Vai entender o nosso cérebro, né galera? Lemos algo, portanto
já sabemos o que aconteceu, passamos a conhecer as manias e trejeitos dos
personagens de cabo a rabo, mas... queremos passar por tudo isso novamente e
novamente e... ufa! Novamente! Não adianta dizer que fazemos isso porque
esquecemos do enredo e queremos revive-lo. Não esquecemos não; pelo menos em parte.
Basta iniciarmos a releitura de um livro para começar a pipocar em nossa mente
momentos marcantes da história ou então aquele personagem que deixou tanta
saudade no passado.
Por isso, reler um livro é algo especial; e esse
privilégio também só cabe a obras especiais, ou seja, livros que marcaram a
nossa vida de uma tal maneira chegando ao ponto de fazer com que queiramos
sentir tudo aquilo que já sentimos uma, duas, três ou mais vezes no passado. Presa de Michael Crichton é um desses
livros. É difícil mensurar, mas talvez chegue a superar até mesmo Mentirosos de E. Lockhat que me rendeu
uma ressaca literária dos infernos, a qual ainda não consegui superar. A
ressaca causada por Presa foi maior.
Dessa vez, Crichton mistura ficção científica hard com
suspense brindando os seus leitores com um excelente techno-thriller. O enredo
envolve nanotecnologia: um microorganismo artificial capaz de se mover em
nuvens, como um enxame de abelhas, e capaz de evoluir sozinho como um ser vivo.
Logo a tecnologia se torna uma ameaça, desenvolvendo inteligência e aprendendo
até mesmo a mimetizar seres humanos, e cabe a um programador chamado Jack
marido de Julia, uma das cientistas do projeto, buscar uma solução para o
problema.
A primeira parte da história é marcada pela tensão no
relacionamento do casal que se amam mas devido a chegada de alguns fatores
externos, essa união acaba dando uma balançada. O drama familiar enfrentado por
Jack e Julia prende muito o leitor, mas é na segunda parte do romance que o
bicho pega.
Quando Jack é convidado pelo seu ex-patrão para dar
assessoria na empresa onde sua mulher ocupa um cargo de destaque, ele descobre
que a companhia está trabalhando num projeto ultrassecreto de nanotecnologia
criando micro-robôs invisíveis à olho nu, com objetivos militares e comerciais.
Quando essa nuvem de nanopartículas sai do controle de seus criadores, ela
deixa um rastro de morte e destruição, além de sitiar o laboratório da empresa
que está localizado no meio do deserto. É a partir daí que começa a luta de um
grupo de cientistas orientados por Jack para tentar conter os micro-robôs
assassinos, que passam a reproduzir e pensar por conta própria.
Presa é
eletrizante e merece ser lido e relido muitas e muitas vezes.
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