Na minha época de leitor inveterado de quadrinhos,
isto há muitos anos atrás, nunca curtia das histórias do Superman. O cara era
indestrutível! Nada o atingia, há não ser a tal kriptonita que às vezes algum
vilão mais inteligente – quase sempre Lex Luthor – conseguia manipula-la com
algum sucesso. Mas quase sempre, não dava pra ninguém, o super-herói
arrebentava todo mundo. O problema é que depois, aquelas séries antigas de TV
sobre Clark Kent e seu alter-ego também entraram na onda dos primeiros gibis e passaram
a compor um super-herói chato ao extremo. O cara fazia até pose para receber os
balaços na cara como que dizendo: - “Óh céus! De novo essa chateação! Vai,
atirem logo esses grãos de areia, simples e desprezíveis mortais. Terminem a
brincadeira para que eu possa terminar com vocês”. Olha galera, sinceridade:
e-n-c-h-i-a o s-a-c-o!
Por isso, o meu favorito nos quadrinhos da ‘velha
guarda’ era o ‘Cabeça de Teia’, ‘Amigo da Vizinhança, ‘Escalador de Paredes’ ou
simplesmente “Homem Aranha”. Mêo! O Spiderman era demais! Ele batia, mas também
apanhava e muito! Lembro de uma surra homérica que ele levou do Wilson Fisk, o
‘Rei do Crime’ e de outra humilhação danada imposta pelo Duende Verde que após
ter amarrado o Peter Parker e rasgado parte de suas roupas, deixando à mostra o
uniforme do Aranha, saiu arrastando-o pelos céus pendurado em seu planador. Nas
duas histórias, lembro-me que o super-herói suou muito, mas depois conseguiu
derrotar os vilões.
Sempre admirei os ‘supers’ que apesar de seu poderes
incomensuráveis também sentiam medo, insegurança, além de enfrentarem os mesmos
conflitos e dúvidas que nós. “Supers” que também levavam uns ‘catiripapos’ na
cara ou então ‘uns’ tombos, mas depois de algumas escoriações conseguiam dar a
volta por cima e vencerem.
Ficava melhor ainda quando os ‘supers’ escapavam por
pouco de deixarem este mundo e partirem para outro melhor. Mas, infelizmente,
com o homem de aço, essas emoções praticamente não existiam.
Recordo-me que na minha infância e pré-adolescência
passava um tempão na banca de revistas da minha cidade observando e devorando
avidamente as capas dos gibis da saudosa Editora Ebal que publicava, nos anos
70 e início dos 80, as histórias da Marvel e DC Comics. Já naquela época, as ilustrações
e enredos que mais me chamavam a atenção eram aquelas em que os super-heróis
encontravam-se numa situação inusitada, surpreendidos pelo vilão. Cara, eu
queria saber como aquele sujeito que eu curtia de montão iria se safar daquela
armadilha ou então do abraço mortal de seu odioso algoz. E então já viu né?
“Compre gibis e mais gibis” (rs).
Vibrei quando em 1993 a DC decidiu dar uma
quinada de 360 graus na história batida de Superman, trazendo para o campo de
batalha um inimigo tão ou até mais poderoso do que o alter ego de Clark Kent,
tanto é que provocou a sua morte. Sete anos antes do monstro Apocalypse
eliminar Superman, um outro vilão, quer dizer vilã, também, quase despachou o homem
de aço. Banshee Prateada usando de magia, conseguiu pôr o homem de aço num torpor semelhante a morte
clínica. Todos pensaram que ele havia morrido e chegaram a fazer o seu funeral,
mas depois o super se recuperou e acabou novamente dando as caras.
Outra sacada de gênio da DC foi o lançamento da saga
“A Queda do Morcego”, praticamente no mesmo período em que foi lançada “A Morte
de Superman”. Nos quadrinhos víamos um Batman cansado e estressado e que não
lembrava em nada aquele justiceiro destemido de Gothan City. Se o algoz de
Superman foi um ser alienígena, o de Batman foi de carne e osso, um cara
completamente bombado chamado Bane que simplesmente deixou o Cavaleiro das
Trevas paraplégico ao quebrar a sua coluna.
Outro momento antológico dos quadrinhos que não pode
ser menosprezado é “A Queda de Murdock” que mostra um Demolidor arrebentado
emocional e fisicamente, após o Rei do Crime colocar em prática um plano
terrível para desmascara-lo. Pois é foram histórias que marcaram a minha fase
de leitor de quadrinhos.
No post de hoje estou relembrando algumas capas e traços de
quadrinhos da Marvel e DC que se tornaram antológicos, já que saíram da
mesmice e mostraram super-heróis imbatíveis sofrendo bullying nas garras de
um vilão, algumas vezes, nem tão perigoso ou letal.
2 comentários
BOOOOOOA!
ResponderExcluirEu ando um pouco afastado dos quadrinhos - mais por questões financeiras do que qualquer outra coisa - mas sempre que vejo uma matéria sobre eles me lembro de que foi esse tipo de mídia que me ensinou a ler e escrever.
Particularmente, tenho um carinho especial por A Morte do Superman, porque foi a história que justamente me fez começar a curtir HQ's. Já conhecia o personagem dos filmes com o Christopher Reeve e descobrir uma história em que aquele sujeito que podia mover planetas com as mãos morria me deixou alucinado na época.
gatosmucky.blogspot.com.br/2011/07/o-dia-do-apocalypse.html
Foi nessa mesma época em que o Bane quebrou a espinha do Batman e A Queda do Morcego é, até hoje, uma das sagas mais extensas da carreira do personagem. Levaria quase duas décadas até um diretor macho de verdade levar a história às telonas
gatosmucky.blogspot.com.br/2013/03/a-queda-do-cavaleiro.html
Sobre esse tema de heróis que tomaram uma sova, achei interessante esse post aqui, de um blog que eu sigo:
http://blogdorodman.blogspot.com.br/2011/05/top-10-maiores-surras-das-hqs.html
Abraço.
Thanks e Thanks pela indicação dos três links! De primeira!
ExcluirAbcs!