Um escritor é diferenciado, aliás, vou mais além; um
escritor se torna lendário no momento em que após a sua morte, as suas obras
póstumas continuam fazendo um grande sucesso. São muitos que se enquadram nessa
categoria, entre os quais: Franz Kafka, Mark Twain, José Saramago, Machado de
Assis e o meu preferido: Michael Crichton.
Nos últimos vinte anos, o meio editorial foi invadido
por uma moda que nem sempre deu certo: a publicação de obras póstumas
inacabadas, concluídas por outros escritores. Pois é, muitos se deram mal.
Familiares responsáveis pelo espólio do autor falecido ao descobrirem
manuscritos incompletos tiveram a ideia de contratar outros escritores que
tivessem certa afinidade com o enredo para concluí-lo. Galera, ocorreram muitas,
mas muitas lambanças, resultando em fiascos de vendas e pior: maculando a
imagem do escritor morto que após o “desastre” ficou se remexendo de ódio em
seu túmulo.
Com certeza, esse imprevisto não aconteceu com Michael
Crichton que deve estar sorrindo de satisfação nesse outro plano de vida onde
se encontra. Os seus livros póstumos foram muito elogiados pela crítica
especializada e agradaram em cheio os seus leitores. Podemos afirmar que Latitudes Piratas, Dentes de Dragão e Micro
cumpriram muito bem os seus papéis, principalmente Micro que foi concluído por Richard Sanderson e conta com um enredo
capaz de fazer o leitor atravessar madrugadas inteiras com os olhos colados na
história (veja resenha de Micro aqui).
Agora, a expectativa é de que Erupção
siga o mesmo caminho.
O livro foi lançado no Brasil pela editora Harper
Collins no dia 15 de janeiro e apesar de nem ter começado a esquentar as prateleiras
das livrarias físicas e virtuais já vem despertando um grande burburinho entre
grupos de leitores.
Michael Crichton e sua esposa Sherri
O autor de Jurassic Park morreu de câncer há mais de 15 anos e segundo a sua mulher, Sherri
Crichton, Erupção era considerado o
seu projeto de paixão no qual ele colocava a maior fé; tanto é que atravessava
madrugadas trabalhando em seu manuscrito. Mas, infelizmente, com a sua morte, o
projeto foi engavetado até sua esposa ter decidido termina-lo por outras mãos,
como já havia feito com Micro.
O autor escolhido para essa missão foi James Patterson,
considerado um grande amigo da família e fã confesso de Crichton. O lançamento
de Erupção foi tão bem recebido nos
Estados Unidos que já está gerando grande interesse da indústria cinematográfica
em Hollywood. No segundo semestre de 2024, Sherri deu uma entrevista a BBC onde
revelou que estava em negociações com Steven Spielberg sobre uma possível
adaptação da obra para o cinema. No final, as negociações com Spielberg não
deram certo, mas em seu lugar foi definido um outro diretor, ou melhor,
diretores e muitos competentes: Jimmy Chin e Elizabeth Chai Vasarhelyi, que em
2018 venceram o Oscar pelo documentário “Free Solo”.
Escritor James Patterson que deu sequência à obra inacabada de Crichton
Erupção
narra a história da luta contra o tempo de um vulcanologista para evitar que a
lava do vulcão Mauna Loa, no Havaí, atinja um composto nuclear letal escondido
na ilha pelo exército. Se não conseguir, o acontecimento poderá destruir a ilha
e até o resto do planeta.
Crichton, trabalhou por 20 anos na elaboração do livro.
A morte do americano em 2008, contudo, impediu que a obra fosse finalizada e
publicada. Coube a Patterson concluir a obra.
Para quem não sabe, Patterson é autor de livros
voltados ao suspense e ao gênero policial e vencedor de 10 prêmios Emmy Awards.
Foi ele quem criou o famoso detetive Alex Cross, sucesso nos livros e também no
cinema.
É isso galera, estou na expectativa pela chegada do
meu livro que já reservei na Amazon. Afinal, como vocês já devem ter percebido
nas postagens do blog, o “menino”, aqui, é fanzaço de Michael Crichton.
Inté!
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