“A Bibliotecária de Auschwitz”, que chega às livrarias nos próximos dias, explora os horrores do Holocausto

19 junho 2014


Eu, mais do que ninguém, torço para que sejam lançados livros com histórias de qualidade. Digo isso porque a ‘coisa’ tá braba, meus amigos. Hoje em dia, aumentou-se a quantidade e diminuiu-se a qualidade. Cara, a cada dia vejo nas redes sociais dezenas e mais dezenas de lançamentos de autores desconhecidos e que do dia para a noite alcançam status de ‘lendas vivas da literatura’. São tantos bagulhos tendo por base distopias, erotismo e vampirismo ‘a la Romeu e Julieta’ que me deixam triste, decepcionado e também saudoso.
É verdade galera! Tenho saudades daquelas histórias de qualidade de Sidney Sheldon, Stephen King, Thomas Harris, Carlos Ruiz Zafon, Michael Crichton, Bernard Corwell e outros. Acontece que vários desses autores morreram; outros estão muito velhos, perto da aposentadoria e outros mais tem o hábito de lançar um livro a cada dois anos, não menos que isso, ao contrário da nova safra de autores teens que ‘vomitam’ trilogias a cada seis meses.
Portanto, quando surge um novo escritor com uma história Classe A, temos mais é que comemorar. E comemorar com um baita barulho, com direito a baterias de fogos pirotécnicos. Torço para que John Green, Khaled Hosseini e Sara Gruen (que por sinal está um pouco sumida depois da jóia rara ‘Agua para Elefantes’) não fiquem apenas na promessa.
Ainda ontem, ‘fuçando’ na Net vi várias matérias em blogs, sites e jornais virtuais enaltecendo o livro de um escritor espanhol chamado Antonio Iturbe. Juro que fiquei muito feliz, pois Zafon, como sabemos, é daquele país e então passou pela minha cabeça: “Puxa vida, será que está nascendo um escritor de peso?” Graças a essa analogia, me interessei pelo livro de Iturbe que será lançado em 25 de junho, mas já está em pré-venda nas principais livrarias virtuais.
O que me chamou a atenção e consequentemente me levou a escrever esse post foi a unanimidade dos críticos com relação à obra. Pelo menos dos artigos que li – e foram muitos – todos foram unânimes em afirmar que “A Bibliotecária de Auschwitz” é o fino da bossa – como costuma dizer o Kid Tourão. Choveram elogios e mais elogios. E venhamos e convenhamos: é difícil um livro atingir o status de unanimidade, mas Antonio G. Iturbe conseguiu essa proeza.
“A Bibliotecária de Auschwitz” é uma obra sobre o Holocausto. Conta a história real de uma criança checa-judia - chamada Dita Kraus - que aos 14 anos, acaba sendo enviada  com os pais para o campo de extermínio de Auchwitz, na Polônia. Ela ficou no campo de 1944 a 1945, quando foi enviada para a Alemanha, que desistiu de matá-las (Dita e sua mãe), e a outros judeus, porque precisava de mão de obra escrava. O pai morreu em Auschwitz, ao lado de Treblinka, um dos campos mais letais do regime nazista de Adolf Hitler. Num pavilhão do campo (o bloco 31), os judeus, entre eles um professor, formaram uma biblioteca de poucos livros — Iturbe menciona oito, mas eram um pouco mais — e Dita Kraus foi escolhida para ser sua guardiã e distribuidora.  Num campo onde o terror e o medo dominavam, os poucos livros da biblioteca clandestina do bloco 31 – que permaneceu camuflada dos alemães nazistas – eram a única maneira daquelas pobres almas, principalmente as crianças, voarem para longe da prisão nazista.
Dita e Fredy Hirsch, professor que teve a idéia de montar a biblioteca, se tornam verdadeiros símbolos da luta da resistência contra o regime nazista. Dita é apenas uma adolescente, mas a sua coragem e perseverança em ajudar aquelas crianças sitiadas no campo de concentração nazista a superar a dor e o sofrimento através do mundo da leitura acabam se tornam exemplos de coragem e solidariedade.
Segundo Dita, os livros chegavam ao Bloco 31 do campo de concentração por intermédio de prisioneiros poloneses que separavam os objetos das malas dos judeus que eram levados para as câmaras de gás. Eles separavam os objetos de acordo com a sua função. Na rampa de embarque, depois que o trem saía, ficavam as malas vazias, e pilhas de roupas, comida, sapatos, óculos. Como o pavilhão no qual Dita ficava estava bem na entrada de Auschwitz, assistia a cena todos os dias. Quando eles achavam um livro traziam camufladamente para a “biblioteca”.
Olha, confesso que me interessei pela sinopse. Pode ser que eu me arrependa, mas estou quase adquirindo a obra de Iturbe... quase... Vamos ver.
Inté galera!

10 comentários

  1. Parece interessante! É bom ver um livro que ñ parece um verdadeiro caça-níqueis sendo lançado.

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  2. O livro é muito bom. O herói nos contagia com sua persistência, com sua força interior. Acho que, de certa forma, todos estamos em um campo de concetnração, o mundo está sendo destruído à nossa volta, e temos de resistir, e lutar por nosso planeta, que merece sobreviver com toda sua fauna e flora maravilhosa, com espaço para todos os seres vivos, ao invés de ser transformado em uma gigantesca plantação de víveres para os humanos.
    Recomendo a leitura.

    http://soniareginarocharodrigues.blogspot.com.br/

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    1. Pois é Sonia, acabei de comprar o livro; deve chegar segunda ou terça. E como a Joelma escreveu acima - concordo - acho que não se trata de um caça-níquel. Com certeza, estará entrando na minha lista de leitura.
      Abcs!

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  3. Acabei de comprar esse livro para o meu marido espero que ele goste

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  4. Não sou muito de expressar minhas opiniões acerca das coisas, especialmente sobre os livros que leio. Mas eu não poderia deixar de falar sobre este. Sempre acreditei no poder da leitura e na capacidade que esta tem de mudar um pouco ou, talvez, completamente o que somos. Este livro é magnífico. Não apenas porque fala de um dos assuntos que eu mais amo estudar, mas porque, apesar dos horrores e da enorme maldade do lugar onde a historia se passa, ensina a amar e a ter esperança no amor.
    Edita é uma menina judia presa no maior campo de concentração nazista. Convive com a morte diariamente. Nesse lugar, as vidas são tratadas como nada. Mas ela foi encarregada de esconder livros dentro do seu vestido para que as crianças do Bloco 31 de Auschwitz pudessem estudar e sair, mesmo que por um momento, daquela realidade miserável a qual estavam destinadas. E ela era a pessoa que mais acreditava nesse refugio que são os livros.
    A bibliotecária de Auschwitz escondia uma passagem para longe desse mundo muitas vezes cruel, corrupto, desumano. Mais que histórias legais, alguns livros dão testemunho de esperança, de amor, de vida. E quem vive o que lê, de certo se torna uma pessoa melhor.
    Faz alguns dias que terminei de ler. Precisei de algumas horas olhando para o céu na esperança de tentar digeri-lo. Não consegui. Ele vai ficar me perturbando por um bom tempo.
    Acredito veementemente que mundo pode se tornar melhor através da leitura. Não, livros não mudam o mundo. As pessoas mudam o mundo. Os livros só mudam as pessoas...

    E se você é daqueles que aceitam conselhos, leia este livro.

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    1. Explicação bem convincente. Pretendo ler o livro, com certeza. Farei isso, tão logo desafogue a minha lista de leituras.
      Abraços!

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  5. Acabei de pegar na biblioteca, aqui, em Taquara, Rio Grande do Sul, Iacs. Quem já leu O Menino do Pijama Listrado, A Menina Que Roubava Livros, Diário de Anne Frank, O Caçador de Pipas e quase todos que tem judeus ou pessoas sofridas e todos esses que fazem chorar com certeza vai gostar da Bibliotecária de Auschwitz.
    Beijos

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    1. De fato, a obra de Antonio G Iturbe foi escrita nos moldes desses outros livros que você citou. Acho que irá gostar.
      Abcs!

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  6. "Olha, confesso que me interessei pela sinopse. Pode ser que eu me arrependa, mas estou quase adquirindo a obra de Iturbe... quase... Vamos ver."
    Gosto muito das suas críticas quando fundamentadas na leitura integral dos livros. Neste caso, desculpe-me, prefiro ler críticas de quem leu o livro. Opiniões sobre sinopses são apenas inferências, não ajudam muito.

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