanimados com o pequeno número de seguidores, faça o
seguinte: acesse o “Livros e Opinião” e dê uma olhadinha do número de
seguidores da página. Viu lá? 526. Isso mesmo, 526 seguidores em 13 anos de
atividades. Tudo bem que na fanpage do blog no Facebook o número seja maior,
mas na página direta, não chegam a 550 seguidores. Entonce... mas eu acredito
que muitas dessas 526 pessoas tem o hábito de ler as minhas postagens.
Vamos agora para a “pedrada da falta de tempo”. Não
querendo ser egocêntrico – longe disso – mas tomando a mim, novamente, como
exemplo. Sou jornalista e o nicho dessa profissão é muito estressante; aliás,
tenho o hábito de dizer que no momento em que entro na sala de redação ou
edição em meu trabalho, o estresse também entra junto comigo com as mãos em
meus ombros dizendo: “amigo, cá estamos nós outra vez para enfrentarmos as
‘amadas’ discussões de pautas, tempo de fechamento de matérias, pressões
políticas, divergências de ideologias e pressão dos patrões”. Quem é
jornalista, principalmente em cidades pequenas ou médias, sabe o que é tudo
isso.
Lulu vive me dizendo que a minha Síndrome do Intestino
Irritável que me premiou com ansiolíticos, os quais nunca havia tomado em minha
vida, tem como causa o estresse e a correria em meu trabalho.
Mas mesmo com toda essa agitação e falta de tempo
nunca desisti do blog, revelo que cheguei perto disso, mas não desisti.
Quanto aos momentos difíceis, foram muitos: a doença e
consequentemente o falecimento de meu pai, o saudoso ‘Kid Tourão’ que foi assunto
em tantos posts publicados aqui; batalhas judiciais; problemas de saúde
envolvendo pessoas queridas e amadas; ufaaa! Muitas pedras rolaram; também
cheguei perto de parar; mas... estou aqui.
No que diz respeito ao tempo curto para as minhas
leituras, encontrei uma maneira de resolver o problema, criando certos hábitos os
quais procuro seguir, algo do tipo: preparo as minhas postagens nas
terças-feiras a noite e aos sábados de manhã, e procuro ler os meus livros nos
outros dias da semana durante a noite e nos domingos à tarde. Resumindo: é tudo
uma questão de jeito.
Mas nada, absolutamente nada, supera as aragens
proporcionadas pelo “Livros e Opinião” ao longo desses 13 anos. Se eu tivesse
desistido, com certeza, hoje eu estaria muito arrependido.
Agradeço também a Lulu que está nessa luta comigo
desde o início do blog, em 2011; se não participando diretamente da página, mas
apoiando o que eu faço. Assim, você que
é blogueiro literário e está pensando em desistir de seu blog, descubra alguém
importante para ficar ao seu lado (brincadeirinha).
Valeu galera!
Muita força para mim e também muita força para todos
os blogueiros literários que estão passando por uma crise semelhante a que
passei.
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