“A Filha Pródiga” é o tipo da sequencia dispensável;
daquelas que jamais deveriam ter sido lançadas. “Caim e Abel” foi tão bem
escrito por Jeffrey Archer” ao ponto de dispensar continuações desnecessárias.
A obra teve personagens marcantes e carismáticos com início, meio e fim; mas a
ânsia por faturar alguns milhares dólares ‘falou’ mais alto e assim, lá foi Archer
remexer passados e histórias que estavam muito bem guardados e enterrados.
Resultado: “A Filha Pródiga” virou um samba do crioulo doido.
Cara, com certeza, o autor mexeu onde não deveria
mexer; mas apesar disso, contrariando todas as expectativas, o romance se
tornou um grande sucesso de vendas. Costumo dizer que os leitores compraram “A Filha
Pródiga” in loco, numa paulada só, ou seja, adquiriram o livro por causa de
Caim e Abel, mas depois, ao descobrirem que a obra não era nada do que
pensavam, já era tarde demais para devolvê-la às livrarias.
Antes de tudo, é bom esclarecer que o livro não é,
propriamente dito, uma sequencia de “Caim e Abel”, mas a história da vida de
Florentyna, filha de Abel. O enredo gira inteiramente em torno da moça.
O grande erro de Archer foi querer escrever um livro
que pudesse ser lido tanto pelos leitores que estavam familiarizados com a saga
de “Caim e Abel”, quanto por aqueles que desconheciam a obra. Resultado: os
dois grupos foram prejudicados.
Aqueles que já haviam lido “Caim e Abel” foram
obrigados a ‘reler’ passagens que já conheciam, como o início do romance entre
Florentyna e Richard, filho de Kane; a origem do ódio mortal envolvendo Kane e
Abel, paqi de Florentyna; como Abel conseguiu construir o seu império de hotéis;
o início o seu relacionamento com o deputado corrupto Henry Osborne; a
deterioração do relacionamento de Caim e de sua esposa Zaphia; além de muitas
outras passagens repetitivas, o que acabou deixando a história cansativa.
Quanto aos leitores que não tiveram a oportunidade
de ler “Caim e Abel” e já ‘embarcaram’ direto na leitura de “A Filha Pródiga”,
olha... sinto muito, mas afirmo – com plena convicção – que não precisam mais
adquirir o primeiro livro de Archer. Mêo, em “A Filha Pródiga”, ele
simplesmente revela o ‘segredo secretíssimo” existente entre os inimigos
mortais Kane e Abel, que muda toda a dinâmica do enredo de “Caim e Abel”. Por
isso, escute esse conselho de amigo: se você ainda não leu nenhum dos dois
livros, j-a-m-a-i-s leia “A Filha Pródiga” antes de “Caim e Abel”, caso
contrário, você sofrerá um ataque do coração... de raiva!
Putz, mas escrevendo dessa maneira, a impressão que
fica é que o livro é um verdadeiro desastre. Olha galera, não é bem assim. “A
Filha Pródiga” tem algumas virtudes, poucas, mas tem. E essas virtudes começam
a surgir, a partir da página 290 – bem depois da metade do livro - que é o
momento em que Florentyna decide seguir a carreira política, se candidatando à
uma cadeira no Congresso norte americano. A partir daí, a leitura ‘engrena’ e o
leitor passa a se interessar, um pouco mais, pela saga da personagem que almeja
se tornar a primeira mulher presidente dos Estados Unidos.
Mas em minha opinião, apesar do autor ter deixado a
história mais interessante após quase 300 páginas de um total de 404,
sinceramente, foi um desperdício de tempo – não de dinheiro, já que o livro
rendeu vários milhares de dólares para Archer – tê-la escrito.
Quer um conselho ‘por inteiro’? Leia “Abel e Caim” e
esqueça “A Filha Pródiga”. Quer um conselho pela metade? Jamais leia “A Filha
Pródiga” antes de “Caim e Abel”.
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