Às vezes, à noite, fico pensando com os botões do meu pijama que
as peripécias do Kid Tourão daria um livro ou, por menos, um blog só delas. A
aventuras desse velhinho tão especial não ficam devendo nada para as histórias
fantásticas de um tal Barão chamado de Munchhausen. No início da noite de
ontem, quando estava sentado na frente do computador para começar a redigir esse post, eis que ouço
aquela voz inconfundível do Tourão com o
seu timbre meio rouco: - “Filho, vou andar um pouquinho na calçada. Vou ver se
o meu ‘quartinho’ não está doendo muito”. Explicando: quando ele diz quartinho
está se referindo ao fêmur da perna direita. Vale lembrar que, há alguns meses,
ele caiu e só agora está começando a se locomover sem cadeiras de rodas. Alias,
às vezes penso que para o Tourão, as anatomias humanas e animais são
praticamente semelhantes. Há poucos anos quando ele sofreu uma pequena lesão no
cóccix e reclamou: - “Êta tombo danado! Acho que machuquei o meu coranchinho!”
E assim vai... mas voltando. Preocupado com uma possível nova queda resolvi
acompanhá-lo na calçada, ao invés de escrever o meu texto.
Só para esclarecer a galera que o Tourão, agora no auge das
suas nove décadas de vida, também tem Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica,
resultado dos cigarros, charutos, cachimbos e talvez até mesmo ‘paieiros’
fumados ao longo desses anos. Por isso, geralmente no final dos exercícios e
caminhadas ‘bate’ aquele cansaço no
velhinho. E foi ‘entonce’ que aconteceu a comédia que eu não poderia deixar de
contar.
Lá vai o Kid Tourão com a sua manjada bengalinha caminhando
na calçada de casa, quando ao ‘enfrentar’ um aclive acentuado encontra-se uma moça muito bonita que ao ver um velhinho
de cabelos brancos, um pouco curvadinho, de bengala, andando devagarzinho e com
um semblante de tranqüilidade, não resiste e pára dizendo: “ – Oi vovôoooo
sabia que o senhor é muito fôfo!! Quer que eu lhe ajude a subir?” Cara,
acontece que nesse exato momento, o sistema respiratório do Tourão já estava na
‘repimbeta da parafuseta’, resumindo: os seus pulmões estavam desesperadamente buscando
ar na reserva que já não existia. E assim, ao concluir a sua proposta
benemérita, a linda jovem ouviu aquela voz rouca e muito cansada dizendo: -
“Assim o veio não agüenta!!”. Explicando: sempre quando o velho Touro fica com
falta de ar, por causa de algum exercício mais forçado, ele solta essa frase
que se tornou algo corriqueiro em casa. Portanto, a polêmica exclamação: “Assim o véio não agüenta” não se referia a
moça, mas sim a situação baqueada dos seus pulmões. E para complicar ainda mais
o ‘causo’, após ter dito essa pérola, o Tourão ainda soltou um fungado
excruciantemente sofrido: Brrrrrrrrrrrruuuuuuuuuuuuu!!!! Explicando, pela segunda
vez: sempre que ele sente falta de ar, o
fungado chega rasgando. É dito e feito. E apesar de se parecer com algo,
digamos meio... meio... sabem né? Não tem nada a ver, o fungado do Touro é um
meio dos seus pulmões se revitalizarem e buscar a quantidade satisfatória de ar
para desempenhar as suas funções.
Caraaaaaaaaa!!! Imagine só essa cena! Ahahahahaha!! Estou
escrevendo esse texto às gargalhadas! “- Assim o veio não agüenta!!!” e na sequência o fungadaço Brrrrrrrrrrrruuuuuuuuuuuuu!!!!.
Ahahahahaha!! Depois que expliquei para a ‘linda mulher’ os motivos verdadeiros
das atitudes do Tourão, ela ficou ainda mais ‘apaixonada’ por ele, mas quem é
que não se apaixona por esse velhinho que só vive aprontando, apesar dos seus
problemas de saúde.
Uiaaa!! Viajei nas aventuras do Tourão e acabei deixando a
análise do livro “Serial Killers – Anatomia do Mal” escanteado. Com certeza, se
o velhinho teimoso não decidisse ter dao aquela voltinha na calçada, esse post
ficaria bem mais curto, mas... paciência.
Cuidado com a subida Tourão!! |
Olha, vou ser breve no comentário sobre o livro de Harold
Schechter; não por culpa das peripécias de ‘Sir Touro’ - como costuma dizer
Luna, uma das seguidoras do blog – mas porque não tenho muito o que falar
escrever. Pêra aí meu!! Ocê ta querendo dizer que o livro é uma bomba?! Não, nada disso, pelo contrário. O livro é
muito bom, fantasticamente fantástico, mas para as pessoas certas.
Definitivamente não aconselho a leitura aos mais sensíveis e também para
aqueles que não tem estômago para acompanhar notícias de assassinatos com
requintes de crueldades na mídia impressa e falada. Se você se enquadra nessas
categorias, só posso lhe dizer: E-S-Q-U-E-Ç-A.
Outro detalhe importante é que existem obras tão densas, tão
carregadas de informações down que é praticamente impossível relê-las ou
rememorá-las. “Serial Killers – Anatomia do Mal” é uma delas, à exemplo de “Hitler”,
outro livro muito bom, mas que ‘não vale’ uma segunda leitura.
O subtítulo do livro de Schechter já explica a sua essência: “Entre
na mente dos psicopatas”. E é, extamente, isso mesmo que os seus nove capítulos
fazem. O leitor acaba mergulhando fundo na mente de predadores assassinos que
ficaram famosos ao longo da história por causa das atrocidades cometidas. O
autor não esconde absolutamente nada, revelando detalhes macabros de crimes
horrendos e o que poderia ter levado esses serial killers a cometerem tais monstruosidades.
O livro faz um estudo minucioso da mente dos serial killers,
desde a sua infância até a fase adulta, apontando as possíveis causas que
poderiam ter levado uma criança normal a se transformar num assassino cruel,
sanguinário e sem remorsos.
Schechter que é professor de literatura e cultura americana
no Queens College, na Universidade da Cidade de Nova York, renomado por suas
obras sobre crimes verídicos, aponta os principais sinais que indicam que uma
criança possa vir se tornar um serial killer no futuro. Cara! Impressionante
esse capítulo! Ele explica ainda a diferença das categorias de assassinatos: em
“série”, “em massa” e “relâmpago”. As nuances entre psicótico e psicopata.
No capítulo “Quem São Eles’, Schechter fala sobre os
psicopatas jovens e velhos, negros e brancos, hetero e homossexuais, os casais
e famílias de serial killers. Há ainda um capítulo sobre os assassinos canibais
que costumam guardar na geladeira pedaços de suas vítimas para serem devorados
como iguarias no almoço ou jantar. Arghhhhhhhhhhhhhhhhh!!!! Mas, sem dúvida,
alguma, o mais chocante no livro é a descrição em detalhes do modus operandi dos
criminosso psicopatas. Mêu!! O autor não poupa nada!!! Faz um relatório
completo de como o serial killer age: antes-durante e depois.
No capítulo quatro, na minha opinião, o mais pesado de todos,
ele escreve sobre perversões, sadismo, dominação, fetichismo, travestismo,
vampirismo, canibalismo, necrofilia e chega né... Há também a “Galeria do Mal”,
onde Schechter indica os dez piores serial killers de todos os tempos, entre eles:
Ed Gein, John Wayne Gacy, Jeffrey Dahmer, Albert Fish, entre outros.
Para os interessados nos lendários psicopatas: “Jack, o
Estripador” e o “Assassino do Zodíaco”, há detalhes preciosos na obra.
Todas as informações contidas em “Serial Killers – Anatomia do
Mal” foram baseadas em relatórios de famosos profilers do FBI que fundaram o
departamento que ficou conhecido como “Caçadores de Mente”, especializado na
criação e descrição de perfis de criminosos em série americanos. Por isso,
enganam-se aqueles que pensam que a obra não passa de um ‘livrinho espreme
sangue’. Nada disso. Como já escrevi, trata-se de um livraço, mas denso ao
limite e que não dá pra ser lido numa tacada só.
Boa leitura... se puderem (rs).
OBS: Aqui, vale um adendo, parabéns à editora DarSide: Tanto pela
capa, quanto pelas ilustrações da obra. Que produção caprichada!!
2 comentários
Fiquei muito interessado em ler este livro mas não estou encontrando em lugar nenhum para vender. Alguém sabe onde posso encontrá-lo?
ResponderExcluirPois é Renato, o livro sumiu de uma hora para outra das livrarias e tbém dos sebos. A procura deve ter sido enorme. Consegui encontrar uma livraria onde a obra está disponível, mas não demore, pque com certeza outras pessoas tbém estarão à procura. Anote aí:
Excluirhttp://www.martinsfontespaulista.com.br/ch/prod/451856/695/0/SERIAL-KILLERS---ANATOMIA-DO-MAL.aspx