Levei três pedradas na cabeça e confesso que demorei
para me recuperar. O que foi aquilo? Caráculas! Dessas três pedradas, a
primeira foi a mais doída, a mais atordoante. Estas pedradas nada mais são do
que os três plot twists principais do thriller de suspense O Massacre da Família Hope de
Riley Sager. É importante frisar que o livro não se resume a essas três
reviravoltas; tem muitas outras, mas muitas de fato. Parece um pouco – não com
relação à história, mas sim com a quantidade de plot twists - com Eles Merecem a Morte de Peter Swanson, outro
livro fantástico que li há algum tempo (veja resenha aqui). A diferença é que as
reviravoltas de Eles Merecem a Morte
são distribuídas de maneira uniforme no romance fazendo com que os leitores tenham
tempo para respirar (cá entre nós, eu prefiro assim); já as reviravoltas do
romance de Sager acontecem numa “pancada
só” deixando o leitor praticamente sem fôlego.
O primeiro plot twist acontece somente após a leitura
de aproximadamente 80% da história, ou seja, próximo do seu final. A partir
daí, esse twists começam a “cair” em cascata, um após o outro, deixando o
galera completamente estonteada. Como expliquei acima, O Massacre da Família Hope não se prende em apenas três grandes reviravoltas;
há também outras surpresas pequenas ou médias, todas perto do final.
Já estou pensando na pergunta que muitos de vocês que leem
esse post agora, devem estar fazendo: “A leitura desses 80% do enredo, até a
chegada dos plot twists, é maçante?”. Eu respondo: “por incrível que pareça não
é”. Sager “mandou bem” o que admitamos é algo incomum. Imagine um autor
escrevendo uma obra de aproximadamente 400 páginas deixando todas as grandes
surpresas para o final. Cara, o sujeito teria que suar e sofrer muito para
conseguir a proeza de prender a atenção dos leitores. Pois é... Sager conseguiu
isso.
Até a chegada “do mar” de plot twists, a história de O Massacre da Família Hope prende, sim,
a atenção dos leitores. Sager criou um clima de mistério e suspense em torno de
uma família sombria e misteriosa: os Hope formada pelo casal Winston e Evangeline
Hope, as filhas Lenora e Virginia e todo o seu ‘staff’: a governanta Sra.
Baker, o cheef Archie, a faxineira Jessie, a enfermeira Mary, além de outros
que vão se juntando ao núcleo no decorrer da trama. Cada um deles com os seus
segredos, alguns bem sombrios e que servem para amarrar os plot twists finais,
o que Sager fez muito bem; não deixando nenhum desses plot ‘jogados ao leu’.
A revelação, aos poucos, dos segredos dos Hope,
principalmente aqueles envolvendo a filha Lenora consegue prender a atenção dos
leitores até a chegada da primeira pedrada, considerada a maior e a mais doida que
acontece na última linha do capítulo 36. A partir daí, prepare o seu coração
para as reviravoltas que virão uma atrás da outra.
O enredo fictício de O Massacre da Família Hope gira em torno de um crime bárbaro que
aconteceu na década de 1920 no estado do Maine: a família Hope foi brutalmente
assassinada, restando apenas a filha mais velha Lenora, que acabou se tornando
a principal suspeita. Apesar de todos acreditarem que a garota foi a
responsável pelo massacre, a polícia jamais encontrou provas disso. Daquele dia
em diante, Lenora nunca mais falou sobre aquela noite e permaneceu isolada em
Hope’s End, a famosa mansão onde o crime ocorreu.
Décadas depois, Kit McDeere é designada como cuidadora
de Lenora Hope, após a fuga da antiga enfermeira que abandonou a mansão, às pressas,
fugindo de madrugada e deixando para trás roupas, uniformes e demais pertences.
Aos 70 anos e confinada a uma cadeira de rodas, Lenora
perdeu a capacidade de falar, devida a uma série de derrames, e só consegue se
comunicar com Kit datilografando frases em uma velha maquina de escrever. Até
que, numa noite, Lenora escreve uma frase inesperada: “eu quero te contar tudo”.
A história é narrada em primeira pessoa: ora por Kit,
ora por Lenora, duas personagens que passam longe do status: “desinteressantes,
chatas e estressantes”; pelo contrário, achei que as duas foram muito bem
elaboradas pelo autor.
Enfim, é isso aí galera. Recomendo muito a obra e...
se preparem para as três pedradas que, certamente, irão doer muito; mas a
primeira delas... My God!



2 comentários
Eu nem ia comentar, porque ia acabar dizendo que te falei que era bom. Mas comentando. Te falei que era bom! He,he,he. Que bom que gostou!
ResponderExcluirBom dia Atas! Excelente, excelente... Continue me indicando livros. (rssss)
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