A Espada dos Reis (Crônicas Saxônicas - Livro 12)

29 dezembro 2020

Caramba! Que apuro!! Aconteceu a poucos minutos e tenho de contar para alguém. Aliás, preciso contar; para dar vazão a adrenalina que ainda está correndo nas veias. Agora, logo no início de noite, eu estava no cruzamento de duas vias muito movimentadas em minha cidade quando ao fazer uma curva, simplesmente, a correia, o tensor e companhia limitada foram para o saco, deixando imediatamente a direção hidráulica dura e incontrolável. Para complicar ainda mais o barraco, no momento em que estava desviando de um outro carro que vinha a toda velocidade, acabei entrando numa via... advinha? Falou contramão? Hahahaha! Acertou! Na lata!

Graças a Deus nada de mais grave aconteceu, apenas o meu susto e o susto dos outros motoristas que tiveram a infelicidade de cruzarem o meu caminho. Lulu que estava ao meu lado, na hora em que o tempo fechou, deu um grito abafado do tipo Arghhhhhhh! E meteu a mão no botão de alerta do carro que se transformou num festival de luzes vermelhas piscando loucamente. Para completar o quadro psicodélico, o esperto aqui, meteu a mão na buzina. Resultado: um verdadeiro pandemônio. Teve de tudo: luzes piscando, buzina zurrando, xingos na orelha, nomes de navalha e barbeiro e mais isso e aquilo, até que o carro parou. Ufaaa!

Chamei o mecânico que levou o ‘branquinho’ para a oficina. Amanhã, tanto eu quanto Lulu teremos de apelar para o Uber se não quisermos encarar os quarteirões intermináveis e recheados de aclives para os nossos trabalhos.

Cara, juro que na hora da raiva - enquanto aguentava calado os gritos dos outros motoristas – queria que Uhtred estivesse no meu carro fazendo companhia. Eu iria lhe falar que aqueles sujeitos eram cupinchas do Ealdorman Athelhem enviados para provoca-los (rs).

Agora chega, né?!  Vamos deixar as divagações de lado e voltar para a realidade, ou seja, para o post de hoje que é a resenha do 12º livro da saga “Crônicas Saxônicas” do escritor britânico Bernard Cornwell.  

Achei A Espada dos Reis apenas razoável. Na minha opinião, a fórmula já está ficando desgastada, além do mais prefiro o Uhtred mais jovem ao Uhtred mais velho. A idade avançada cai bem em alguns personagens que ficam até melhores e mais interessantes, mas na minha opinião a “roupa velhice” não caiu bem no guerreiro pagão. Neste 12º livro da saga vi um Uhtred frágil e menos sarcástico em várias passagens, diferente daquele personagem impagável dos romances anteriores. Você pode me questionar, dizendo que no romance anterior –A Guerra do Lobo – o nosso Uhtred também estava velho, mas veja bem... foi diferente. Até entendo que ele já tinha o peso de muitos anos nas costas, mas apesar disso, ele conseguiu segurar a história que à exemplo de A Espada dos Reis também não tinha atrativos interessantes, pelo contrário, era bem monótona. Mesmo assim, tínhamos um guerreiro pagão sarcástico, provocador e que não
levava desaforo para a casa. Em outras palavras, ele conseguia segurar as rédeas de um enredo fraco. Mas agora, em “A Espada dos Reis” Cornwell nos brinda com um enredo frio (nem morno) e um Uhtred inseguro, apático e nada provocador. A redenção do personagem só acontece no final da história num duelo com um guerreiro inimigo mortal e bem mais forte do que ele. Achei muito pouco para um personagem que se tornou um verdadeiro ícone ao longo dos dez livros saga. Isso mesmo, eu disse “ao longo dos dez livros da saga” porque acredito que Cornwell deveria ter terminado a saga quando escreveu O Portador do Fogo fechando assim com chave de ouro as “Crônicas Saxônicas”.

Neste 12º volume, os reinos que futuramente irão formar a Inglaterra voltam a enfrentar um momento de turbulência. O rei Eduardo, com a saúde debilitada, não pode fazer nada para garantir uma sucessão tranquila ao trono e estabilidade política após sua morte.

Há uma disputa entre dois herdeiros, Æthelstan e Ælfweard, e ninguém sabe se a frágil união dos reinos britânicos se manterá com a morte de Eduardo e o embate entre os dois herdeiros. Enquanto isso, Uhtred, após reconquistar sua querida fortaleza de Bebbanburg, mantém-se o mais distante possível das intrigas do sul, recluso na ainda independente Nortúmbria.

Entretanto, um juramento é um compromisso eterno. E Uhtred prometeu a Æthelstan, seu antigo companheiro de armas e agora candidato a rei, que acabaria com qualquer pretensão de Ælfweard ao reinado. Ainda assim, Uhtred se sente tentado a ignorar o juramento e permanecer em sua solidão no norte, deixando os mércios e os saxões em sua disputa interminável por poder.

Palavra que esperava mais, bem mais.

 

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