Ontem, ao acordar, me virei para Lulu e disse que
queria desabafar com ela e também com os meus seguidores do blog e
consequentemente com os seguidores do Face e Insta. – Pode começar, estou aqui.
Capricha no confessionário – disse-me ela com aquele sorriso matreiro que sempre
levanta o meu astral por mais baixo que esteja. Dado o aval, rasguei o verbo ou
o confessionário como ela mesma disse (rs). Depois dos muitos blá-bla-blás e
ti-ti-tis, disse que estava com vontade de desabafar também no blog. Lulu que
não é ciumenta com a galera que acompanha as minhas postagens; ao contrário,
ela me incentiva a fazer isso, disse: "Isso mesmo, afinal o blog já é uma
extensão de sua vida e fugir dos assuntos literários, as vezes, não faz mal
nenhum, pelo contrário, faz bem.
Pois é galera, e assim surgiu a ideia dessa postagem
ou, como queiram, dessa nova divagação, mais uma pra coleção de outras muitas
que já publiquei nesse espaço (rs).
‘Entonce’, como o próprio título do post já induz, deu
para perceber que eu sofro da tão comentada e ao mesmo tempo ojerizada Síndrome
do Intestino Irritável, mal que atinge cerca de 20 a 25% da população
brasileira sendo mais comum entre as mulheres, numa proporção de três delas
para cada homem. E o sortudo aqui, foi um dos “premiados” nessa estatística.
A Síndrome do Intestino Irritável, a tal SII, não é
uma doença que pode evoluir para algo mais grave, mas como o próprio nome diz,
se trata de uma síndrome – um distúrbio funcional do trato gastrintestinal - e
por isso mesmo não tem cura, somente dietas e quando necessário, medicamentos
para o controle dos seus sintomas. E acredite três desses sintomas são
verdadeiros carrascos, e carrascos da idade média, daqueles que matavam sem dó
nem remorso. O primeiro carrasco é a constipação; o segundo, a diarreia; e o
terceiro, a cólica. Como a minha SII é do tipo mista, sofro com os dois
primeiros sintomas alternadamente com predominância para diarreia. Quanto as
cólicas, às vezes. Os sintomas da SII podem piorar com a ingestão de alguns
alimentos, situações estressantes e episódios de ansiedade.
Um dos motivos de ter ficado assim ‘meio’ down com
vontade de escrever essa postagem foram os últimos papos que tive com os meus
médicos, incluindo a nutricionista. A primeira ‘coisa’ que me prometeram foi a
melhora da minha qualidade de vida. Opa!! Quando me disseram isso, fiquei muito
feliz – Lulu!! Encomenda a bateria de foguetes. Vamos comemorar porque vou
ficar livre dessa bagaceira!!” – comemorei com o meu subconsciente. Mas depois,
um sininho tilintou em minha mente me alertando – Jam, a troco de que você irá
ganhar uma possível melhora em sua qualidade de vida? O que você deverá dar em
troca? – Pronto! Já fiquei assim meio que... desconfiado.
Quando perguntei para eles o que precisaria para ter
uma melhora na qualidade de vida, tanto médico quanto nutricionista foram
unânimes em responder que somente os remédios não bastariam, já que eu teria de
abandonar certos alimentos. Pronto! Quando me disseram isso, o meu
subconsciente, novamente tocou aquele sininho irritante – Ahahaha!! Não lhe
avisei que aí tinha muvuca?!! – Após esse novo alerta, criei coragem e
perguntei quais seriam os alimentos que eu teria de cortar do meu cardápio. Foi
nesse momento que a nutricionista me deu a sentença, revelando a listinha e, cá
entre nós, uma listinha bem FDP. Vamos a ela: feijão (adoro); leite (gosto
demais; café da manhã sem ele não é café da manhã); queijo (amoooo! No café da
manhã, no aperitivo das happyhours, para beliscar e etc, etc e mais etc);
manteiga e margarina (essencial para mim. Como saborear o pão do nosso café da
manhã, sem ela?); massas (amo, nos domingos, feriados e na visitas de amigos,
uma lasanha ou macarronada com um ‘molhaço’ à bolonhesa, é... um “manjar” dos
deuses do Olimpo); couve-flor, maçã, pera, manga, abacate, iogurte, sorvete e,
deixei eles por últimos porque são as minhas paixões e também as paixões de
Lulu: a nossa ‘menina’ cerveja e o nosso ‘menino’ vinho. Nos finais de tarde
antes do jantar, após termos concluídos mais um dia estressante de serviço, uma
cervejinha se transforma num verdadeiro remédio (rs). Quanto ao vinho, quando
recebemos alguns amigos em casa que apreciem uma safra bem especial; uhauuuu! A
conversa se tornar muito mais interessante. E não é verdade que também pediram
a ‘cabeça’ dessa “menina” e também desse “menino”?!! Confesso que foi o golpe
de misericórdia. Cara, como doeu (rs). A chamada “Dieta FODMAPs enterrou o meu
ânimo.
Vejam bem galera, não é escapismo da minha parte. Sei
da importância dessa dieta no controle dos sintomas da SII, mas não posso negar
que ela restringe a maioria de alimentos básicos do nosso dia a dia. Tanto é verdade
que eu disse para o meu gastro e a nutro - grandes amigos meus e por quem tenho
o maior carinho, por isso, ‘brincamos’ muito: – Putz, quer dizer que eu vou
viver só de arroz?!! – Ao ouvirem isso, eles entraram na brincadeira e
responderam – Já pensou, ele bem soltinho? Uma delícia!
Esta frase que soltei nos consultórios do meu médico e
da minha nutricionista fez com que eu me lembrasse da frase da conhecida modelo
Yasmin Brunet que também tem a Síndrome do Intestino Irritável. Ela revelou durante
o BBB-24 que tem essa síndrome. Em conversa dentro da casa – logo no início da
competição, em janeiro - ela explicou que não poderia comer os alimentos que
sobraram para a Xepa por causa da condição. Foi quando ela desabafou, se referindo
a Davi (vencedor do BBB-24): “Tô com raiva também porque ele acabou com nossa
comida, não tem nada para comer. Não posso comer feijão, lentilha, nem
grão-de-bico. Tenho síndrome do intestino irritável, tá me arregaçando isso, me
fazendo muito mal. Ele acabou com o ovo, ele acabou com tudo. Vou comer arroz
agora, vou viver de arroz”.
Saber que não estou sozinho nesse barco ajuda muito.
Sei que parece algo surreal pensar que somente você tem esse problema, mas no
auge das crises e principalmente das limitações que você é obrigado a enfrentar
para controlar os sintomas, acabo ficando com essa impressão meio que
tresloucada; mas depois passa.
Descobri que muitas outras pessoas conhecidas na mídia
também tem a SII e decidiram tornar público o seu problema.
Bem, é isso galera. Foi bom “conversar” com vocês, ou
melhor, divagar com vocês.
Agora, somente entre nós, ter qualidade de vida com
uma dieta FODMAPs é uma cruz bem pesada, mas... temos que carregar. No meu
caso, confesso que ainda não estou preparado para carrega-la. Por isso, por
enquanto vou seguindo apenas com os medicamentos que não resolvem, mas ajudam.
Ah! Antes que me esqueça, deixe-me agradecer a dona Trimebutina que está me ajudando
demaisss!
Inté!
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