Cara, tenso demais. Tão tenso que cheguei a ter algumas
atitudes – vocês podem até considerá-las hilárias, tudo bem, eu não ligo – que após
a leitura do livro, com os batimentos cardíacos já normalizados, pensei que
jamais as teria. Classifico ‘Ed e Lorraine Warren: Demonologistas’, da série 'Arquivos Sobrenaturais', lançado
recentemente pela editora DarkSide, como uma obra fodasticamente fodástica. A
leitura impressiona os crentes e também os descrentes em assuntos polêmicos
como espíritos opressores, possessões, fantasmas, casas mal assombradas e por
aí afora.
Ah! Imagino que vocês estejam curiosos para descobrir
algumas das minhas atitudes incomuns após ter encarado a obra escrita por
Gerald Brittle. Ok, eu conto; mas apenas uma. Lá vai, na lata: rasguei e joguei
fora a foto promocional da boneca Annabelle que acompanha o livro, um brinde
super bem sacado da editora. Disse para mim mesmo: - Meu! Quero essa foto na
minha casa não! Sei lá, vai que esse treco tá carregado com influências
negativas ou então acompanhado de alguma outra coisa metafísica. E quando eu
digo ‘alguma outra coisa’, entendam como... Cara, melhor deixar pra lá. Aposto
que você está rindo, né? Tudo bem ‘El Valenton’, leia o livro e com certeza você
irá parar de gargantear.
Há uma diferença enorme de obras ficcionais de
terror para obras reais de terror. Com relação ao primeiro exemplo, você sabe
que o enredo é fantasioso e saiu da mente fértil de um romancista. Quanto ao segundo,
o ‘negócio’ muda de figura, já que a história contida nas páginas foi baseada em
fatos reais e, confesso, que os fatos documentados no livro de Brittle
impressionam, até mesmo os mais céticos.
As 272 páginas do lançamento da DarkSide faz com que
o leitor repense todas aquelas brincadeiras bobas feitas no passado com grupos
de amigos que envolviam o sobrenatural e o preternatural. Os tabuleiros Ouija e
as brincadeiras do copo. Lembram-se? Ufa! Ainda bem que não tive essa
curiosidade.
Casal de demonologistas Ed e Lorraine Warren |
O livro é praticamente uma entrevista com o famoso casal
de demonologistas Ed e Lorraine Warren, onde eles narram detalhes dos seus
casos mais famosos – entre os quais ‘Amityville’, ‘Família Perron’, ‘Caso
Beckford’, ‘Caso Foster’ e, claro, o da famosa boneca ‘Annabelle’ - entremeados
com orientações sobre os riscos de se envolver com o mundo metafísico; uma
brincadeira que pode custar bem caro.
O casal Warren explica a diferença entre espíritos
humanos e inumanos; o drama e o sofrimento de pessoas que fizeram conjurações, muitas
vezes como uma simples brincadeira; como ocorrem as opressões e possessões por
entidades inumanas e outras coisas do gênero.
Segundo os demonologistas, o espírito demoníaco se
faz presente na vida das pessoas por meio do livre-arbítrio quando elas querem
ou convidam através de um contato espiritual sem nenhuma necessidade para isso.
São as leis da ‘Atração’ e do ‘Convite’.
Ed explica que a ‘Lei da Atração’ é
algo do tipo: “semelhante atrai semelhante’. Dar atenção ao positivo atrai
positivo; dar atenção ao negativo atrai o negativo. Portanto, pessoas que fazem
coisas negativas ou claramente contrárias à natureza – maldades praticadas de
maneira voluntária por um homem contra outro, indivíduos com satisfação de
cometer atos cruéis e perversos, etc - estão basicamente fazendo o trabalho do
Diabo por ele e, de fato, atraem espíritos negativos para junto de si. Pela ‘Lei
do Convite’, prossegue Ed, “a coisa” é ‘peça e receberás’, ou seja, uma pessoa
pode invocar o espírito demoníaco por meio de um ritual ou via um canal de
comunicação sincero, tipo: cerimoniais de magia, encantamentos, sessões
espíritas, uso de tabuleiro Ouija ou rituais profanos secretos em que o
individuo voluntariamente convida uma presença demoníaca para si.
Annabelle do filme (à esquerda) e Annabelle verdadeira no colo de Lorraine |
Achei interessante, também, o trecho onde é revelado
os detalhes de um ritual de exorcismo, como um padre ou clérigo se prepara para
esse momento e quais são as condições impostas pela Igreja para que aconteçam esses
rituais.
Mas sem dúvida alguma os capítulos mais
interessantes do livro se referem aos casos investigados por Ed e Lorraine. Os
que mais me impressionaram foram os casos ‘Beckford’ e ‘Annabelle’. No primeiro
ocorrido em 1974, uma família passou a ser atormentada por espíritos inumanos
após uma de suas filhas ter utilizado um tabuleiro Ouija para se comunicar com
espíritos. Vicky Beckford, então com 19 anos de idade, havia saído da linha:
ela convidou um espírito demoníaco a se manifestar. Embora a garota iludida
tenha dado essa permissão sem querer, pensando se tratar de um espírito humano,
segundo os Warren, ela cometeu uma transgressão sobrenatural da maior
gravidade. O resultado foi talvez o pior caso de ataque diabólico já vivenciado
pelo casal de demonologistas.
Brittle descreve em detalhes todo o drama dessa
família – do início ao fim – incluindo o exorcismo da casa com o objetivo de
expulsar as entidades malignas.
‘Annabelle’ também impressiona. O caso real da
boneca - possuída por uma entidade demoníaca – que, sozinha, fica mudando de
lugar é de arrepiar. O livro traz a história completa da boneca de pano maligna
que acabou indo parar nas telas do cinema em 2014, além de uma ‘ponta’ no filme
“Invocação do Mal” (2013).
E já que estamos falando escrevendo sobre filmes,
vale lembrar que todos os casos que inspiraram os filmes ‘Invocação do Mal 1 e
2’, ‘Annabelle’ e ‘Horror em Amityville’ são descritos em detalhes no livro de
Brittle.
Enfim, ‘Ed e Lorraine Warren: Demonologistas’ é um
livro de terror que dá medo, aliás, muito medo, pois são fatos reais e
documentados vividos pelo casal de demonologistas mais famoso dos últimos tempos.
Tão famoso que teve vários filmes baseados em seus casos e também em sua vida.
Vale a leitura.
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