O Dia dos Pais está chegando e o nosso blog não
poderia deixar passar em branco essa data tão importante para nós que somos
filhos. No meu caso, não tenho mais o meu velho por perto. Neste momento ele se
encontra nos braços do Pai. Putz, que saudades do Kid Tourão. O meu pai era uma
parte de mim, prova disso é que dediquei várias postagens a ele. Quer ler
algumas delas? Então é só acessar aqui, aqui e mais aqui.
Você que tem o privilégio de ter o seu pai ao seu lado,
poder abraça-lo, beijá-lo, enfim, desfrutar da sua companhia, aproveite cada
momento. O post de hoje tem endereço certo. Vai para os filhos que tem pais
leitores. Isso mesmo, pais que adoram ler. Neste caso que presente melhor para
marcar essa data do que um livro?
Selecionei oito obras literárias de gêneros diferentes
para pais com gostos diferentes. Seu pai adora livros de autoajuda? Seu pai é
fã de Stephen King? Seu pai tem como hobby cozinhar? Fiquem tranquilos porque nessa
lista tem livros para todos os “tipos” de papais. Espero que as sugestões atendam
as expectativas dos seguidores do blog que estão à procura de uma obra para
presentear o seu ‘pai-devorador de livros’.
Vamos com a nossa lista.
01
– Comida Caseira (Jamie Oliver)
Os pais que adoram cozinhar irão amar esse livro.
Nele, o chef inglês Jamie Oliver selecionou 100 receitas de comida caseira, que
recolheu entre companheiros de gastronomia, amigos, além das redes sociais.
Também recheou o livro com sua experiência afetiva, adicionando relatos
pessoais aos pratos com os quais cresceu e, segundo ele, foram responsáveis
pela sua paixão pela cozinha.
Comida
caseira é um livro para ser aproveitado com paciência e
envolvimento. As receitas são pensadas para momentos especiais: trata-se da
perfeição dos pratos, de como servi-los, com quais acompanhamentos, em que
momento, onde e para quem.
A obra é dividida em um capítulo para cada emoção:
Nostalgia, Para ficar feliz, Mais saúde e energia, Ritual, Prazeres secretos e
Doces indulgências. Tudo para garantir uma experiência em família e a delícia
de saborear um prato especial.
02
– Histórias Lindas de Morrer (Ana Cláudia Quintana Arantes)
A Drª Ana Cláudia Quintana Arantes é médica geriatra
formada pela USP e especialista em Cuidados Paliativos e Suporte ao Luto. Ela é
a autora da trinca de livros de autoajuda mais badalada do momento: A morte é um dia que vale a pena viver, Para a vida toda vale a pena viver e Histórias lindas de morrer. Os três
livros são fantásticos, mas o último dessa lista é insuperável. Livraço! A obra
é tão boa que até mesmo aqueles leitores que não apreciam histórias de
autoajuda irão gostar, imagine, então, se o seu pai for um fã incondicional do
gênero literário. Nesse caso, o presente, com toda a certeza vai atingir o
alvo.
Os depoimentos de pacientes – através das palavras da
autora - que estão em fase terminal de determinadas doenças são por demais
emocionantes e nos ensinam muitas lições, entre elas, a importância do perdão e
do amor incondicional. Dedicada a quebrar o tabu sobre a morte no Brasil, Ana
Claudia nos traz uma coleção de emocionantes histórias reais, colhidas em sua
prática diária, em que a proximidade do fim nos revela em toda a nossa
profundidade.
São pacientes de várias idades, crenças e origens que
estão em fase terminal e mesmo assim, deixam aos leitores verdadeiras lições de
vida.
03
– O Papai é Pop (Marcos Piangers)
O livro de Marcos Piangers lançado há cinco anos
provou que continua sendo sucesso entre todos os tipos de pais: os de primeira
viagem e aqueles já com uma certa experiência. Trata-se de um presente certeiro
para o seu velho. Ele irá adorar a escrita inteligente e humorada de Piangers.
O autor revela que ao descobrir que ia ser um pai
jovem começou a ficar preocupado porque teria que comprar uma casa maior para
que a criança tivesse mais espaço, além de um quarto novo no apartamento;
pensou também que o berço teria que ser novo e não aquele que a vizinha se
dispôs a emprestar; o carro teria que ser trocado por outro mais novo e seguro,
de preferência com seis airbags e ar condicionado de fábrica; e por aí afora.
Mas o que Pingers descobriu ao ser pai jovem é que
essas preocupações não fazem diferença nenhuma. O que vale mesmo não é pagar
pela melhor creche, se você é o último a buscar seus filhos. Não é comprar os
melhores brinquedos, porque as crianças gostam mesmo é das brincadeiras que não
custam nada. No fundo, o que importa, de fato, como os textos divertidos e
emocionantes de O Papai é Pop
mostram, é você estar com seus filhos, não pensando em outra coisa, mas estar
lá. De verdade.
04
– John Lennon em Nova York (James A. Mitchell)
Seu papai é ligado num som? Gosta de música? Bem... se
ele for fã dos Beatles, melhor ainda. Agora... se ele achava John Lennon, o
máximo do máximo, fechô!!
O livro de James A. Mitchell revela como foi a pouco
conhecida fase pós-Beatles vivida por um dos maiores artistas do século XX. O
ativismo político, a evolução musical, a relação com a esposa Yoko Ono e com os
antigos companheiros de banda foram alguns dos temas abordados com deliciosas
minúcias pelo autor.
Mitchell revela em seu livro que em 1971, Lennon se
mudou para Nova York na expectativa de assumir o papel de artista solo e
produtor, ávido por se juntar à luta por justiça social e pelo fim da Guerra do
Vietnã. Acolhido pelos líderes do movimento contra a guerra, estabeleceu-se no
Greenwich Village e rapidamente tornou-se porta-voz do Movimento, inspirando
solidariedade e defendendo causas.
Visto como salvador por uma geração carente de heróis
culturais, foi perseguido por Nixon e um governo sedento por silenciar seus
inimigos e temeroso de que Lennon pudesse influenciar decisivamente a eleição
presidencial que se avizinhava. Na mesma época, Lennon aprendeu a defender os
ideais feministas e lançou “Imagine” e “Some Time in New York City”.
Esta biografia ilustrada se baseia em entrevistas
inéditas feitas pelo autor com os membros da banda underground norte-americana
de Lennon, a Elephant’s Memory; com a escritora e líder feminista Gloria
Steinem; com o cofundador da Bancada Negra do Congresso, Ron Dellums; com o
veterano dos “Sete de Chicago” Rennie Davis; com o advogado especializado em
imigração Leon Wildes; além de muitas outras pessoas ilustrres que tiveram a
oportunidade de conviver com o ex-Beatle.
05
– Realidades Adaptadas (Philip K. Dick)
Nenhum autor contemporâneo foi mais roteirizado do que
Philip K. Dick, nem mesmo mestres do gênero como Isaac Asimov e Arthur C.
Clarke. Pouco conhecido no Brasil por sua obra literária, Dick é um sucesso
entre as plateias de cinema, que vai muito além de “Blade Runner - O caçador de
androides”, ícone cult dos anos 1980 inspirado em um de seus romances.
Por esse motivo, Realidades
Adaptadas é o presente ideal para pai que é leitor e também cinéfilo e que
curte o gênero ficção científica. Por que para o pai “leitor e cinéfilo?
Simples: Todos os contos desse livro foram transformados em filmes de grande
sucesso nos cinemas. Os papais que curtiram os filmes: “O Vingador do Futuro”, “Minority
Report”, “O pagamento”, “Os agentes do destino”, “O Vidente”, “Impostor” e “Screamers”
terão a oportunidade de conhecer as histórias escritas por K. Dick que serviram
de inspiração para a produção desses filmes.
Mesmo os contos guardando pouquíssima semelhança com
as adaptações cinematográficas, a premissa que permeia a obra é bem
interessante.
06
– Ainda Estou Aqui (Marcelo Rubens Paiva)
Marcelo Rubens Paiva conta em Ainda Estou Aqui uma parte da história dramática de sua família
durante o período da ditadura quando seu pai, o deputado federal paulista
Rubens Paiva, foi dado como desaparecido num dos períodos mais tristes da
história do Brasil.
Sua morte só foi confirmada 40 anos após o sumiço,
depois de serem prestados depoimentos dos ex-militares envolvidos no caso, à
Comissão Nacional da Verdade.
Paiva foi torturado e assassinado nas dependências de
um quartel militar entre 20 e 22 de janeiro de 1971, seu corpo foi enterrado e
desenterrado diversas vezes por agentes da repressão até ter seus restos
jogados ao mar, na costa da cidade do Rio de Janeiro, em 1973, dois anos após
sua morte.
Em Ainda Estou
Aqui, o autor revela a luta de sua mãe, Eunice Paiva, nesse período.
Marcelo Rubens Paiva diz que ela é uma mulher de muitas vidas. Eunice esteve ao
lado do marido quando ele foi cassado e exilado, em 1964. Mãe de cinco filhos,
passou a criá-los sozinha quando, em 1971, o marido foi preso por agentes da
ditadura, a seguir torturado e morto.
Em meio à dor, ela se reinventou. Voltou a estudar,
tornou-se advogada, defensora dos direitos indígenas. Nunca chorou na frente
das câmeras. Ao falar de Eunice, e de sua última luta, desta vez contra o
Alzheimer, Marcelo Rubens Paiva fala também da memória, da infância e do filho.
E mergulha num momento negro da história recente brasileira para contar – e
tentar entender – o que de fato ocorreu com Rubens Paiva, seu pai, naquele
janeiro de 1971.
07
– Fusca: O Carro Mais Popular do Mundo (Richard Copping)
Este livro vai agradar em cheio os pais que gostam de
carros. Richard Copping conta a história do veículo mais querido do mundo, o
Fusca. Ele narra a trajetória do carro desde a Segunda Guerra Mundial até seus
últimos dias de vida no Brasil, durante os anos 1990.
Imagens de toda sua estrutura abrangem e deixam ainda
mais bela a história do carro, que ainda possui uma legião de fãs e é um marco
da história automotiva.
A trajetória do Fusca é uma das mais complexas e
longas da história do automóvel. Diferente da maioria dos outros carros, o
projeto do Fusca envolveu várias empresas e até mesmo o governo da Alemanha, e
levaria à fundação de uma fábrica inteira de automóveis no processo.
Uma curiosidade muito interessante é que o carro
deveria carregar dois adultos e três crianças (uma típica família alemã da
época, já que Hitler não queria separar as crianças de seus pais). Copping
conta tudo isso em seu livro e muito mais.
08
– Creepshow (Stephen King)
Encerro essa lista com uma sugestão para os pais que são
fãs de histórias de terror, principalmente aquelas escritas por Stephen King. Creepshow é uma excelente ideia para
presentear o papai que adora o mestre o terror.
Creepshow
é considerada a primeira História em Quadrinhos (HQ) escrita pelo autor. Tudo
começou em 1982 quando King juntou forças com outro gênio do terror, o diretor
George A. Romero (“A Noite dos Mortos-Vivos”), para realizarem um filme
inspirado em quadrinhos clássicos dos anos 1950, como “Contos da Cripta”, da EC
Comics.
O longa-metragem marcou a estreia de King como
roteirista ― e, curiosamente, sua segunda aparição como ator. “Creepshow” (que
no Brasil ganhou o subtítulo Show de Horrores) se tornaria um cult movie
instantâneo. E, no mesmo ano, Stephen King quis deixar ainda mais explícita sua
homenagem à fonte original. Assim, ele adaptou seu roteiro de cinema para os
quadrinhos, contando com a arte do magistral Bernie Wrightson, um dos criadores
e primeiro ilustrador de O Monstro do Pântano, e capa de Jack Kamen, autor da
EC Comics.
A história em quadrinhos era a maneira perfeita para
os fãs reviverem todos os pesadelos do filme em casa. Quarenta anos depois, seu
pai poderá fazer o mesmo ― até porque o mais provável é que a fita VHS do velho
já esteja desmagnetizada.
Creepshow vai
deixar os pais fãs de King piradíssimos! Pode acreditar, será um presentaço.
E para encerrar essa postagem desejo, de coração, um
feliz Dia dos pais para toda a galera que segue o Livro e Opinião: no blog e
também nas redes sociais.
Valeu!
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